Esperança de Lagos contabilizou quatro participações na II Divisão B |
Fundado a 20 de setembro de 1912,
o Clube de Futebol Esperança de Lagos sucedeu ao Lagos Football Clube e deve o
seu nome à namorada de um dos fundadores, José Victor Adragão, que tinha um
romance com Esperança Rodrigues.
O emblema lacobrigense, um dos
mais antigos do Algarve,
contabilizou sete presenças na II Divisão durante as décadas de 1970 e 1980. Após
a reformulação dos quadros competitivos participou por quatro vezes
(consecutivas) na II Divisão B, entre 1990-91 e 1993-94, tendo alcançado na
primeira dessas temporadas, o 11.º lugar. Em termos de Taça
de Portugal o melhor que conseguiu foi atingir os quartos de final em
1980-81.
Desde que caiu na III Divisão Nacional,
em 1994, que o Esperança tem alternado entre o último patamar nacional e o
primeiro distrital, estando presentemente a competir no Campeonato de Portugal.
Vale por isso a pena recordar os
dez futebolistas com mais jogos pelo Esperança de Lagos na II Divisão B.
10. Magno (60 jogos)
Magno |
Extremo brasileiro que chegou a
Portugal em 1988 para representar o Portimonense,
então na I
Divisão, não encontrou espaço, mas prosseguiu a carreira no Algarve
ao serviço do Almancilense.
Em 1990-91 mudou-se para o
Esperança da Lagos, tendo nessa época disputado 31 jogos (nove a titular) e
apontado seis golos, diante de Alverca
(dois), Oriental,
Seixal, Olhanense
e União
de Santiago.
Na temporada seguinte atuou em 29
partidas (24 a titular) e faturou por quatro vezes, frente a Lusitânia, O
Elvas, Lusitano Évora e Imortal.
Depois mudou-se para o Moura.
9. Carlos Brito (76 jogos)
Carlos Brito |
Defesa central de baixa estatura nascido
em Angola,
começou nas camadas jovens do Centro de Lagos, mas fez quase toda a formação no
Esperança, clube pelo qual chegaria à categoria sénior em 1990-91, época em que
participou num jogo.
Embora as lesões não lhe tivessem
dados tréguas, atuou em 13 partidas (12 a titular) na temporada seguinte e 31
em ambas as épocas que se seguiram, tendo por isso feito parte das quatro
participações dos lacobrigenses na II Divisão B.
Após a descida à III Divisão
permaneceu no clube até 1999, tendo pendurado as botas ainda antes de comemorar
o 28.º aniversário, despedindo-se da carreira em 1999-00 ao serviço do Mexilhoeira
Grande.
“Um jogador que vai cimentando as
suas qualidades, cujo posicionamento no terreno e leitura de jogo, velocidade
de reação e agilidade, dão-lhe o brilho necessário para que em termos técnicos
venha a melhorar gradualmente, constatando-se que temos entre nós um valor incontestável
e que num futuro próximo dará o salto para o topo do futebol português”,
escreveu no início da década de 1990 o Correio
de Lagos, num recorte recuperado pelo Arquivo
C.F.E.L.
8. Zequinha (80 jogos)
Zequinha |
Avançado possante, combativo e
bom cabeceador natural de Sesimbra,
que vinha a fazer uma carreira maioritariamente em clubes da margem
sul do Tejo, teve três passagens pelo Esperança de Lagos: a primeira entre
1981 e 1983 (na II e na III Divisão), a segunda entre 1985 e 1987 (na III e na
II) e a terceira entre 1989 e 1993 (na III e na II B).
Nesta última passagem, já depois
de ter passado por dois dos clubes mais importantes da II Divisão, Gil
Vicente e Recreio
de Águeda, ajudou a formação lacobrigense a ascender à II Divisão B e a
manter-se por lá nos anos seguintes.
Em três anos em Lagos a jogar a
II B somou 80 jogos (66 a titular) e 11 golos, diante de Seixal, Loures,
Juventude de Évora, Sintrense
e Olivais e Moscavide (dois) em 1990-91, Silves, União
de Santiago e Lusitânia na época seguinte e Olivais e Moscavide e Montijo
em 1992-93.
