O segundo dos cinco principais
campeonatos europeus a regressar após a interrupção devido à pandemia de covid-19, a Liga Espanhola teve a primeira edição em 1929, já foi disputada por
62 clubes e coroou nove clubes como campeões: Real Madrid (33), Barcelona
(26), Atlético
Madrid (10), Athletic
Bilbau (oito), Valência (seis), Real Sociedad (dois), Deportivo da Corunha,
Sevilha e Betis.
Para encontrar pela primeira vez
a presença de um jogador português na liga espanhola é preciso recuar até
1947-48, quando o médio Gomes Bravo, que em Portugal
representou Estoril
e Belenenses,
vestiu a camisola da Real Sociedad. O centrocampista participou em 13 jogos
pela equipa basca, seis na época de estreia e sete em 1949-50.
Seguiram-se Carlos Gomes (Granada
e Oviedo), Jorge Mendonça (Atlético
Madrid, Barcelona
e Maiorca) e Emídio Graça (Sevilha) no final da década de 1950.
No total, 142 futebolistas
portugueses atuaram na I Liga espanhola e 14 venceram a prova: Luís Figo (duas
vezes pelo Barcelona
e outras tantas pelo Real Madrid), Pepe
(três pelo Real Madrid), Deco e Nélson Semedo (duas pelo Barcelona),
Cristiano
Ronaldo e Fábio
Coentrão (duas pelo Real Madrid), Fernando Couto, Vítor Baía e André Gomes
(uma pelo Barcelona),
Pauleta (uma pelo Deportivo), Secretário e Ricardo Carvalho (uma pelo Real
Madrid) e Jorge Mendonça e Tiago (uma pelo Atlético
Madrid)
Vale por isso a pena recordar os
10 jogadores portugueses com mais jogos na Liga Espanhola.
10. Eliseu (173 jogos)
Eliseu |
Extremo na altura, Eliseu chegou
ao futebol espanhol no verão de 2007 para representar o Málaga,
então na II Liga, ao lado dos compatriotas Hélder Rosário e Paulo Jorge. Na
primeira época em Espanha subiu de divisão e conquistou o direito de jogar em
La Liga.
Em 2008-09 foi bastante utilizado
na I Liga Espanhola, tendo atuado em 36 das 38 jornadas (31 a titular) e
apontado sete golos, um dos quais ao Real Madrid. O bom desempenho valeu-lhe a
primeira chamada à seleção e a transferência para os italianos da Lazio no
final da temporada, por 900 mil euros.
Porém, a experiência em Itália
não correu bem e em janeiro de 2010 regressou à I Liga espanhola para
representa o Saragoça, tendo disputado 21 encontros (19 a titular) e marcado
dois golos, ambos diante do Villarreal.
Seguiu-se o regresso ao Málaga
– que pagou dois milhões de euros - para quatro temporadas memoráveis,
contribuindo não só para a consolidação dos andaluzes
no primeiro escalão, mas também para a obtenção do quarto lugar em 2011-12 e
para a caminhada até aos quartos de final da Liga dos Campeões na época
seguinte, o
que lhe permitiu regressar à seleção em outubro de 2011. Nesse período
começou a ser mais utilizado como lateral esquerdo e participou em 116
encontros na Liga Espanhola (96 a titular) e marcou nove golos.
No verão de 2014, já numa fase de
desinvestimento por parte dos responsáveis do Málaga,
transferiu-se para o Benfica
por 1,2 milhões de euros.
9. Miguel (174 jogos)
Miguel |
Lateral direito internacional
português, rumou ao Valência em litígio com o Benfica
no verão de 2005, depois de se ter
sagrado campeão de águia ao peito. Ainda assim, os che foram obrigados a pagar oito milhões de euros pelo passe do
jogador.
Em sete temporadas no Mestalla
foi sempre dono e senhor do corredor direito da formação valenciana, disputando
um total de 174 jogos (158 a titular) no campeonato espanhol entre 2005 e 2012,
tendo apontado dois golos nesse período: ao Deportivo logo na estreia, em
setembro de 2005; e ao Betis, em setembro de 2007.
