Dez jogadores que ficaram na história do Mineiro Aljustrelense |
Fundado oficialmente a 25 de maio
de 1933, embora já existisse desde os finais dos anos 1920, o Sport
Clube Mineiro Aljustrelense tem sido presença assídua nas competições
nacionais desde o início da década de 1950, tendo participado na II Divisão B
em 2008-09 e 2009-10.
10. Zé Luís Araque (36 jogos)
Zé Luís Araque |
Médio natural de Beja, despontou
no Cabeça Gorda e foi de lá que saltou diretamente para a I
Liga, patamar em que jogou com as camisolas de Salgueiros
e Campomaiorense.
Entretanto passou por clubes como
Fafe,
Imortal,
Seixal,
Moura
e Desp.
Beja antes de reforçar o Mineiro
Aljustrelense a meio da temporada 2007-08, a tempo de contribuir para a
obtenção do primeiro lugar na Série F da III Divisão Nacional e para a
consequente promoção.Seguiu-se temporada e meia a competir pelo emblema de Aljustrel na II Divisão B, tendo amealhado 36 jogos (34 a titular) e um golo nesse período. “No Mineiro Aljustrelense ganhei o maior troféu da minha vida! E não falo da conquista da III Divisão, refiro-me sim há manutenção na II Divisão B [em 2008-09]. Uma equipa totalmente amadora, com 95% dos atletas alentejanos conseguir a manutenção num clube tão especial, foi sem dúvida o momento mais bonito que tive. Numa série com orçamentos incríveis, contra equipas profissionais, contra jogadores fenomenais… e nós totalmente amadores conseguirmos tal feito, sem palavras”, confessou ao portal Desporto Bejense em julho de 2019.
A meio da época 2009-10 mudou-se para o Piense.
Entretanto tornou-se treinador, tendo regressado ao clube tricolor em 2020-21 para orientar a equipa principal no Campeonato de Portugal, não evitando a despromoção aos distritais da AF Beja. “Não é, como se costuma dizer hoje em dia, a minha cadeira de sonho, mas treinar um dia o Mineiro Aljustrelense era um dos meus objetivos, para tentar pagar esta dívida de gratidão que tenho para com o clube”, contou ao Diário do Alentejo.
9. Ricardo Oliveira (39 jogos)
Ricardo Oliveira |
Lateral direito natural da zona
do Litoral Alentejano, fez toda a formação no Vasco
da Gama de Sines, clube que representou durante a primeira meia dúzia de
épocas como sénior. Entretanto passou pelo Desp.
Beja antes de assinar pelo Mineiro
Aljustrelense.
Após a descida à III Divisão regressou ao Vasco da Gama de Sines.
8. Mikó (43 jogos)
Mikó |
Extremo nascido em Cabo
Verde e primo do internacional português Silvestre Varela, despontou no Vasco
da Gama de Sines, de onde deu o salto para o Estoril,
tendo ainda passado por Odivelas
e Olivais e Moscavide antes de regressar ao Alentejo
pela porta do Mineiro
Aljustrelense em janeiro de 2009.
Na primeira meia época em Aljustrel
foi decisivo para que o emblema
tricolor assegurasse a permanência na II Divisão B, tendo ido a tempo de
atuar em 18 partidas (15 a titular) e apontar sete golos, diante de Lagoa,
Carregado,
Odivelas,
Beira-Mar
Monte Gordo (dois), Mafra
e Olivais e Moscavide.Na temporada seguinte participou em 25 encontros (23 a titular) e faturou por cinco vezes, frente a Santana (três), Igreja Nova e Marítimo B, mostrando-se ainda assim impotente para evitar a despromoção.
Depois transferiu-se para o futebol cipriota.
7. Jorginho (45 jogos)
Jorginho |
Avançado móvel capaz de cobrir
quase todas as posições do ataque, nasceu em Albernoa, no concelho de Beja,
tendo concluído a formação e iniciado o seu trajeto no futebol sénior ao
serviço do Desp.
