Dez jogadores que ajudaram o Vitória a voltar à I Liga |
Fundado oficialmente a 22 de
setembro de 1922, o Vitória
Sport Clube deve as suas origens a um conjunto de estudantes que em 1913
constituiu um grupo de futebol ao qual deram em 1918 o nome de Vitória.
Filiados à Associação
de Futebol de Braga desde que existem, os vimaranenses
obtiveram em 1934 a primeira conquista da sua história, o campeonato distrital
de Braga,
estreando-se na I
Divisão em 1941.
Desde então que passaram quase
toda a sua história no patamar
maior do futebol português, com exceção a três épocas na década de 1950
(1955-56 a 1957-58) e uma já no século XXI (2006-07). Feitas as contas, os conquistadores
vão participar pela 76.ª vez no primeiro
escalão em 2020-21, tendo como melhor classificação de sempre o terceiro
lugar obtido em quatro ocasiões: 1968-69, 1986-87, 1997-98 e 2007-08.
Relativamente a outras
competições, os vitorianos
venceram a Supertaça
Cândido de Oliveira em 1988 e a Taça
de Portugal em 2012-13.
Paralelamente, os minhotos
interromperam em 2006 uma série de 48 anos consecutivos no primeiro
escalão, tendo participado na II
Liga em 2006-07 e assegurado logo nessa temporada o regresso à elite
do futebol nacional.
10. Geromel (21 jogos)
Geromel |
Defesa central brasileiro que entrou no futebol português pela porta dos
juniores do Desp.
Chaves em 2003-04, deu o salto para o Vitória
de Guimarães no verão de 2005.
A primeira época no D. Afonso Henriques ficou marcada pela estreia nas
competições europeias e, sobretudo, pela descida de divisão. “A nossa primeira
semana foi um pouco complicada, até porque os treinos com o Jaime Pacheco eram
muito puxados. A partir da primeira semana ele começou a destacar-se muito,
toda a gente via que ele tinha um potencial enorme e era diferente dos outros
todos. Tanto assim era que acabou por jogar várias vezes. E depois fez toda a
carreira neste nível", recordou o antigo companheiro de equipa Sereno em
declarações ao Bancada, em maio de 2018.
Mas o zagueiro acompanhou os vimaranenses
na II
Liga e contribuiu para a promoção ao primeiro
escalão ao atuar em 21 jogos (18 a titular).
No regresso à I
Liga, ajudou os minhotos
a alcançar um histórico 3.º lugar no campeonato que valeu o apuramento para a
3.ª pré-eliminatória da Liga
dos Campeões. "O que saltava logo à vista era um jovem com um
potencial enorme. Muito rápido, com um sentido posicional muito bom, também.
Ele tinha vindo do Desp.
Chaves para o Vitória
de Guimarães e, realmente, foi uma surpresa muito agradável. Na altura, foi
uma contratação muito acertada do Vitória.
E fez o trajeto que fez. Via-se, claramente, que era um jovem que tinha talento
para jogar a um nível muito elevado e isso depois ficou comprovado com a
carreira dele”, afirmou o antigo companheiro de equipa Rogério Matias ao portal
Bancada.
“Quando vi o nome do Vitória,
nem hesitei. Um grande clube, grandes nomes, uma equipa muito boa. Os adeptos
são bastantes exigentes e gostam é de bom futebol. Mesmo no ano da descida de
divisão fui apoiado e sempre me acolheram muito bem. Isso ajuda quem é mais
novo e esta época está a ser fantástica”, contou o próprio Geromel ao Maisfutebol em abril de 2008. “Senti-me bem no clube,
mas era importante uma boa adaptação à cidade. E nesse aspeto nada tenho para
criticar. Foram três anos maravilhosos e Guimarães será uma referência na minha
vida”, acrescentou ao Record poucos meses depois.
No verão de 2008 transferiu-se para os alemães no Colónia e cerca de uma
década depois viveu os momentos mais altos da carreira, com a conquista da Taça
Libertadores ao serviço do Grêmio
em 2017 e a participação no Mundial 2018.
9. Flávio Meireles (21 jogos)
Médio de características
defensivas natural de Ribeira de Pena, mas radicado na zona de Guimarães desde
tenra idade, concluiu a formação no Vitória
e integrou pela primeira vez a equipa principal quando subiu a sénior, em
1995-96, embora não tivesse disputado jogos oficiais nessa temporada.
Entretanto passou por Moreirense
e Fafe,
tendo regressou ao D. Afonso Henriques em 1999-00. Desta feita estreou-se pela
equipa principal, mas voltou a não conseguir afirmar-se.
Após ter contribuído para a
ascensão meteórica do Moreirense
desde a II Divisão B à I
Liga, regressou ao Vitória
em 2003 para se fixar na equipa principal. Após ter contribuído para o
apuramento europeu em 2005 e não ter conseguido evitar a despromoção à II
Liga no ano seguinte, contribuiu para a promoção ao primeiro
escalão em 2006-07 ao atuar em 21 encontros (20 a titular) no campeonato e
marcar um golo ao Desp.