Paralelamente, esteve na
caminhada coroada com a conquista da Taça do Rei em 2007-08.
Enquanto jogador do Valencia foi
convocado para os Campeonatos do Mundo de 2006 e 2010 e para o Euro 2008.
Após deixar o clube, em 2012, não
voltou a jogar futebol.
8. Tiago (175 jogos)
Tiago Mendes |
Médio centro internacional
português, reforçou o Atlético
Madrid em janeiro de 2010 por empréstimo da Juventus, já depois de ter
passado por Sp.
Braga, Benfica,
Chelsea
e Lyon.
Logo nos primeiros meses no Vicente
Calderón disputou 18 jogos (16 a titular) e marcou dois golos no
campeonato, ao Deportivo e ao Sevilha, e ajudou a equipa a chegar à final da
Taça do Rei, não podendo participar na campanha vitoriosa na Liga
Europa. No final dessa época marcou presença no Mundial da África do Sul,
onde foi um dos melhores jogadores da seleção nacional.
Seguiram-se mais sete anos no Atlético
Madrid, a primeira ainda por empréstimo da Juventus, as seis seguintes a
título definitivo na capital espanhola. Nesse período disputou 158 encontros
(133 a titular) e apontou 15 golos, entre os quais dois em vitórias sobre o
Real Madrid em 2014-15.
Pedra nuclear para Diego
Simeone durante cinco anos e meio, sagrou-se campeão espanhol em 2013-14,
venceu duas Supertaças Europeias (2010 e 2012),
uma Liga
Europa (2011-12), uma Taça do Rei (2012-13) e uma Supertaça de Espanha
(2014), além de ter participado nas caminhadas até às finais da Liga dos
Campeões em 2013-14 e 2015-16.
Em novembro de 2015 sofreu uma
fratura na tíbia direita que lhe retirou o sonho de marcar presença no Euro
2016 e em maio de 2017 pendurou as botas, passando depois para a equipa técnica
de Simeone.
7. Jorge Mendonça (206 jogos)
Jorge Mendonça |
Um dos primeiros e mais marcantes
jogadores portugueses a atuar na I Liga Espanhola, embora se fale pouco dele. Jorge
Mendonça ainda era um jovem de 19 anos quando se mudou do Sp.
Braga para o Deportivo da Corunha, que então militava nas divisões
secundárias.
“O campeonato tinha acabado em Portugal,
mas em Espanha ainda faltavam oito jornadas e o Deportivo da Corunha estava em
risco de descer à III Divisão. Um amigo do meu pai, um galego que vivia em
Braga, pediu quase de joelhos para nós irmos ajudar o clube. E como queria
jogar em Espanha, aceitei”, contou o avançado ao Diário de Notícias em junho de 2019.
Ao fim de poucos meses mudou-se
para o Atlético
Madrid, clube pelo qual fez história ao longo de nove anos, entre 1958 e
1967. Nesse período disputou 168 jogos e marcou 58 golos no campeonato
espanhol, sagrando-se campeão em 1965-6, vencendo a Taça do Rei [então Taça do
Generalíssimo] em 1959-60, 1960-61 e 1964-65 e a Taça dos Vencedores das Taças
em 1961-62, tendo marcado um dos golos na final que garantiu a conquista deste
último troféu.
Em abril de 1967 transferiu-se
para o Barcelona,
permanecendo até ao verão de 1969 nos catalães.
Com a camisola blaugrana
participou em 33 encontros e marcou nove golos, tendo vencido a Taça do Rei em
1967-68.