Beja.
No verão de 2007 assinou pelo Mineiro
Aljustrelense e logo na primeira época no clube contribuiu para o primeiro
lugar na Série F da III Divisão Nacional e consequente subida à II Divisão B,
patamar em que disputou 45 jogos (quatro a titular) e apontou seis golos,
perfilando-se quase sempre como a arma secreta do treinador Francisco
Fernandes.“A memória mais feliz no futebol foi claramente o titulo de Campeão Nacional III Divisão e consequente subida à II Divisão B pelo Mineiro Aljustrelense”, confessou ao portal Gazeta do Desporto em outubro de 2018.
Em 2010 mostrou-se impotente para evitar a descida de divisão, tendo depois permanecido mais um ano no clube após a despromoção.
Depois transferiu-se para o Atlético Reguengos, regressando poucos meses depois ao distrito de Beja para representar o Castrense.
6. Zé Luís (48 jogos)
Zé Luís |
Atacante de origem cabo-verdiana,
mas natural de Sines, fez toda a formação e o início do seu percurso como
sénior no Vasco
da Gama de Sines, tendo rumado ao Mineiro
Aljustrelense no verão de 2006.
As duas primeiras temporadas com
a camisola tricolor
ficaram marcadas por subidas de divisão, primeiro com a conquista do título
distrital da AF
Beja e consequente promoção à III Divisão Nacional, depois com a obtenção
do primeiro lugar na Série F e a resultante subida à II Divisão B.Entre 2008 e 2010 totalizou 48 encontros (33 a titular) e apontou seis golos na II B. Em 2008-09 contribuiu para que a formação de Aljustrel assegurasse a permanência, mas na época seguinte mostrou-se impotente para evitar a despromoção.
Após a descida à III Divisão, este jogador também conhecido por Zé Minino regressou ao Vasco da Gama de Sines na companhia de Ricardo Oliveira.
5. Rui Sousa (49 jogos)
Rui Sousa |
Ponta de lança de elevada
estatura (1,90 m) natural de Beja, saltou do Desp.
Beja para o Paços
de Ferreira em 2004, mas não vingou na Capital
do Móvel e voltou aos campeonatos não profissionais para representar clubes
como Oriental,
Oliveira do Hospital e Pinhalnovense.
A meio da temporada 2007-08
mudou-se para o Mineiro
Aljustrelense, tendo contribuído com dez golos para a obtenção do primeiro
lugar na Série F da III Divisão Nacional e consequente promoção à II Divisão B.Em duas épocas na II B totalizou 49 jogos (44 a titular) e 18 golos, registo que faz dele o melhor marcador de sempre dos tricolores nesse patamar competitivo. Em 2008-09 contribuiu com uma dúzia de remates certeiros para que a permanência fosse assegurada, mas na época seguinte os seus seis golos foram insuficientes para evitar a despromoção.
“As memórias mais felizes [da carreira] são, a conquista do campeonato da III Divisão pelo Mineiro Aljustrelense e consequente subida à II Divisão B”, confessou ao portal Gazeta do Desporto em janeiro de 2019.
Após a descida de divisão transferiu-se para o Atlético Reguengos, continuando assim a competir na II Divisão B.
4. Calú (54 jogos)
Calú |
Defesa central/médio defensivo
nascido em Setúbal,
formado no Vitória e
nove vezes internacional jovem pelas seleções nacionais, integrou o plantel que
venceu a Taça
de Portugal em 2004-05, ainda que não tivesse disputado qualquer jogo
na competição.
Embora fosse uma promessa
da formação
sadina, nunca se conseguiu impor na equipa principal, tendo passado
pelo Machico antes de ingressar no Mineiro
Aljustrelense no verão de 2008.Em duas temporadas com a camisola tricolor amealhou um total de 54 jogos (52 a titular) e três golos na II Divisão B, ajudando a assegurar a permanência em 2008-09, mas não conseguindo evitar a despromoção na época seguinte.