Chaves.
No regresso à I
Liga reforçou o estatuto de líder do balneário e de figura do clube, tendo
contribuído para o apuramento para a Liga
dos Campeões em 2008 e para a caminhada até à Taça
de Portugal e consequente qualificação para a Liga
Europa em 2011.
Após a presença no Jamor,
encerrou a carreira de futebolista. Inicialmente assumiu a função de treinador
adjunto na equipa principal, mas em 2012-13 passou para diretor desportivo.
Logo na primeira temporada de Flávio Meireles enquanto dirigente, o Vitória
conquistou da Taça
de Portugal.
8. Desmarets (22 jogos)
Desmarets |
Extremo franco-haitiano descoberto por Luís Norton de Matos nas divisões
inferiores de França, reforçou o Vitória
de Guimarães no verão de 2006.
Na época de estreia disputou 22
jogos (19 a titular) na II
Liga e apontou dois golos, diante de Rio
Ave e Olhanense,
que contribuíram para a promoção ao primeiro
escalão.
Seguiram-se três anos em que foi
uma das principais figuras dos vimaranenses
na I
Liga, tendo contribuído para o apuramento para a obtenção do 3.º lugar e
para o histórico apuramento para a 3.ª pré-eliminatória da Liga
dos Campeões em 2008. “Passei bons momentos aqui. Agradeço à massa
associativa que vai ficar sempre no meu coração”, afirmou após defrontar o Vitória
em Guimarães ao serviço do Belenenses,
nas meias-finais da Taça
de Portugal em 2013.
No verão de 2010 transferiu-se
para o Deportivo
da Corunha, clube que lhe deu a possibilidade de jogar na I
Liga Espanhola.
7. Targino (23 jogos)
Tiago Targino |
Extremo luso-brasileiro internacional jovem português que ingressou nos juvenis
do Vitória
de Guimarães em 2002-03, proveniente do Desp.
Beja. “Foi através do José Romão, que era treinador e que é de Beja. O
irmão dele, que também se chama Romão, trabalhava nas camadas jovens do Desportivo
de Beja. Ligaram ao José Romão a perguntar se eu podia ir treinar ao Vitória
de Guimarães, no primeiro ano de juvenil. Era iniciado, mas fui logo para
os juvenis. Eles disseram: ‘Sim, traz o miúdo’. Fui com o meu pai, que nunca
tinha tido carro, nem carta, fomos os dois de autocarro de Beja a Guimarães,
com a esperança de poder realizar o meu sonho, que era jogar numa equipa como o
Vitória
de Guimarães”, recordou à Tribuna
Expresso em maio de
2019.
Em 2004-05 transitou para a equipa principal, mas nunca se impôs
verdadeiramente como um titular indiscutível. “Eu era um dos que ia muitas
vezes treinar à equipa sénior, lembro-me que já fazia muitos golos na equipa
júnior e eles chamaram-me. Acabei por ficar a treinar só com a equipa sénior.
Estreei-me contra o Penafiel”,
acrescentou.
Já após ter vivido um apuramento
para a Taça
UEFA (2005) e a despromoção à II
Liga (2006), manteve o estatuto de arma secreta no segundo
escalão, tendo disputado 23 jogos, mas apenas cinco no onze inicial, não indo
além de 788 minutos, o que dá uma média de 34 minutos por encontro. Apesar do
pouco tempo de utilização, apontou cinco golos, diante de Olivais e Moscavide
(dois), Leixões
e Portimonense
(dois), dando um decisivo contributo para a subida à I
Liga.
Consumado o regresso ao primeiro
escalão, foi emprestado aos turcos do Manisaspor e aos dinamarqueses do
Randers, regressando ao D. Afonso Henriques no verão de 2009 para participar na
caminhada até à final da Taça
de Portugal e contribuir para o consequente apuramento para a Liga
Europa em 2011, apesar de um percurso marcado por uma rutura de ligamentos
cruzados no joelho esquerdo que o afastou dos relvados durante dez meses.
Curiosamente, o jogo de maior
brilho da sua carreira foi precisamente o que marcou o regresso aos relvados.
Lançado por Manuel Machado a meia hora do fim, quando o Sporting
vencia por 2-0 em Alvalade,
foi decisivo para a vitória minhota
por 3-2 ao apontar dois golos no espaço de dois minutos, em novembro de 2010. “Treinei
com vontade durante a semana e quando o Manuel Machado me convocou para o jogo
julguei que fosse um prémio, uma forma de motivar-me. ‘Quase de certeza que não
vou jogar’, pensei; e fiquei ainda mais convencido disso quando perdíamos por
2-0, porque eu não estava a 100 por cento. A verdade é que o mister me chamou,
aqueci em dois minutos e entrei em campo. Não esperava marcar um golo, quanto
mais dois... O Manuel Machado, que raramente festeja os golos, celebrou
eufórico os meus. No final, foi uma alegria enorme no balneário…”, recordou, em
declarações ao Maisfutebol.
Porém, em janeiro de 2012 foi
emprestado ao Vitória
de Setúbal durante alguns meses e depois terminou a ligação contratual aos vimaranenses.
