quarta-feira, 22 de setembro de 2021

Os 10 jogadores com mais jogos pelo Vitória de Guimarães na II Liga

Dez jogadores que ajudaram o Vitória a voltar à I Liga
Fundado oficialmente a 22 de setembro de 1922, o Vitória Sport Clube deve as suas origens a um conjunto de estudantes que em 1913 constituiu um grupo de futebol ao qual deram em 1918 o nome de Vitória.
 
Filiados à Associação de Futebol de Braga desde que existem, os vimaranenses obtiveram em 1934 a primeira conquista da sua história, o campeonato distrital de Braga, estreando-se na I Divisão em 1941.
 
Desde então que passaram quase toda a sua história no patamar maior do futebol português, com exceção a três épocas na década de 1950 (1955-56 a 1957-58) e uma já no século XXI (2006-07). Feitas as contas, os conquistadores vão participar pela 76.ª vez no primeiro escalão em 2020-21, tendo como melhor classificação de sempre o terceiro lugar obtido em quatro ocasiões: 1968-69, 1986-87, 1997-98 e 2007-08.
 
Relativamente a outras competições, os vitorianos venceram a Supertaça Cândido de Oliveira em 1988 e a Taça de Portugal em 2012-13.
 
Paralelamente, os minhotos interromperam em 2006 uma série de 48 anos consecutivos no primeiro escalão, tendo participado na II Liga em 2006-07 e assegurado logo nessa temporada o regresso à elite do futebol nacional.
 
Vale por isso a pena recordar os dez jogadores com mais jogos pelo Vitória de Guimarães na II Liga.
 
 

10. Geromel (21 jogos)

Geromel
Defesa central brasileiro que entrou no futebol português pela porta dos juniores do Desp. Chaves em 2003-04, deu o salto para o Vitória de Guimarães no verão de 2005.
A primeira época no D. Afonso Henriques ficou marcada pela estreia nas competições europeias e, sobretudo, pela descida de divisão. “A nossa primeira semana foi um pouco complicada, até porque os treinos com o Jaime Pacheco eram muito puxados. A partir da primeira semana ele começou a destacar-se muito, toda a gente via que ele tinha um potencial enorme e era diferente dos outros todos. Tanto assim era que acabou por jogar várias vezes. E depois fez toda a carreira neste nível", recordou o antigo companheiro de equipa Sereno em declarações ao Bancada, em maio de 2018.
Mas o zagueiro acompanhou os vimaranenses na II Liga e contribuiu para a promoção ao primeiro escalão ao atuar em 21 jogos (18 a titular).
No regresso à I Liga, ajudou os minhotos a alcançar um histórico 3.º lugar no campeonato que valeu o apuramento para a 3.ª pré-eliminatória da Liga dos Campeões. "O que saltava logo à vista era um jovem com um potencial enorme. Muito rápido, com um sentido posicional muito bom, também. Ele tinha vindo do Desp. Chaves para o Vitória de Guimarães e, realmente, foi uma surpresa muito agradável. Na altura, foi uma contratação muito acertada do Vitória. E fez o trajeto que fez. Via-se, claramente, que era um jovem que tinha talento para jogar a um nível muito elevado e isso depois ficou comprovado com a carreira dele”, afirmou o antigo companheiro de equipa Rogério Matias ao portal Bancada.
“Quando vi o nome do Vitória, nem hesitei. Um grande clube, grandes nomes, uma equipa muito boa. Os adeptos são bastantes exigentes e gostam é de bom futebol. Mesmo no ano da descida de divisão fui apoiado e sempre me acolheram muito bem. Isso ajuda quem é mais novo e esta época está a ser fantástica”, contou o próprio Geromel ao Maisfutebol em abril de 2008. “Senti-me bem no clube, mas era importante uma boa adaptação à cidade. E nesse aspeto nada tenho para criticar. Foram três anos maravilhosos e Guimarães será uma referência na minha vida”, acrescentou ao Record poucos meses depois.
No verão de 2008 transferiu-se para os alemães no Colónia e cerca de uma década depois viveu os momentos mais altos da carreira, com a conquista da Taça Libertadores ao serviço do Grêmio em 2017 e a participação no Mundial 2018.
 
