Auri e Ricardo Chaves festejam permanência na Figueira da Foz em 2009 |
Ininterruptamente na I
Liga desde 2004-05, os sadinos
têm quase sempre assegurado a manutenção ainda antes da última jornada, mas houve
cinco ocasiões em que partiram para a derradeira ronda com hipóteses
matemáticas de ser despromovido. Em duas vezes, tal como vai acontecer esta
temporada, os setubalenses
entraram na última jornada em zona de despromoção e ainda assim conseguiram
manter-se entre a elite
do futebol português.
Numa altura em que jogadores,
equipa técnica e dirigentes do Vitória
estão com a corda na garganta e os adeptos vitorianos
têm suores frios e custam a adormecer só de pensar na possibilidade de descer
de divisão, vale a pena recordar as cinco últimas ocasiões em que a turma do
Bonfim garantiu a permanência já na reta da meta.
20 de maio de 2007 – I
Liga (30.ª jornada)
À entrada para a última jornada, o Vitória
então orientado pelo bombeiro de serviço Carlos Cardoso partia em último lugar,
com menos um ponto do que Desp.
Aves e Beira-Mar, as outras duas equipas que também podiam descer de
divisão.
Sem depender apenas de si, os sadinos
deslocavam-se à Figueira da Foz para defrontar a Naval. Por sua vez, o
Beira-Mar recebia o Paços
de Ferreira, que lutava por ir às competições europeias. Já o Desp.
Aves visitava o FC Porto, que precisava de ganhar para ser campeão.
Aos dez minutos, a Naval inaugurou o marcador e tornou ainda mais difícil
a missão dos sadinos.
Porém, Auri empatou aos 18’ e Ayew deu a volta ao texto aos 34’, construindo
uma vantagem que o Vitória
segurou até ao apito final.
Nas outras partidas, o Beira-Mar não foi além de um empate caseiro ante o
Paços
de Ferreira (1-1) e o Desp.
Aves saiu goleado do Dragão (1-4), o que ditou a despromoção de aveirenses
e avenses.
23 de maio de 2009 – I
Liga (30.ª jornada)
Mais uma vez a Figueira da Foz como palco da festa sadina. O Vitória,
novamente orientado pelo bombeiro de serviço Carlos Cardoso, entrou para a
última jornada com um ponto de avanço sobre o Belenenses
e dois sobre o Trofense, as duas equipas que ocupavam a zona de despromoção.
Com os jogos a começar à mesma
hora, os azuis
do Restelo ficaram em vantagem sobre o Benfica
no Estádio da Luz logo aos três minutos e atiraram virtualmente os setubalenses
para a zona de despromoção.
Porém, o figurino foi-se
alterando com o decorrer dos encontros: as águias
deram a volta e venceram o Belenenses
por 3-1; o Vitória
começou a perder, virou o jogo, esteve a ganhar com golos de Bruno Gama (53’) e
Leandro Carrijo (69’), mas terminou empatado no terreno da Naval (2-2); e o
Trofense, que esteve empatado a zero no reduto do Paços
de Ferreira até aos 75 minutos, perdeu na Mata
Real (0-1).
Mais tarde, acabou por ser o Estrela
da Amadora e não o Belenenses
a descer, devido a dificuldades financeiras.
19 de maio de 2013 – I
Liga (30.ª jornada)
Embora tivesse entrado para a última jornada com possibilidades de
despromoção, o Vitória,
então comandado por José Mota, partia numa posição confortável, uma vez que estava
acima de quatro equipas: Gil
Vicente (menos um ponto), Moreirense (menos dois), Olhanense
(menos dois) e Beira-Mar (menos três).
Embora tivesse estado em
desvantagem na receção do Sp.
Braga desde os 32 minutos, os sadinos
nunca estiveram virtualmente em zona de despromoção na derradeira ronda, pois
desde bem cedo que o Beira-Mar esteve a perder no encontro frente ao Sporting
em Aveiro e o Olhanense
nunca desatou o 0-0 na receção ao Marítimo. O Gil
Vicente chegou a estar em vantagem na receção ao Estoril
e o Moreirense também esteve a vencer na visita ao Estádio da Luz, mas as duas
equipas minhotas acabaram por perder.
Feitas as contas, o Vitória
manteve o 12.º lugar (em 16 equipas) com que partiu para a última jornada e o Olhanense
somou um ponto que lhe permitiu descolar do Moreirense, que acabou por descer.
14 de maio de 2016 – I
Liga (34.ª jornada)
No início de janeiro, após a conclusão da 15.ª jornada, o Vitória
ocupava o quinto lugar com 22 pontos, os mesmos do Paços
de Ferreira, que era sexto. Porém, nas 18 rondas que se seguiram os sadinos
então orientados por Quim
Machado somaram apenas mais sete pontos e entraram para a última jornada
com reais possibilidades de despromoção, uma vez que ocupavam o 15.º lugar com
os mesmos pontos do que o União da Madeira (16.º) e mais dois do que a primeira
equipa em zona de despromoção, o Tondela.
Os beirões, que passaram
praticamente todo o campeonato
a carregar a lanterna vermelha, cedo ficaram em vantagem na receção à já
despromovida Académica, acabando por vencer por 2-0. O União da Madeira também
esteve a vencer o Rio
Ave em casa, o que a dada altura deixou os setubalenses
em situação complicada, pois um golo dos pacenses
– que ainda lutavam por uma vaga na Liga
Europa - deitava tudo a perder.
Porém, o Vitória
susteve o empate a zero e conquistou o ponto que lhe garantiria sempre a
permanência independentemente dos outros resultados, devido à vantagem no
confronto direto com o Tondela
e à desvantagem dos madeirenses num eventual desempate a três. Além disso, o Rio
Ave deu a volta e bateu o União.
14 de maio de 2016 – I
Liga (34.ª jornada)
Tal como em 2006-07, o Vitória
entrou para a derradeira jornada em último lugar e sem depender apenas de si. À
sua frente e ainda com hipótese de despromoção estava o Estoril
(com os mesmos pontos e vantagem no confronto direto), Paços
de Ferreira (mais um ponto e empatado na diferença de golos), Feirense (mais
um ponto e vantagem no confronto direto) e Moreirense (mais três pontos, mas
com desvantagem no confronto direto).
Agarrado à calculadora, os sadinos
inauguraram o marcador aos 23 minutos, por André Pereira, e largaram
virtualmente a zona de despromoção. Nesse momento, Feirense e Estoril
empatavam a zero em Santa Maria da Feira – um resultado que se haveria de
manter até ao fim – e o Paços
de Ferreira começava a perder em Portimão – de onde saiu derrotado (1-3). O
Moreirense perdia na Luz, mas estava relativamente tranquilo.
A equipa então orientada por José
Couceiro, obrigada a ganhar, manteve a vantagem até ao apito final e
beneficiou da conjugação de resultados para saltar do 18.º para o 14.º lugar,
relegando Paços
de Ferreira e Estoril
para a II Liga.
“Estou morto. Rebentei, acabou.
Não tenho capacidade psicológica, não tenho capacidade de reação a muitas das
coisas. Fui ao meu limite para o Vitória,
por estes jogadores e pelo Vitória.
Esgotei. Não vale a pena. Há momentos em que se tem de fazer um break, parar. Eu cheguei a esse momento”,
confessou o treinador sadino,
que esteve no comando técnico desde o início ao fim da época e que no final de
2017 assistiu a uma mudança de direção: demissão de Fernando
Oliveira e eleição de Vítor
Hugo Valente.
Sem comentários:
Enviar um comentário