sexta-feira, 24 de julho de 2020

Os 9 jogadores portugueses que jogaram na Super Liga Chinesa

Os nove jogadores portugueses que atuaram na Super Liga Chinesa
Seguindo a tendência de campeonatos de vários países de todo o mundo que regressaram à atividade devido à pandemia de covid-19, agora é na China, onde o vírus nasceu, que terá a sua Super Liga de volta.

Criada em 2004 de forma a reformular a antiga Chinese Jia-A League, o campeonato chinês já foi disputado por 31 clubes e coroou sete como campeões: Guangzhou Evergrande (8), Shandong Luneng (3), Beijing Guoan, Shanghai SIPG, Shenzhen Jianlibao, Dalian Shide e Changchun Yatai.


A acolher jogadores portugueses desde 2012, a Super Liga Chinesa ainda não consagrou nenhum futebolista luso como campeão, embora o treinador Vítor Pereira tenha levado Shanghai SIPG ao primeiro - e para já único - título da sua história em 2018.

Vale por isso a pena recordar os nove jogadores portugueses que já atuaram na Super Liga Chinesa.


Manú (2012)

Manú
Extremo que na I Liga portuguesa tinha representado Alverca, Estrela da Amadora, Benfica e Marítimo e que já tinha passado em clubes estrangeiros como os italianos do Modena, os gregos do AEK Atenas e os polacos do Légia Varsóvia, foi anunciado como reforço do Beijing Guoan, então orientado por Jaime Pacheco, a 9 de dezembro de 2011.
Logo no segundo jogo na Super Liga Chinesa, que culminou numa vitória caseira sobre o Shanghai Shenhua (3-2), marcou na competição. Haveria de atuar em sete partidas (seis como titular) no campeonato, todas nas primeiras oito jornadas.
Depois não voltou a jogar, até porque a chegada do conceituado avançado internacional maliano Frédéric Kanouté e a regra que limita a utilização de estrangeiros lhe retiraram espaço de manobra.



Ricardo Esteves (2012)

Ricardo Esteves
Se Jaime Pacheco levou Manú para o Beijing Guoan, foi outro treinador português, Nelo Vingada, quem levou Ricardo Esteves para o Dalian Shide.
Tal como o extremo, este antigo lateral direito de Benfica, Vitória de Setúbal, Alverca, Sp. Braga, Nacional, Paços de Ferreira e Marítimo disputou a Super Liga Chinesa em 2012, atuou em sete partidas e marcou um golo.
O golo de Ricardo Esteves – genro de Nelo Vingada – foi apontado logo na jornada inaugural, no desaire caseiro com o Changchun Yatai (1-2), e fez dele o primeiro jogador português a marcar na competição.
Seguiram-se apenas mais seis jogos, todos até à 7.ª jornada, em meados de abril. Depois pendurou as botas. “Na altura em que fui para lá, foi na altura do Drogba e do Anelka, foi na altura em que a China começou a querer dar a conhecer o futebol, mas... a falta de organização, os jogadores muito pouco profissionais… Não foi um país onde gostei de jogar e decido acabar a minha carreira por causa de uma lesão que tive lá”, contou à Tribuna Expresso em 2018.


Rúben Micael (2015 e 2016)

Rúben Micael
O jogador português com mais jogos de sempre na Super Liga Chinesa: 38.
Depois de um percurso feito essencialmente em Portugal em clubes como Nacional, FC Porto e Sp. Braga, Rúben Micael rumou no verão de 2015 aos chineses do Shijiazhuang Ever Bright, onde teve a companhia de jogadores como o islandês Eidur Gudjohnsen e vários futebolistas que atuaram no futebol português como Mario Rondón, Rodrigo Defendi e Matheus.
Na primeira meia época foi a tempo de disputar 11 jogos (oito como titular) e marcar um golo ao Shandong Luneng, contribuindo para o sétimo lugar no final do campeonato, apesar de ter estado durante algum tempo afastado dos relvados devido a uma rutura no menisco.
Na segunda temporada esteve em 27 partidas (todas como titular) e faturou diante de Shandong Luneng, Henan Jianye e Tianjin Teda, mas foi impotente para evitar a despromoção.
Em 2017 esteve cedido ao Maccabi Telavive e depois voltou a Portugal.



Ricardo Carvalho

Ricardo Carvalho (2017)

Aos 39 anos, depois de uma carreira recheada de títulos ao serviço de clubes como FC Porto, Chelsea, Real Madrid e Mónaco e um ano após se ter sagrado campeão europeu de seleções por Portugal, Ricardo Carvalho rumou à China para encerrar a carreira.
Às ordens de André Villas Boas e ao lado de Hulk no Shangai SIPG, atuou em quatro jogos (todas como titular) na Super Liga Chinesa em 2017.
Depois pendurou as botas, tendo voltado ao futebol em 2019-20 para ser adjunto de Villas Boas no Marselha.