 
 

9. Flávio Meireles (21 jogos)

Flávio Meireles
Disputou o mesmo número de jogos de Geromel, mas amealhou mais 118 minutos em campo – 1742 contra 1624.
Médio de características defensivas natural de Ribeira de Pena, mas radicado na zona de Guimarães desde tenra idade, concluiu a formação no Vitória e integrou pela primeira vez a equipa principal quando subiu a sénior, em 1995-96, embora não tivesse disputado jogos oficiais nessa temporada.
Entretanto passou por Moreirense e Fafe, tendo regressou ao D. Afonso Henriques em 1999-00. Desta feita estreou-se pela equipa principal, mas voltou a não conseguir afirmar-se.
Após ter contribuído para a ascensão meteórica do Moreirense desde a II Divisão B à I Liga, regressou ao Vitória em 2003 para se fixar na equipa principal. Após ter contribuído para o apuramento europeu em 2005 e não ter conseguido evitar a despromoção à II Liga no ano seguinte, contribuiu para a promoção ao primeiro escalão em 2006-07 ao atuar em 21 encontros (20 a titular) no campeonato e marcar um golo ao Desp. Chaves.
No regresso à I Liga reforçou o estatuto de líder do balneário e de figura do clube, tendo contribuído para o apuramento para a Liga dos Campeões em 2008 e para a caminhada até à Taça de Portugal e consequente qualificação para a Liga Europa em 2011.
Após a presença no Jamor, encerrou a carreira de futebolista. Inicialmente assumiu a função de treinador adjunto na equipa principal, mas em 2012-13 passou para diretor desportivo. Logo na primeira temporada de Flávio Meireles enquanto dirigente, o Vitória conquistou da Taça de Portugal.
 
 
 

8. Desmarets (22 jogos)

Desmarets
Extremo franco-haitiano descoberto por Luís Norton de Matos nas divisões inferiores de França, reforçou o Vitória de Guimarães no verão de 2006.
Na época de estreia disputou 22 jogos (19 a titular) na II Liga e apontou dois golos, diante de Rio Ave e Olhanense, que contribuíram para a promoção ao primeiro escalão.
Seguiram-se três anos em que foi uma das principais figuras dos vimaranenses na I Liga, tendo contribuído para o apuramento para a obtenção do 3.º lugar e para o histórico apuramento para a 3.ª pré-eliminatória da Liga dos Campeões em 2008. “Passei bons momentos aqui. Agradeço à massa associativa que vai ficar sempre no meu coração”, afirmou após defrontar o Vitória em Guimarães ao serviço do Belenenses, nas meias-finais da Taça de Portugal em 2013.
No verão de 2010 transferiu-se para o Deportivo da Corunha, clube que lhe deu a possibilidade de jogar na I Liga Espanhola.
 
 
 

