Seguindo a tendência de
campeonatos de vários países de todo o mundo que regressaram à atividade devido
à pandemia
de covid-19, agora é na China,
onde o vírus
nasceu, que terá a sua Super
Liga de volta.
Criada em 2004 de forma a
reformular a antiga Chinese Jia-A League, o campeonato
chinês já foi disputado por 31 clubes e coroou sete como campeões: Guangzhou
Evergrande (8), Shandong Luneng (3), Beijing Guoan, Shanghai SIPG, Shenzhen
Jianlibao, Dalian Shide e Changchun Yatai.
A acolher jogadores portugueses
desde 2012, a Super
Liga Chinesa ainda não consagrou nenhum futebolista luso como campeão,
embora o treinador Vítor Pereira tenha levado Shanghai SIPG ao primeiro - e
para já único - título da sua história em 2018.
Vale por isso a pena recordar os nove
jogadores portugueses que já atuaram na Super
Liga Chinesa.
Manú (2012)
Manú |
Extremo que na I
Liga portuguesa tinha representado Alverca,
Estrela
da Amadora, Benfica
e Marítimo e que já tinha passado em clubes estrangeiros como os italianos
do Modena, os gregos do AEK Atenas e os polacos do Légia Varsóvia, foi
anunciado como reforço do Beijing Guoan, então orientado por Jaime Pacheco, a 9
de dezembro de 2011.
Logo no segundo jogo na Super
Liga Chinesa, que culminou numa vitória caseira sobre o Shanghai Shenhua
(3-2), marcou na competição. Haveria de atuar em sete partidas (seis como
titular) no campeonato, todas nas primeiras oito jornadas.
Depois não voltou a jogar, até
porque a chegada do conceituado avançado internacional maliano Frédéric Kanouté
e a regra que limita a utilização de estrangeiros lhe retiraram espaço de
manobra.
Ricardo Esteves (2012)
Ricardo Esteves |
Se Jaime Pacheco levou Manú para
o Beijing Guoan, foi outro treinador português, Nelo
Vingada, quem levou Ricardo Esteves para o Dalian Shide.
Tal como o extremo, este antigo
lateral direito de Benfica,
Vitória
de Setúbal, Alverca,
Sp.
Braga, Nacional,
Paços
de Ferreira e Marítimo disputou a Super
Liga Chinesa em 2012, atuou em sete partidas e marcou um golo.
O golo de Ricardo Esteves – genro
de Nelo
Vingada – foi apontado logo na jornada inaugural, no desaire caseiro com o Changchun
Yatai (1-2), e fez dele o primeiro jogador português a marcar na competição.
Seguiram-se apenas mais seis
jogos, todos até à 7.ª jornada, em meados de abril. Depois pendurou as botas.
“Na altura em que fui para lá, foi na altura do Drogba e do Anelka, foi na
altura em que a China
começou a querer dar a conhecer o futebol, mas... a falta de organização, os
jogadores muito pouco profissionais… Não foi um país onde gostei de jogar e
decido acabar a minha carreira por causa de uma lesão que tive lá”, contou à Tribuna Expresso em 2018.
Rúben Micael (2015 e 2016)
Rúben Micael |
O jogador português com mais
jogos de sempre na Super
Liga Chinesa: 38.
Depois de um percurso feito
essencialmente em Portugal em clubes como Nacional,
FC
Porto e Sp.
Braga, Rúben
Micael rumou no verão de 2015 aos chineses do Shijiazhuang Ever Bright,
onde teve a companhia de jogadores como o islandês Eidur Gudjohnsen e vários
futebolistas que atuaram no futebol português como Mario Rondón, Rodrigo
Defendi e Matheus.
Na primeira meia época foi a
tempo de disputar 11 jogos (oito como titular) e marcar um golo ao Shandong
Luneng, contribuindo para o sétimo lugar no final do campeonato, apesar de ter
estado durante algum tempo afastado dos relvados devido a uma rutura no menisco.
Na segunda temporada esteve em 27
partidas (todas como titular) e faturou diante de Shandong Luneng, Henan Jianye
e Tianjin Teda, mas foi impotente para evitar a despromoção.
Em 2017 esteve cedido ao Maccabi
Telavive e depois voltou a Portugal.
Ricardo Carvalho |
Ricardo Carvalho (2017)
Aos 39 anos, depois de uma
carreira recheada de títulos ao serviço de clubes como FC
Porto, Chelsea,
Real Madrid e Mónaco
e um ano após se ter sagrado campeão europeu de seleções por Portugal, Ricardo
Carvalho rumou à China
para encerrar a carreira.
Às ordens de André Villas Boas e ao
lado de Hulk no Shangai SIPG, atuou em quatro jogos (todas como titular) na Super
Liga Chinesa em 2017.
Depois pendurou as botas, tendo
voltado ao futebol em 2019-20 para ser adjunto de Villas Boas no Marselha.
Ricardo Vaz Tê (2017 e 2018)
Ricardo Vaz Tê |
Depois de um longo percurso no
futebol britânico, Ricardo Vaz Tê deixou os turcos do Akhisar para rumar aos
chineses do Henan Jianye no verão de 2017 e em ano e meio tornou-se no
futebolista luso com mais golos na Super
Liga Chinesa, com 16 golos.