Ricardo Vaz Tê (2017 e 2018)

Ricardo Vaz Tê
Depois de um longo percurso no futebol britânico, Ricardo Vaz Tê deixou os turcos do Akhisar para rumar aos chineses do Henan Jianye no verão de 2017 e em ano e meio tornou-se no futebolista luso com mais golos na Super Liga Chinesa, com 16 golos.
Na primeira meia época foi utilizado em apenas cinco jogos (todos como titular), mas apontou igual número de golos, tornando-se no primeiro jogador português a bisar na Super Liga Chinesa a 10 de setembro de 2017, numa vitória fora de portas diante do Shanghai Shenhua (2-1). Depois também faturou frente a Guizhou Hengfeng, Shandong Luneng e Guangzhou R&F.
Na temporada seguinte voltou a estar em bom plano, tendo apontado 11 golos em 21 jogos (20 a titular). Guangzhou R&F (dois), Guizhou Hengfeng (dois), Tianjin Tianhai (dois), Dalian Pro, Shanghai SIPG, Changchun Yatai e Shanghai Shenhua (dois) foram as vítimas de Vaz Tê.
Apesar dos 16 golos em ano e meio, em 2019 continuou na China, mas no segundo escalão, com a camisola do Qingdao Huanghai.



José Fonte (2018)

José Fonte
Causou estranheza a decisão de José Fonte em rumar à China em fevereiro de 2018. A poucos meses do Campeonato do Mundo, numa altura em que era titular na seleção nacional, deixou o West Ham e a Premier League para assinar pelo Dalian Yifang.
Em meia época às ordens do alemão Bernd Schuster e ao lado de jogadores como Nico Gaitán e Yannick Ferreira Carrasco, o central português atuou em sete partidas, todas na condição de titular, ganhando assim algum ritmo antes de disputar o Mundial.
Porém, depois do torneio voltou à Europa para representar os franceses do Lille. “O meu tempo na China e no Dalian chega ao fim. Foi uma experiência inesquecível e sinto-me abençoado por ter sido tratado da melhor forma por todos”, escreveu o defesa numa mensagem de despedida nas redes sociais.


Orlando Sá (2018)

Orlando Sá
A estadia de Orlando Sá na China durou menos de cinco meses. A 28 de fevereiro de 2018 assinou pelo Henan Jianye, mas a 19 de julho já estava novamente a assinar pelos belgas do Standard Liège, clube que tinha deixado precisamente para rumar ao futebol chinês.
Apesar do golo na estreia, que deu a vitória em casa sobre o Tianjin Teda, o avançado português não foi além de cinco jogos (todos a titular) na Super Liga Chinesa não tendo voltado a faturar.
“O clima é melhor que em Liège e o facto de já ter jogado em diferentes países ajuda a facilitar a integração. O mais complicado foi talvez a questão do jet-lag, nos primeiros dias... aqui são mais oito horas que em Portugal. A vida na China, bem, viver aqui tem sido uma experiência engraçada, Todos os dias vejo coisas diferentes, umas boas outras nem por isso, mas é como em todo lado. Tal como disse anteriormente, tenho tido uma boa adaptação. Só mesmo as saudades da família e amigos que é mais difícil de lidar”, afirmou, após o jogo de estreia.



Pedro Delgado (2019)

Pedro Delgado
Ao contrário da maioria dos seus compatriotas, que rumam à China na fase descendente da carreira, este médio ofensivo que passou pela formação de Sporting e Inter de Milão assinou pelo Shandong Luneng aos 21 anos, em dezembro de 2018.
Porém, Pedro Delgado só se estreou pelo novo clube em junho de 2019, já depois de ter adquirido… nacionalidade chinesa. Até ao final da época participou em seis jogos (cinco como titular), atuando ao lado de jogadores como o belga Marouane Fellaini, o italiano Graziano Pellè e o brasileiro Gil.
Em janeiro de 2020, porém, foi emprestado ao Desp. Aves, embora tenha contrato com o clube chinês até dezembro de 2023.


Dyego Sousa (2019)

Dyego Sousa
Portugueses são todos aqueles que têm nacionalidade portuguesa. Por isso, também se pode considerar que Dyego Sousa, nascido em São Luís, no estado brasileiro do Maranhão, o é.
Poucos meses após se ter estreado pela seleção nacional portuguesa, transferiu-se do Sp. Braga para o Shenzhen por 5,4 milhões de euros. “Acho que o futebol chinês já evoluiu muito, há muitos que jogam lá e que estão nas seleções. Quando cheguei a Portugal ninguém esperava ver o Dyego Sousa na Seleção. Na China, ao mais alto nível, acho que vou ter a oportunidade. Espero continuar na Seleção, manter o nível, deixar lá a minha marca. Recebi uma mensagem do Cristiano [Ronaldo] a mandar-me força”, afirmou, aquando da chegada à China.
Na primeira meia época na Super Liga Chinesa, atuou em 10 partidas (nove a titular) e marcou três golos, dois ao Guangzhou R&F e um ao Shanghai Shenhua, tendo como treinador o italiano Roberto Donadoni.
Depois foi cedido ao Benfica até final de 2020.



Em 2020, Daniel Carriço integra o plantel do Wuhan Zall e, caso chegue a estrear-se, tornar-se-á no 10.º jogador português a atuar na Super Liga Chinesa.

















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