7. Paulinho (86 jogos)
Paulinho |
Médio ofensivo/extremo
esquerdino, talentoso e com um remate forte, foi um dos principais jogadores do
Esperança de Lagos durante a década de 1990.
Lacobrigense de gema, passou pelo
clube nas camadas jovens e voltou quando ascendeu a sénior, tendo passado pelos
juvenis e juniores do Farense
pelo meio.
Em 1991-92 disputou 21 jogos (13
a titular) e marcou um golo ao Vasco
da Gama de Sines. Na época seguinte ganhou espaço, participando nas 34
jornadas (32 a titular) e apontando dois golos, diante de Fanhões e Lusitano
Évora. E na terceira e última temporada na II Divisão atuou em 31 encontros (31
a titular) e faturou por três vezes, frente a União de Montemor, O
Elvas e Fanhões.
Haveria de continuar no clube até
2000, sempre na III Divisão, tendo, entretanto, conquistado o estatuto de
capitão. “Paulinho é simplesmente o patrão da equipa, goleador e armador de
jogo. Saltando da ala esquerda para o centro do terreno, este jogador tem notas
elevadas”, escreveu em 1998-99 o Jornal
de Lagos, num recorte recuperado pelo Arquivo
C.F.E.L.
Em 2000 rumou ao vizinho
Odiáxere, clube pelo qual jogou na II Divisão Distrital durante os dois
derradeiros anos da carreira.
6. Zé Manuel (94 jogos)
Zé Manuel |
Avançado veloz e possante nascido
na Guiné-Bissau,
mas desde tenra idade em Portugal, passou por Estrela
da Amadora e Samora Correia na II Divisão no final da década de 1988 antes
de rumar ao Algarve
para representar o Silves em 1988.
Três anos depois transferiu-se para
o Esperança de Lagos, clube pelo qual brilhou entre 1991 e 1994 na II Divisão
B, tendo somado um total de 94 jogos (76 a titular) e 20 golos, tendo brilhado
sobretudo em 1992-93, quando amealhou 14 remates certeiros.
Atlético, Amora,
Silves e Juventude Évora em 1991-92, Quarteirense (dois), União
de Santiago (três), Fanhões, Alverca,
Lusitano Évora (três), Vasco
da Gama de Sines (dois), Sintrense
e Montijo na época seguinte e Alverca
e Fanhões em 1993-94 foram as vítimas de Zé Manuel.
Seguiu-se o salto para o Portimonense,
então na II Liga, onde não foi feliz.
Porém, haveria de regressar a
Lagos em 1996 para jogar duas épocas na III Divisão.
5. Hélder Lúcio (94 jogos)
Hélder Lúcio |
Disputou 94 jogos tal como Zé
Manuel, mas amealhou mais 1200 minutos em campo – 8357 contra 7157.
Defesa central/trinco
lacobrigense, subiu a pulso na carreira, tendo jogado nos distritais ao serviço
de modestos emblemas como Amador de Lagos, Mexilhoeira Grande, Aljezurense e Alvorense
antes de chegar à II Divisão em 1987 para representar o Silves.
Dois anos depois assinou
finalmente pelo clube mais representativo da terra-natal, ajudando o Esperança
a subir à II Divisão B em 1990. Seguiram-se três anos como titular indiscutível
no terceiro escalão do futebol português, tendo somado 94 jogos (todos como
titular) e quatro golos – União
de Santiago, Quarteirense e Juventude Évora em 1991-92 e O
Elvas na época seguinte foram as vítimas de Hélder Lúcio.
Embora tivesse os estatutos de
titular indiscutível e capitão, no verão de 1993 deixou o Esperança e voltou ao
Alvorense, então nos distritais.
A sua filha, Cláudia Neto, é uma das melhores
futebolistas portuguesas de todos os tempos.
4. Helinho (96 jogos)
Helinho |
Lateral esquerdo/médio
lacobrigense, cumpriu grande parte da formação no Sporting,
ao lado de jogadores como Paulo Torres, Abel Xavier, Secretário, Amaral
e Cadete, chegando a jogar pela seleção nacional de sub-16.
Quando subiu a sénior rumou ao
Samora Correia, mas no verão seguinte, o de 1990, regressou a Lagos para
representar o Esperança. Em quatro temporadas na II Divisão B ao serviço do
clube da terra totalizou 96 jogos (92 a titular) e dois golos, ambos de penálti
em 1991-92, diante de Amora
e Montijo.