Na primeira meia época foi
utilizado em apenas cinco jogos (todos como titular), mas apontou igual número
de golos, tornando-se no primeiro jogador português a bisar na Super
Liga Chinesa a 10 de setembro de 2017, numa vitória fora de portas diante
do Shanghai Shenhua (2-1). Depois também faturou frente a Guizhou Hengfeng, Shandong
Luneng e Guangzhou R&F.
Na temporada seguinte voltou a
estar em bom plano, tendo apontado 11 golos em 21 jogos (20 a titular). Guangzhou
R&F (dois), Guizhou Hengfeng (dois), Tianjin Tianhai (dois), Dalian Pro, Shanghai
SIPG, Changchun Yatai e Shanghai Shenhua (dois) foram as vítimas de Vaz Tê.
Apesar dos 16 golos em ano e meio,
em 2019 continuou na China,
mas no segundo escalão, com a camisola do Qingdao Huanghai.
José Fonte (2018)
José Fonte |
Causou estranheza a decisão de
José Fonte em rumar à China
em fevereiro de 2018. A poucos meses do Campeonato do Mundo, numa altura em que
era titular na seleção nacional, deixou o West Ham e a Premier
League para assinar pelo Dalian Yifang.
Em meia época às ordens do alemão
Bernd Schuster e ao lado de jogadores como Nico Gaitán e Yannick Ferreira
Carrasco, o central português atuou em sete partidas, todas na condição de titular,
ganhando assim algum ritmo antes de disputar o Mundial.
Porém, depois do torneio voltou à
Europa para representar os franceses do Lille. “O meu tempo na China
e no Dalian chega ao fim. Foi uma experiência inesquecível e sinto-me abençoado
por ter sido tratado da melhor forma por todos”, escreveu o defesa numa
mensagem de despedida nas redes sociais.
Orlando Sá (2018)
Orlando Sá |
A estadia de Orlando Sá na China
durou menos de cinco meses. A 28 de fevereiro de 2018 assinou pelo Henan Jianye,
mas a 19 de julho já estava novamente a assinar pelos belgas do Standard Liège,
clube que tinha deixado precisamente para rumar ao futebol
chinês.
Apesar do golo na estreia, que
deu a vitória em casa sobre o Tianjin Teda, o avançado português não foi além
de cinco jogos (todos a titular) na Super
Liga Chinesa não tendo voltado a faturar.
“O clima é melhor que em Liège e
o facto de já ter jogado em diferentes países ajuda a facilitar a integração. O
mais complicado foi talvez a questão do jet-lag,
nos primeiros dias... aqui são mais oito horas que em Portugal. A vida na China,
bem, viver aqui tem sido uma experiência engraçada, Todos os dias vejo coisas
diferentes, umas boas outras nem por isso, mas é como em todo lado. Tal como
disse anteriormente, tenho tido uma boa adaptação. Só mesmo as saudades da
família e amigos que é mais difícil de lidar”, afirmou, após o jogo de estreia.
Pedro Delgado (2019)
Pedro Delgado |
Ao contrário da maioria dos seus
compatriotas, que rumam à China
na fase descendente da carreira, este médio ofensivo que passou pela formação
de Sporting
e Inter de Milão assinou pelo Shandong Luneng aos 21 anos, em dezembro de 2018.
Porém, Pedro Delgado só se
estreou pelo novo clube em junho de 2019, já depois de ter adquirido…
nacionalidade chinesa. Até ao final da época participou em seis jogos (cinco
como titular), atuando ao lado de jogadores como o belga Marouane Fellaini, o
italiano Graziano Pellè e o brasileiro Gil.
Em janeiro de 2020, porém, foi
emprestado ao Desp.
Aves, embora tenha contrato com o clube chinês até dezembro de 2023.
Dyego Sousa (2019)
Dyego Sousa |
Portugueses são todos aqueles que
têm nacionalidade portuguesa. Por isso, também se pode considerar que Dyego
Sousa, nascido em São Luís, no estado brasileiro do Maranhão, o é.
Poucos meses após se ter estreado
pela seleção nacional portuguesa, transferiu-se do Sp.
Braga para o Shenzhen por 5,4 milhões de euros. “Acho que o futebol chinês
já evoluiu muito, há muitos que jogam lá e que estão nas seleções. Quando
cheguei a Portugal ninguém esperava ver o Dyego Sousa na Seleção. Na China,
ao mais alto nível, acho que vou ter a oportunidade. Espero continuar na Seleção,
manter o nível, deixar lá a minha marca. Recebi uma mensagem do Cristiano
[Ronaldo] a mandar-me força”, afirmou, aquando da chegada à China.
Na primeira meia época na Super
Liga Chinesa, atuou em 10 partidas (nove a titular) e marcou três golos,
dois ao Guangzhou R&F e um ao Shanghai Shenhua, tendo como treinador o
italiano Roberto Donadoni.
Depois foi cedido ao Benfica
até final de 2020.
Em 2020, Daniel Carriço integra o plantel do Wuhan Zall e, caso chegue a estrear-se, tornar-se-á no
10.º jogador português a atuar na Super
Liga Chinesa.
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