6. Henrique (23 jogos)
Ponta de lança formado no rival Sp.
Braga, mas que nunca se conseguiu afirmar na equipa principal dos bracarenses,
reforçou o Vitória
de Guimarães no verão de 2006, após passagens por Estrela
da Amadora e Leixões.
Na única temporada que passou no
D. Afonso Henriques disputou 23 jogos (19 a titular) na II
Liga e apontou quatro golos, diante de Desp.
Chaves, Santa
Clara, Portimonense
e Estoril,
ajudando os vimaranenses
a alcançar a promoção à I
Liga.
Depois transferiu-se para o Santa
Clara.
5. Danilo (24 jogos)
Danilo |
Defesa central brasileiro que entrou no futebol português pela porta do Santa
Clara em 2005-06, reforçou o Vitória
de Guimarães na época seguinte.
Em 2006-07 foi titular nos 24 jogos que disputou pelos vimaranenses
na II
Liga e marcou um golo ao Estoril,
tendo contribuído para a promoção à I
Liga.
Danilo continuou ligado ao clube até ao verão de 2009, mas perdeu espaço
no plantel, tendo sido raramente utilizado no primeiro
escalão, apesar de ter dado um pequeno contributo para a obtenção do 3.º
lugar e consequente apuramento para a 3.ª pré-eliminatória da Liga
dos Campeões em 2008.
Depois voltou ao Santa
Clara.
4. Otacílio (27 jogos)
Otacílio |
Médio defensivo brasileiro que no
seu país representou clubes conceituados como Fluminense,
Botafogo,
Grêmio
e Corinthians,
entrou no futebol português pela porta da União
de Leiria em 2003-04.
Em janeiro de 2006 assinou pelo Vitória
de Guimarães, quando já tinha 33 anos. Embora tivesse demorado muito pouco
tempo a impor-se como titular, mostrou-se impotente para evitar a despromoção à
II
Liga.
Já em 2006-07 atuou em 27
partidas (25 a titular) e apontou dois golos, diante de Gil
Vicente e Trofense,
que contribuíram para a promoção à I
Liga.
Após a subida de divisão regressou
ao Brasil.
3. Nilson (27 jogos)
Guarda-redes internacional sub-20 brasileiro, jogou no Brasileirão ao
serviço de Vitória da Bahia, Gama e Santa Cruz antes de entrar no futebol
português precisamente pela porta do Vitória
de Guimarães em 2005-06.
Na primeira temporada mostrou-se
impotente para evitar a despromoção à II
Liga, patamar em que disputou 27 jogos (todos a titular) e sofreu 14 golos,
tendo ajudado os vimaranenses
não só a concluírem o campeonato como defesa menos batida, mas sobretudo a
assegurarem o regresso ao patamar
maior do futebol português.
Nas épocas que se seguiram
tornou-se um símbolo do clube, tendo contribuído para o 3.º lugar e para o
consequente histórico apuramento para a 3.ª pré-eliminatória da Liga
dos Campeões em 2008 e para a caminhada até à final da Taça
de Portugal em 2011.
No verão de 2012 deixou o D:
Afonso Henriques e transferiu-se para os iranianos do Persepolis, numa altura
em que estava a ser alvo das críticas dos adeptos por ter recusado baixar o
salário. Meses antes, tinha renunciado à seleção do Burkina Faso, país pelo
qual se tinha naturalizado com o objetivo de ser internacional, para se dedicar
a 100% ao clube.
2. Ghilas (29 jogos)
Na primeira época no D. Afonso
Henriques foi o melhor marcador e a principal figura da equipa que conseguiu a
promoção à I
Liga, tendo atuado em 29 jogos (26 a titular) na II
Liga e apontado 12 golos, diante de Vizela,
Feirense,
Trofense,
Rio
Ave (três), Olivais e Moscavide, Santa
Clara, Estoril,
Portimonense
(dois) e Gondomar.
Na temporada seguinte voltou a
realizar uma temporada de grande nível, desta feita na I
Liga, ajudando os vimaranenses
a assegurar o terceiro lugar no campeonato que valeu a obtenção do 3.º lugar e
consequente apuramento para a 3.ª pré-eliminatória da Liga
dos Campeões.
No verão de 2018 transferiu-se
para os espanhóis do Celta
de Vigo.
1. Brasília (29 jogos)
Brasília |
Médio ofensivo/extremo brasileiro com experiência europeia nos
campeonatos da Polónia e da Alemanha,
entrou no futebol português pela porta do Belenenses,
tendo ainda passado pelo Leixões
antes de ingressar no Vitória
de Guimarães no verão de 2006.
Na única temporada que passou no
clube atuou em 29 encontros (28 a titular) na II
Liga e apontou sete golos, diante de Vizela,
Portimonense
(três), Olivais e Moscavide, Estoril
e Gondomar, tendo ajudado os vimaranenses
a alcançar a subida à I
Liga.
Consumada a promoção, prosseguiu
a carreira na Coreia do Sul.
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