Após a descida à III Divisão permaneceu mais um ano no clube, rumando depois ao União de Montemor.
3. Tonico (55 jogos)
Tonico |
Defesa central carismático e
bastante admirado no futebol
alentejano, dava nas vistas tanto pelo físico franzino como pela eficiência
com que cumpria as suas funções em campo. Natural de Santa Luzia, no concelho
de Ourique, despontou no Ourique, de onde se transferiu para o Mineiro
Aljustrelense no verão de 2003.
Na primeira temporada em Aljustrel
sagrou-se campeão da AF
Beja, feito que repetiu três épocas depois, em 2006-07, um ano antes de
contribuir para a obtenção do primeiro lugar na Série F da III Divisão Nacional
e consequente promoção à II Divisão B.Entre 2008 e 2010 disputou um total de 55 jogos (53 a titular) e apontou quatro golos na II B, ajudando a assegurar a permanência em 2008-09. Porém, não conseguiu evitar a despromoção na época seguinte.
Após a descida à III Divisão permaneceu mais um ano no clube, rumando depois ao Panóias.
2. Nélson Raposo (58 jogos)
Nélson Raposo |
Médio natural de Mértola que
passou pelos juniores do Belenenses, jogou nos seniores de Desp.
Beja, Anadia e Moura
antes de reforçar o Mineiro
Aljustrelense no verão de 2004, iniciando aí uma história bonita de 12 anos
consecutivos com a camisola tricolor,
numa altura em que pensava abandonar o futebol.
“Sim, é verdade, pensei em
terminar com o futebol… Entretanto apareceu o Mineiro
Aljustrelense a fazer um grande forcing
para ir, e embora não estivesse com muita vontade, acabei por assinar
também pelos meus amigos que faziam parte do plantel. Felizmente as coisas
compuseram-se e vim para Aljustrel”,
confessou ao portal Desporto Bejense em agosto de 2019.Em 2006 mostrou-se impotente para evitar a descida aos distritais da AF Beja, mas nas duas épocas que se seguiram festejou promoções, à III Divisão e à II Divisão B.
Entre 2008 e 2010 amealhou um total de 58 partidas (47 a titular) e um golo na II Divisão B, ajudando a assegurar a permanência em 2008-09. Porém, não conseguiu evitar a despromoção na temporada seguinte.
Haveria de permanecer no clube até 2016, voltando a festejar a conquista do título distrital bejense em 2013-14 e 2015-16 ao mesmo tempo que trabalhava na mina da vila alentejana. “É um trabalho bastante desgastante a nível físico e psicológico. O futebol acaba por ser um escape. Ajuda a descomprimir, mas por vezes é um sacrifício conjugar as duas coisas”, reconheceu ao jornal A Bola em dezembro de 2013.
“É um espírito totalmente diferente. Aqui vive-se mesmo o Mineiro. A vila para ao fim de semana porque o clube joga. É marcante. Não consigo comparar esta terra com nenhuma outra”, acrescentou.
“Foram 12 épocas seguidas de muita entrega e alguns sacrifícios, não só meus, mas também por colegas. Não era fácil, trabalhávamos de noite e íamos jogar no dia seguinte, havia semanas que tínhamos de treinar sozinhos, não era fácil nem para nós, nem para os colegas e treinador. Felizmente, sempre com um empurrão daqui outro dali as coisas funcionaram. Creio que a estabilidade que alcancei em Aljustrel também se deve muito há forma como desde sempre fui tratado e há forma como a vila vivia o futebol. Sempre foram muito carinhosos comigo e com os meus”, contou ao Desporto Bejense.
Depois transferiu-se para o Guadiana, regressando a Aljustrel a meio da época 2017-18 para encerrar a carreira, aos 40 anos.
