Fundado a 8 de setembro de 1947,
o Clube Desportivo de Beja nasceu da fusão entre o Luso Sporting Clube, a União
Sporting Clube e o Pax-Júlia Atlético Clube, embora os estatutos do clube considerem
como data de fundação a do Luso Sporting Clube, 16 de junho de 1916.
Com um emblema constituído por um
escudo emoldurado por duas espigas de trigo amarelo, as coroas das armas de Beja
e a Torre de Menagem de Beja,
o clube do Baixo Alentejo
viveu a fase de maior fulgor a meio da década de 1990, quando participou na II
Liga em 1996-97. 37 pontos em 34 jornadas revelaram-se insuficientes para
evitar o 17.º (e penúltimo) lugar e a consequente despromoção.
Essa participação no segundo
escalão foi o culminar de uma ascensão meteórica que em dois anos levou o clube
da III Divisão à II Liga, num trajeto que incluiu o título nacional da III
Divisão em 1994-95.
Depois da despromoção à II
Divisão B em 1997, a formação bejense
permaneceu nos campeonatos nacionais até 2007, quando caiu nos distritais da AF
Beja. E desde 2018 que desativou a equipa sénior.
Numa época na II Liga, 25
futebolistas jogaram pelo Desportivo de Beja. Vale por isso a pena recordar os
dez que o fizeram por mais vezes.
10. Sidi (25 jogos)
Sidi |
Central/médio defensivo guineense
de elevada estatura, reforçou o Desportivo de Beja no verão de 1996, aquando da
promoção à II Liga, depois ter iniciado a carreira no futebol
algarvio ao serviço de Ginásio Tavira e Olhanense.
Ao serviço dos bejenses
no segundo escalão, disputou 25 jogos (17 a titular) e marcou um golo na visita
ao Varzim.
Na temporada seguinte continuou
na equipa alentejana,
na II Divisão B, e depois passou pelos açorianos do Operário antes de
prosseguir a carreira nas divisões secundárias da Alemanha.
9. Carlos Freitas (25 jogos)
Carlos Freitas |
Disputou 25 jogos tal como Sidi,
mas amealhou mais 394 minutos em campo – 1904 contra 1510.
Avançado açoriano, passou por
vários clubes do sul do país, como Vitória
de Setúbal, Montijo, União Montemor e Vasco
da Gama de Sines, antes de reforçar o Desportivo de Beja aquando da subida
à II Liga, no verão de 1996.
Embora só tenha disputado 25
jogos (22 a titular) na II Liga e feito parte de uma equipa que desceu de
divisão, sagrou-se o melhor marcador do campeonato, com 17 golos – Académico
Viseu (três), Sp.
Covilhã (três), Feirense, Paços
de Ferreira (dois), Tirsense (dois) e Varzim (três), União da Madeira
(três) foram as vítimas de Carlos Freitas.
Apos a despromoção, o bombardeiro
açoriano prosseguiu a carreira na II Liga ao serviço do Penafiel,
tendo sido igualmente feliz nos durienses.
8. Joy (26 jogos)
Joy |
Avançado nascido em Luanda,
também chegou a Beja
no verão de 1996, já com experiência de II Liga ao serviço de Desp.
Aves e Feirense, após ter passado por Barreirense,
Vasco
da Gama de Sines, Esperança de Lagos e Alverca.
Na capital do Baixo Alentejo
não foi titular indiscutível, mas atuou em 26 partidas (11 no onze inicial) e
faturou por três vezes, diante de Varzim, Desp.
Aves e Estoril.
7. Zé Aníbal (26 jogos)
Zé Aníbal |
Disputou 26 jogos tal como Joy,
mas amealhou mais 428 minutos em campo – 1722 contra 1294.
Médio de características
ofensivas natural de Samora Correia, concelho de Benavente, trocou os ribatejanos
do Vilafranquense pelos alentejanos
do Desportivo de Beja no verão de 1996 e não foi por ele que os bejenses
não passaram mais tempo na II Liga.
Em 26 jogos, 18 na condição de
titular, Zé Aníbal apontou dez golos, diante de Feirense, Académico Viseu,
Académica, Paços
de Ferreira, Tirsense, Varzim, Campomaiorense, União de Lamas, Felgueiras e
Sp.
Covilhã, ainda assim insuficientes para evitar a despromoção.
Haveria de continuar mais uma
época na formação alentejana,
brilhando na II Divisão B ao apontar 19 golos em 1997-98, o que lhe garantiu o
bilhete de regresso à II Liga pela porta do Penafiel,
onde reencontrou Carlos Freitas.
