Senegaleses começaram a surgir no Vitória em 2005-06 |
Anunciado no sábado como reforço
do Vitória
de Setúbal, o avançado Alioune
Badara Samb, natural de Dakar, vai tornar-se no sétimo jogador senegalês a
representar os sadinos,
dando sequência a uma história ainda relativamente curta e recente, que remonta
a dois períodos muito específicos.
A primeira fase de recrutamento
de jogadores senegaleses por parte dos setubalenses
está intimamente relacionada com a contratação de Luís Norton de Matos para
treinador principal no verão de 2005. Conhecedor do mercado francês e dos
diamantes que vão surgindo no continente africano, foi buscar dois futebolistas
natural do Benim, um do Mali, três de França e… dois do Senegal.
Sougou |
Comecemos por um jogador que já
estava em Portugal, o extremo Sougou,
proveniente da União
de Leiria, clube pelo qual jogou (pouco…) durante a primeira época em
Portugal.
Extremamente veloz nascido em
Fissel, participou num total de 35 encontros (24 a titular) em todas as
competições em 2005-06, temporada em que os sadinos
fizeram um campeonato tranquilo, atingiram (pelo segundo ano consecutivo) a
final da Taça
de Portugal e participaram na Taça
UEFA.
“O Sougou é um jogador que, pela
sua velocidade, é importante nos jogos fora, onde há mais espaços para jogar,
pelo menos teoricamente”, disse sobre ele Norton de Matos antes de uma visita
ao FC
Porto.
Após essa época no Bonfim
não chegou a acordo para renovar e acabou por voltar a Leiria.
“Depois de uma época positiva pensava que ficaria mais um ou dois anos em
Setúbal. Não foi possível, e saio triste por não poder continuar”, afirmou em
maio de 2006.
Madior |
O outro jogador que chegou ao Vitória
de Setúbal ao mesmo tempo de Sougou foi o lateral direito/médio defensivo Madior, que até esteve dois anos no clube,
mas não foi além de apenas nove jogos oficiais pela equipa principal e dois pelos
bês.
Em 2005-06 até se estreou com um
golo pelo Vitória
B, mas não foi além de quatro jogos (três a titular) pela equipa principal. Na
temporada seguinte, este atleta natural de Saint Louis atuou em cinco encontros
(três a titular), tendo marcado um golo na própria baliza numa visita a Sporting.
Mamadou |
Na temporada seguinte, já sem
Norton de Matos, assinou pelos sadinos
o gigante (1,93 m) defesa central Mamadou,
nascido na capital Dakar e recrutado aos senegaleses do Jeanne D'Arc, depois de
em 2004-05 ter sido companheiro de equipa de Madior no AS Douanes.
Tal como o compatriota, não foi
além de nove partidas (oito a titular) com a camisola verde e branca e até
chegou a jogar pela equipa B, porém, Mamadou só esteve cerca de meia época no Bonfim,
pelos que os números até acabam por ser satisfatórios. Na 30.ª jornada do
campeonato de 2006-07, atuou os 90 minutos no jogo em que os setubalenses
assegurar a permanência – mesmo dependendo de terceiros –, a vitória por 2-1 na
Figueira da Foz sobre a Naval.
Diouf |
Em 2009-10, num contexto em que o
plantel do Vitória
de Setúbal foi formado após dezenas e dezenas de jogadores terem estado à
experiência no Bonfim,
foram contratados mais três jogadores senegaleses.
Comecemos pelo que teve menos sucesso,
o extremo Elhadji Diouf, também
nascido em Dakar. Emprestado pelo AEK Atenas, este atacante senegalês nem
aqueceu o lugar à beira-Sado, não indo além de quatro jogos disputados em todas
as competições, todos como suplente utilizado e ainda nos primeiros meses da
temporada.
Numa temporada marcada por
enormes dificuldades financeiras e desportivas, este possante atacante (1,88 m)
foi decisivo para que a equipa conseguisse assegurar a permanência e,
consequentemente, para que o clube tivesse mais algum tempo se pudesse
reorganizar depois de ter estado à beira de ser extinto. Dez golos em 28 jogos
(27 a titular) foi o registo de Keita, de longe o melhor marcador dos sadinos
em 2009-10.
Valorizado pela boa campanha, deu
o salto para o Sp.
Braga sem que os setubalenses
recebessem qualquer compensação financeira, numa situação que resultou num
diferendo entre o clube o empresário José Caldeira. Os vitorianos
alegavam que o avançado terá renovado ao aceitar a opção no contrato quando
assinou por uma época, o agente dizia que o emblema
vitoriano devia ter proposto a renovação em janeiro.
François |
Também em 2009-10 ingressou (pela
primeira vez) no Vitória
de Setúbal o possante (1,94 m) defesa central François, proveniente do Boavista.
Embora tivesse chegado no início da época, só foi utilizado nos dois últimos
jogos do campeonato.
Na temporada seguinte ganhou
algum espaço, tendo atuado em 13 encontros (sete a titular) em todas as
competições.
Seguiram-se dois anos no futebol
chinês antes de regressar ao Bonfim
em 2013-14. Na época de regresso viveu na sombra de Rúben Vezo, Cohene e Frederico
Venâncio, não indo além de 14 partidas (12 a titular) e um golo (ao
Marítimo) em todas as provas.
Porém, na temporada seguinte foi
titularíssimo no eixo defensivo, ao atuar em 29 jogos (todos no onze inicial)
nas várias competições, tendo ajudado o Vitória
a assegurar a permanência.
Em 2015-16 ainda começou à beira-Sado,
mas após apenas três jogos realizados (dois a titular) rumou à Arábia Saudita
no início de 2016.
Mas como não há duas sem três,
François voltou aos sadinos
em 2020-21 para jogar no Campeonato
de Portugal, tendo conquistado definitivamente a titularidade na fase final
da época, quando se jogava o acesso à II
Liga.
Na presente temporada ainda se
encontra no plantel, faz habitualmente dupla de centrais com Bruno Bernardo e certamente
terá um papel importante para a integração do compatriota Badara.
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