1. Carlos Estebaínha (59 jogos)
Carlos Estebaínha |
Lateral/médio esquerdo natural de
Aljustrel,
começou a jogar futebol nas ruas da vila antes de ingressar na formação do Mineiro
Aljustrelense aos nove anos. “Infelizmente apenas iniciei a prática
federada em 1991/92, na altura as competições apenas começavam no escalão de
iniciados, por isso, apesar de treinar no Mineiro
Aljustrelense desde os 9 anos, apenas em idade de iniciado pude começar a
jogar. Jogávamos no antigo campo das minas, e quer fizesse chuva, quer fizesse
sol, lá ia o Carlos no seu percurso, diariamente”, recordou ao portal Desporto
Bejense em agosto de 2019.
No entanto, foi no Desp.
Beja que concluiu a formação e iniciou o seu trajeto como sénior. “Na época
1995-96, o Mineiro
Aljustrelense disputou até à ultima o campeonato distrital de juniores
frente ao Desp.
Beja, e apesar da nossa excelente temporada foram eles os vencedores. No
final desse mesmo ano, os responsáveis do clube convidaram-me para representar
o clube no campeonato nacional e foi assim que me mudei”, contou.Entretanto passou por União da Madeira e Moura antes de regressar à casa-mãe em 2003-04 para contribuir para a conquista do título distrital da AF Beja. “Pela primeira vez como sénior representei o clube da terra. Era um plantel construído com o objetivo de ser campeão e mais uma vez conseguimo-lo. Nas minhas primeiras temporadas no futebol distrital acabei por me sagrar bicampeão”, recordou Carlos Estebaínha.
Entretanto transferiu-se para o Vasco da Gama de Sines e voltou ao Desp. Beja antes de se fixar definitivamente no Mineiro Aljustrelense no verão de 2007. “Na época 2007-08, à beira de completar 30 anos, recebi uma proposta do Mineiro, clube da terra, onde me tinha iniciado, por onde já tinha passado numa primeira passagem como sénior e com um bom projeto. O Mineiro Aljustrelense pretendia subir de divisão, era altura de regressar à minha terra e jogar pelo meu clube, algo que felizmente veio a acontecer”, prosseguiu.
Na época de regresso ao clube contribuiu para a obtenção do primeiro lugar na Série F da III Divisão e consequente promoção à II Divisão B, patamar em que disputou um total de 59 encontros (todos a titular) e apontou quatro golos entre 2008 e 2010. Em 2008-09 ajudou o emblema tricolor a assegurar a permanência, mas na temporada seguinte mostrou-se impotente para evitar a descida à III Divisão.
“Felizmente para mim, e também graças ao trabalho que desenvolvemos, fui campeão noutros clubes, em todos os lugares por onde passei, dediquei-me e sempre defendi a camisola que vestia, mas acho que ser campeão no clube da terra, no clube onde nos formamos como homens é diferente… para mim Mineiro é Mineiro, o Mineiro Aljustrelense foi o clube onde me iniciei a jogar futebol, é o clube do meu coração, é o clube pelo qual dei tudo o que podia para o representar da melhor forma. Disputei vários campeonatos, com grandes equipas e grandes jogadores, mas para mim essas foram as melhores épocas da minha carreira, com bastante trabalho e sacrifícios é verdade, mas também com alegrias inimagináveis. Essas épocas correram bem porque acima de tudo, fosse qual fosse o grupo de trabalho, a palavra que nos vinha à cabeça era família, fossemos muitos, fossemos poucos, ali eramos todos uma família e todos trabalhávamos para o mesmo objetivo”, concluiu, em jeito de balanço.
O polivalente jogador haveria de se manter no clube até 2017, tendo voltado a festejar o título distrital em 2013-14 e 2015-16. Em 2011-12 e 2012-13 teve no plantel a companhia do irmão mais novo, Zé Luís Estebaínha.
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