Após a descida à III Divisão
haveria de continuar no clube por mais uma época, rumando depois aos açorianos
do União Micaelense.
Em 1998 voltou ao Esperança de Lagos
para mais dois anos com a camisola amarela, ambos na III Divisão. Nesta última
fase da carreira deixou o lado esquerdo da defesa para reforçar o meio-campo, conforme
frisa um recorte retirado Jornal de Lagos
pelo Arquivo
C.F.E.L.: “Helinho é a grande novidade na mudança tática, surgindo no
meio-campo quase sempre como trinco. Regressou a uma posição que lhe era
familiar no Sporting
e onde se sente como peixe na água. Melhorou os seus níveis exibicionais e
emprestou outra dinâmica à equipa.”
3. Carlinhos (98 jogos)
Carlinhos |
Médio ofensivo lacobrigense muito
rápido, dinâmico e tecnicista, foi formado no Esperança de Lagos e subiu à
equipa principal em 1988-89, então na II Divisão, não evitando a despromoção à
III.
Na época seguinte subiu à II B e
por lá ficou durante quatro temporadas, as melhores de uma carreira marcada por
lesões, tendo acumulado 98 jogos (76 a titular) e quatro golos, diante de
Juventude Évora e Olivais e Moscavide em 1990-91 e frente a Quarteirense e Imortal
na temporada que se seguiu.
Após a descida à III Divisão
continuou no clube até 2000, rumando depois ao vizinho Odiáxere, tal como
Helinho e Paulinho. Pelo meio esteve quase para se mudar para Lisboa, em
virtude do seu ingresso na universidade, mas acabou por ficar matriculado na
Universidade do Algarve.
“Apoquentado por diversas lesões,
há muito que este talentoso médio não pode exteriorizar as suas faculdades. De
facto, todos anseiam que Carlinhos possa pôr em prática toda a sua classe e
contribuir decisivamente para o sucesso da equipa”, escreveu o Correio de Lagos em 1995-96. “Carlinhos
voltou a ter alegria e a revelar as suas faculdades. Quem sabe nunca esquece.
As lesões têm castigado este jogador, mas quando em condições normais, pauta as
suas intervenções com notas altas”, podia ler-se no Jornal de Lagos três épocas depois, em mais um recorte recuperado
pelo Arquivo
C.F.E.L.
2. Pá (98 jogos)
Pá |
Disputou 98 jogos tal como
Carlinhos, mas amealhou mais 2272 minutos em campo – 8506 contra 6234.
Defesa central/trinco que vinha a
fazer carreira na região centro ao serviço de clubes como Quiaios e Mealhada, rumou
ao sul do país para assinar pelo Esperança de Lagos em 1990.
Em três temporadas ao serviço dos
lacobrigenses foi titular em 95 dos 98 que disputou na II Divisão B e marcou
dois golos, diante do Oriental
em 1990-91 e do Silves na época seguinte.
Após ajudar os algarvios
a assegurar a permanência por três vezes consecutivas rumou a norte para
representar os transmontanos do Régua.
1. Márcio (110 jogos)
Márcio |
Por último, mas nem por isso
menos importante, o médio brasileiro Márcio, formado no conceituado Vasco da
Gama e que chegou a Portugal em janeiro de 1989 para representar o Oriental
na II Divisão.
Meio ano depois rumou ao Algarve
para jogar pelo Almancilense e em 1990-91 reforçou o Esperança de Lagos, clube
que haveria de representar durante quatro temporadas, sempre na II Divisão B e
como titular indiscutível.
Pelo emblema lacobrigense
disputou 110 jogos (102 a titular) e marcou 15 golos, diante de Seixal, Loures
e Sintrense
em 1990-91, Quarteirense, Alverca,
Atlético (dois) e Vasco
da Gama de Sines na época seguinte, Sintrense,
Olhanense
e Olivais e Moscavide em 1992-93 e Olivais e Moscavide, Barreirense,
Alverca
e O
Elvas na quarta e derradeira temporada.
Após a despromoção rumou ao
Benfica Castelo Branco para continuar a jogar na II Divisão B.
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