7. Targino (23 jogos)

Tiago Targino
Extremo luso-brasileiro internacional jovem português que ingressou nos juvenis do Vitória de Guimarães em 2002-03, proveniente do Desp. Beja. “Foi através do José Romão, que era treinador e que é de Beja. O irmão dele, que também se chama Romão, trabalhava nas camadas jovens do Desportivo de Beja. Ligaram ao José Romão a perguntar se eu podia ir treinar ao Vitória de Guimarães, no primeiro ano de juvenil. Era iniciado, mas fui logo para os juvenis. Eles disseram: ‘Sim, traz o miúdo’. Fui com o meu pai, que nunca tinha tido carro, nem carta, fomos os dois de autocarro de Beja a Guimarães, com a esperança de poder realizar o meu sonho, que era jogar numa equipa como o Vitória de Guimarães”, recordou à Tribuna Expresso em maio de 2019.
Em 2004-05 transitou para a equipa principal, mas nunca se impôs verdadeiramente como um titular indiscutível. “Eu era um dos que ia muitas vezes treinar à equipa sénior, lembro-me que já fazia muitos golos na equipa júnior e eles chamaram-me. Acabei por ficar a treinar só com a equipa sénior. Estreei-me contra o Penafiel”, acrescentou.
Já após ter vivido um apuramento para a Taça UEFA (2005) e a despromoção à II Liga (2006), manteve o estatuto de arma secreta no segundo escalão, tendo disputado 23 jogos, mas apenas cinco no onze inicial, não indo além de 788 minutos, o que dá uma média de 34 minutos por encontro. Apesar do pouco tempo de utilização, apontou cinco golos, diante de Olivais e Moscavide (dois), Leixões e Portimonense (dois), dando um decisivo contributo para a subida à I Liga.
Consumado o regresso ao primeiro escalão, foi emprestado aos turcos do Manisaspor e aos dinamarqueses do Randers, regressando ao D. Afonso Henriques no verão de 2009 para participar na caminhada até à final da Taça de Portugal e contribuir para o consequente apuramento para a Liga Europa em 2011, apesar de um percurso marcado por uma rutura de ligamentos cruzados no joelho esquerdo que o afastou dos relvados durante dez meses.
Curiosamente, o jogo de maior brilho da sua carreira foi precisamente o que marcou o regresso aos relvados. Lançado por Manuel Machado a meia hora do fim, quando o Sporting vencia por 2-0 em Alvalade, foi decisivo para a vitória minhota por 3-2 ao apontar dois golos no espaço de dois minutos, em novembro de 2010. “Treinei com vontade durante a semana e quando o Manuel Machado me convocou para o jogo julguei que fosse um prémio, uma forma de motivar-me. ‘Quase de certeza que não vou jogar’, pensei; e fiquei ainda mais convencido disso quando perdíamos por 2-0, porque eu não estava a 100 por cento. A verdade é que o mister me chamou, aqueci em dois minutos e entrei em campo. Não esperava marcar um golo, quanto mais dois... O Manuel Machado, que raramente festeja os golos, celebrou eufórico os meus. No final, foi uma alegria enorme no balneário…”, recordou, em declarações ao Maisfutebol.
Porém, em janeiro de 2012 foi emprestado ao Vitória de Setúbal durante alguns meses e depois terminou a ligação contratual aos vimaranenses.
 
 
 

6. Henrique (23 jogos)

Henrique
Disputou o mesmo número de jogos de Targino, mas amealhou mais 808 minutos em campo – 1596 contra 788.
Ponta de lança formado no rival Sp. Braga, mas que nunca se conseguiu afirmar na equipa principal dos bracarenses, reforçou o Vitória de Guimarães no verão de 2006, após passagens por Estrela da Amadora e Leixões.
Na única temporada que passou no D. Afonso Henriques disputou 23 jogos (19 a titular) na II Liga e apontou quatro golos, diante de Desp. Chaves, Santa Clara, Portimonense e Estoril, ajudando os vimaranenses a alcançar a promoção à I Liga.
Depois transferiu-se para o Santa Clara.
 
 
 

5. Danilo (24 jogos)

Danilo
Defesa central brasileiro que entrou no futebol português pela porta do Santa Clara em 2005-06, reforçou o Vitória de Guimarães na época seguinte.
Em 2006-07 foi titular nos 24 jogos que disputou pelos vimaranenses na II Liga e marcou um golo ao Estoril, tendo contribuído para a promoção à I Liga.
Danilo continuou ligado ao clube até ao verão de 2009, mas perdeu espaço no plantel, tendo sido raramente utilizado no primeiro escalão, apesar de ter dado um pequeno contributo para a obtenção do 3.º lugar e consequente apuramento para a 3.ª pré-eliminatória da Liga dos Campeões em 2008.
Depois voltou ao Santa Clara.
 
