quarta-feira, 27 de outubro de 2021

Os seis senegaleses que jogaram no Vitória FC antes de Badara

Senegaleses começaram a surgir no Vitória em 2005-06
Anunciado no sábado como reforço do Vitória de Setúbal, o avançado Alioune Badara Samb, natural de Dakar, vai tornar-se no sétimo jogador senegalês a representar os sadinos, dando sequência a uma história ainda relativamente curta e recente, que remonta a dois períodos muito específicos.
 
A primeira fase de recrutamento de jogadores senegaleses por parte dos setubalenses está intimamente relacionada com a contratação de Luís Norton de Matos para treinador principal no verão de 2005. Conhecedor do mercado francês e dos diamantes que vão surgindo no continente africano, foi buscar dois futebolistas natural do Benim, um do Mali, três de França e… dois do Senegal.
 
Sougou
Comecemos por um jogador que já estava em Portugal, o extremo Sougou, proveniente da União de Leiria, clube pelo qual jogou (pouco…) durante a primeira época em Portugal.
Extremamente veloz nascido em Fissel, participou num total de 35 encontros (24 a titular) em todas as competições em 2005-06, temporada em que os sadinos fizeram um campeonato tranquilo, atingiram (pelo segundo ano consecutivo) a final da Taça de Portugal e participaram na Taça UEFA.
“O Sougou é um jogador que, pela sua velocidade, é importante nos jogos fora, onde há mais espaços para jogar, pelo menos teoricamente”, disse sobre ele Norton de Matos antes de uma visita ao FC Porto.
Após essa época no Bonfim não chegou a acordo para renovar e acabou por voltar a Leiria. “Depois de uma época positiva pensava que ficaria mais um ou dois anos em Setúbal. Não foi possível, e saio triste por não poder continuar”, afirmou em maio de 2006.
 
 
 
Madior
O outro jogador que chegou ao Vitória de Setúbal ao mesmo tempo de Sougou foi o lateral direito/médio defensivo Madior, que até esteve dois anos no clube, mas não foi além de apenas nove jogos oficiais pela equipa principal e dois pelos bês.
Em 2005-06 até se estreou com um golo pelo Vitória B, mas não foi além de quatro jogos (três a titular) pela equipa principal. Na temporada seguinte, este atleta natural de Saint Louis atuou em cinco encontros (três a titular), tendo marcado um golo na própria baliza numa visita a Sporting.
Após esses dois anos no Bonfim esteve um ano sem jogar e depois assinou pelo Torreense.
 
 
 
Mamadou
Na temporada seguinte, já sem Norton de Matos, assinou pelos sadinos o gigante (1,93 m) defesa central Mamadou, nascido na capital Dakar e recrutado aos senegaleses do Jeanne D'Arc, depois de em 2004-05 ter sido companheiro de equipa de Madior no AS Douanes.
Tal como o compatriota, não foi além de nove partidas (oito a titular) com a camisola verde e branca e até chegou a jogar pela equipa B, porém, Mamadou só esteve cerca de meia época no Bonfim, pelos que os números até acabam por ser satisfatórios. Na 30.ª jornada do campeonato de 2006-07, atuou os 90 minutos no jogo em que os setubalenses assegurar a permanência – mesmo dependendo de terceiros –, a vitória por 2-1 na Figueira da Foz sobre a Naval.
 
 
Diouf
Em 2009-10, num contexto em que o plantel do Vitória de Setúbal foi formado após dezenas e dezenas de jogadores terem estado à experiência no Bonfim, foram contratados mais três jogadores senegaleses.
 
Comecemos pelo que teve menos sucesso, o extremo Elhadji Diouf, também nascido em Dakar. Emprestado pelo AEK Atenas, este atacante senegalês nem aqueceu o lugar à beira-Sado, não indo além de quatro jogos disputados em todas as competições, todos como suplente utilizado e ainda nos primeiros meses da temporada.
 
 
Ladji Keita
Bem mais sucesso teve o avançado Ladji Keita, outro jogador nascido na capital senegalesa. Com passagens por Alverca e Rio Ave no currículo, chegou ao Bonfim após uma aventura pouco bem-sucedida no campeonato cipriota.
Numa temporada marcada por enormes dificuldades financeiras e desportivas, este possante atacante (1,88 m) foi decisivo para que a equipa conseguisse assegurar a permanência e, consequentemente, para que o clube tivesse mais algum tempo se pudesse reorganizar depois de ter estado à beira de ser extinto. Dez golos em 28 jogos (27 a titular) foi o registo de Keita, de longe o melhor marcador dos sadinos em 2009-10.
Valorizado pela boa campanha, deu o salto para o Sp. Braga sem que os setubalenses recebessem qualquer compensação financeira, numa situação que resultou num diferendo entre o clube o empresário José Caldeira. Os vitorianos alegavam que o avançado terá renovado ao aceitar a opção no contrato quando assinou por uma época, o agente dizia que o emblema vitoriano devia ter proposto a renovação em janeiro.
 
 
 
François
Também em 2009-10 ingressou (pela primeira vez) no Vitória de Setúbal o possante (1,94 m) defesa central François, proveniente do Boavista. Embora tivesse chegado no início da época, só foi utilizado nos dois últimos jogos do campeonato.
Na temporada seguinte ganhou algum espaço, tendo atuado em 13 encontros (sete a titular) em todas as competições.
Seguiram-se dois anos no futebol chinês antes de regressar ao Bonfim em 2013-14. Na época de regresso viveu na sombra de Rúben Vezo, Cohene e Frederico Venâncio, não indo além de 14 partidas (12 a titular) e um golo (ao Marítimo) em todas as provas.
Porém, na temporada seguinte foi titularíssimo no eixo defensivo, ao atuar em 29 jogos (todos no onze inicial) nas várias competições, tendo ajudado o Vitória a assegurar a permanência.
Em 2015-16 ainda começou à beira-Sado, mas após apenas três jogos realizados (dois a titular) rumou à Arábia Saudita no início de 2016.
Mas como não há duas sem três, François voltou aos sadinos em 2020-21 para jogar no Campeonato de Portugal, tendo conquistado definitivamente a titularidade na fase final da época, quando se jogava o acesso à II Liga.
Na presente temporada ainda se encontra no plantel, faz habitualmente dupla de centrais com Bruno Bernardo e certamente terá um papel importante para a integração do compatriota Badara.
 
 












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