6. João Carlos (29 jogos)
João Carlos |
Mais um médio de características
ofensivas, este natural de Setúbal
e formado no Vitória
ao lado de Hélio,
tendo ainda passado por Santa
Clara, Montijo, Vasco
da Gama de Sines, Silves, O
Elvas, Barreirense
e Quarteirense antes de dar o salto para a II Liga pela porta do Desportivo de
Beja no verão de 1996.
Maioritariamente titular,
disputou 29 jogos (24 no onze inicial) e marcou um golo ao Desp.
Aves, não conseguindo evitar a despromoção.
Haveria de continuar mais uma
época nos bejenses,
na II Divisão B, rumando depois ao Imortal,
onde foi oriental pelo conterrâneo Ricardo Formosinho. Até ao final da carreira representou ainda Lusitânia Lourosa, Alcochetense, Alcanenense, Atlético e Comércio e Indústria.
5. Vado (29 jogos)
Vado |
Disputou 29 jogos tal como João
Carlos, mas amealhou mais 385 minutos em campo – 2301 contra 1916.
Médio ofensivo de baixa estatura
(1,67 m) que brilhou ao serviço de Portimonense,
Marítimo e Sp.
Braga na I
Divisão, chegou a Beja
no verão de 1996, aos 27 anos, cerca de um ano e meio depois de ter jogado por
duas (de três) vezes pela seleção nacional “AA”.
Reforço de peso titularíssimo no
meio-campo bejense,
participou em 29 jogos (27 a titular) e marcou um golo ao Desp.
Aves na II Liga, não evitando a despromoção.
Após a descida de divisão
continuou mais uma temporada no clube, na II B, mas depois voltou a Portimão.
4. Chico Nikita (29 jogos)
Chico Nikita |
Disputou 29 jogos tal como Vado e
João Carlos, mas somou mais minutos do que os companheiros: 2541.
Defesa central cabo-verdiano
que surgiu no futebol português em 1988 para representar o Académico Viseu e
que jogou na I
Divisão pelos viseenses e pelo Penafiel,
trocou o Portimonense
pelo Desportivo de Beja no verão de 1996, acompanhando o treinador José Torres.
Ao serviço dos bejenses
disputou 29 partidas (28 a titular) na II Liga e faturou por três vezes, diante
de Tirsense, Felgueiras e Académica, não evitando a despromoção.
Depois da descida de divisão não
voltou a jogar futebol.
3. Edmundo (30 jogos)
Edmundo |
Defesa central natural de Setúbal,
formado no Vitória,
e com passagem de dois anos pelo Benfica,
clube pelo qual se sagrou campeão nacional e vice-campeão europeu, foi um dos
reforços de peso do Desportivo de Beja no verão de 1996, numa fase em que
estava à beira dos 33 anos.
Embora já estivesse na curva descendente
da carreira conseguiu disputar 30 jogos (todos a titular) e marcar um golo ao
União de Lamas na II Liga, mas não evitou a despromoção.
Após a descida de divisão continuou
no Alentejo
ao serviço do União de Montemor, na II Divisão B, colocando aí um ponto final
no seu percurso como futebolista.
2. Rolo (31 jogos)
Rolo |
Um dos jovens jogadores que chegaram
a Beja
por empréstimo do Vitória
de Setúbal, a par de Marco Tábuas e João de Deus, tendo sido o mais utilizado
entre os três.
Lateral direito de posição, foi
titular nos 31 jogos que disputou ao serviço dos bejenses,
mas foi impotente para evitar a despromoção.
Na época seguinte voltou ao Bonfim,
mas não se afirmou. Ainda assim, haveria ainda de jogar na II Liga espanhola com
a camisola do Getafe e na I
Liga portuguesa ao serviço do Beira-Mar.
1. Grosso (32 jogos)
Grosso |
Lateral esquerdo experiente,
formado no Vitória
de Setúbal e com experiência de I
Divisão adquirida ao serviço de Fafe
e Belenenses,
é o único jogador desta lista que contribuiu para a promoção do Desportivo de
Beja ao II Liga em 1995-96.
Na temporada seguinte manteve-se
de pedra e cal no onze bejense
e disputou 32 jogos (31 a titular) no segundo escalão, não conseguindo evitar a
despromoção.
Após a descida de divisão rumou
ao União de Montemor, onde reencontrou os conterrâneos Edmundo e Ricardo
Formosinho.
Entretanto tornou-se treinador e
regressou ao Desportivo de Beja em 2003-04, quando o clube militava na III
Divisão.
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