 

4. Otacílio (27 jogos)

Otacílio
Médio defensivo brasileiro que no seu país representou clubes conceituados como Fluminense, Botafogo, Grêmio e Corinthians, entrou no futebol português pela porta da União de Leiria em 2003-04.
Em janeiro de 2006 assinou pelo Vitória de Guimarães, quando já tinha 33 anos. Embora tivesse demorado muito pouco tempo a impor-se como titular, mostrou-se impotente para evitar a despromoção à II Liga.
Já em 2006-07 atuou em 27 partidas (25 a titular) e apontou dois golos, diante de Gil Vicente e Trofense, que contribuíram para a promoção à I Liga.
Após a subida de divisão regressou ao Brasil.
 
 


3. Nilson (27 jogos)

Nilson
Disputou o mesmo número de jogos de Danilo, mas amealhou mais 228 minutos em campo – 2376 contra 2148.
Guarda-redes internacional sub-20 brasileiro, jogou no Brasileirão ao serviço de Vitória da Bahia, Gama e Santa Cruz antes de entrar no futebol português precisamente pela porta do Vitória de Guimarães em 2005-06.
Na primeira temporada mostrou-se impotente para evitar a despromoção à II Liga, patamar em que disputou 27 jogos (todos a titular) e sofreu 14 golos, tendo ajudado os vimaranenses não só a concluírem o campeonato como defesa menos batida, mas sobretudo a assegurarem o regresso ao patamar maior do futebol português.
Nas épocas que se seguiram tornou-se um símbolo do clube, tendo contribuído para o 3.º lugar e para o consequente histórico apuramento para a 3.ª pré-eliminatória da Liga dos Campeões em 2008 e para a caminhada até à final da Taça de Portugal em 2011.
No verão de 2012 deixou o D: Afonso Henriques e transferiu-se para os iranianos do Persepolis, numa altura em que estava a ser alvo das críticas dos adeptos por ter recusado baixar o salário. Meses antes, tinha renunciado à seleção do Burkina Faso, país pelo qual se tinha naturalizado com o objetivo de ser internacional, para se dedicar a 100% ao clube.
 
 
 

2. Ghilas (29 jogos)

Ghilas
Médio ofensivo/extremo nascido em Marselha, mas internacional A pela Argélia, foi mais uma das descobertas francófonas de Luís Norton de Matos, tendo sido contratado ao Cannes no verão de 2006.
Na primeira época no D. Afonso Henriques foi o melhor marcador e a principal figura da equipa que conseguiu a promoção à I Liga, tendo atuado em 29 jogos (26 a titular) na II Liga e apontado 12 golos, diante de Vizela, Feirense, Trofense, Rio Ave (três), Olivais e Moscavide, Santa Clara, Estoril, Portimonense (dois) e Gondomar.
Na temporada seguinte voltou a realizar uma temporada de grande nível, desta feita na I Liga, ajudando os vimaranenses a assegurar o terceiro lugar no campeonato que valeu a obtenção do 3.º lugar e consequente apuramento para a 3.ª pré-eliminatória da Liga dos Campeões.
No verão de 2018 transferiu-se para os espanhóis do Celta de Vigo.
 
 
 

1. Brasília (29 jogos)

Brasília
Médio ofensivo/extremo brasileiro com experiência europeia nos campeonatos da Polónia e da Alemanha, entrou no futebol português pela porta do Belenenses, tendo ainda passado pelo Leixões antes de ingressar no Vitória de Guimarães no verão de 2006.
Na única temporada que passou no clube atuou em 29 encontros (28 a titular) na II Liga e apontou sete golos, diante de Vizela, Portimonense (três), Olivais e Moscavide, Estoril e Gondomar, tendo ajudado os vimaranenses a alcançar a subida à I Liga.
Consumada a promoção, prosseguiu a carreira na Coreia do Sul.
 




 

 








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