Despediu do futebol espanhol em
1969-70, ao serviço em Maiorca, tendo apontado dois golos em cinco jogos no
campeonato pelo conjunto insular. "O presidente do Maiorca deixou de me
pagar e tive de andar a persegui-lo para que me pagasse", contou,
explicando que acabou por denunciar o clube ao Tribunal do Trabalho. "Após
dois anos, o juiz condenou o Maiorca a pagar-me uma quantia apreciável e essa
decisão fez que fosse criada uma nova legislação para os futebolistas",
revelou Jorge Mendonça, que deu então por terminada a carreira, até porque já
andava a jogar "com o menisco fraturado".
Este caso fez que Mendonça
fundasse a Associação de Futebolistas Espanhóis. "Fui eu que coloquei a
primeira pedra, embora depois me tivessem tratado um bocado mal... mas isso
agora não interessa", remata, ele que é considerado pelo jornal El País como possivelmente o melhor
jogador, com mais classe, do Atlético
Madrid.
6. Simão (219 jogos)
Simão Sabrosa |
Extremo de baixa estatura, rápido
e exímio executante de bolas paradas, transferiu-se do Sporting
para o Barcelona
no verão de 1999, rendendo três milhões de euros aos cofres leoninos.
Em duas épocas em Camp
Nou, disputou 46 jogos (29 a titular) e marcou três golos no campeonato,
entre os quais um
no clássico frente ao Real Madrid marcado pelo regresso de Luís Figo à
Catalunha.
Porém, não estava a ter a
utilização desejada e por isso saiu para o Benfica
no verão de 2001, por 12,9 milhões de euros. Após seis anos na Luz
voltou a Espanha para representar o Atlético
Madrid, para o qual se transferiu por 20 milhões de euros.
Desta vez, rapidamente assumiu o
estatuto de titular, tendo disputado 113 jogos (102 a titular) e marcado 19
golos, entre os quais um ao Real Madrid em outubro de 2008 e outro ao Barcelona
em fevereiro de 2010, durante os três anos e meio que passou na capital
espanhola, entre o verão de 2007 e janeiro de 2011.
Nesse período ajudou a recolocar
o Atlético
na Liga dos Campeões após 12 anos de ausência, venceu a Liga
Europa e foi finalista vencido da Taça do Rei em 2009-10 e conquistou a
Supertaça Europeia em 2010, além de ter visto os seus bons desempenhos
premiados com as chamadas ao Euro 2008 e ao Mundial 2010.
Em janeiro de 2011 rumou aos
turcos do Besiktas, mas voltou a Espanha no verão de 2012, à beira de completar
33 anos, para mais duas épocas em La Liga, desta vez ao serviço do Espanyol,
tendo atuado em 60 partidas (48 a titular) e marcado três golos no campeonato
pelos catalães.
Depois fez uma pausa no futebol e
regressou ao ativo em 2015-16 na Superliga
Indiana com a camisola do NorthEast United.
5. Nunes (222 jogos)
Nunes |
O único não internacional desta
lista. Central contratado ao Sp.
Braga por 2,5 milhões de euros em janeiro de 2006, foi titular indiscutível
durante os sete anos e meio em que representou o Maiorca na I Liga Espanhola.
Durante esse período conquistou o
estatuto de capitão, disputou 222 jogos (217 a titular) no campeonato e marcou
13 golos, entre os quais um ao Barcelona
de Pep Guardiola em novembro de 2009. Nessa temporada de 2009-10 ajudou os
maiorquinos a alcançar um bastante honroso quinto lugar. E na época anterior
participou na caminhada até às meias-finais da Taça do Rei.
Após a despromoção à II Liga, em
2013, continuou no clube por mais uma época, antes de pendurar as botas aos 37
anos. Se não fosse essa descida de divisão, talvez conseguisse bater o recorde
de Miguel Ángel Nadal, o futebolista com mais jogos pelo Maiorca na I Liga
Espanhola (255).
“O Maiorca vai ser sempre o meu
clube. Fui bem tratado em todos os emblemas que representei, mas estive lá nove
anos. Quando estás assim tanto tempo no mesmo sítio, o sentimento tem de ser
recíproco”, assumiu o antigo central, em conversa com o Maisfutebol.
4. Pepe (229 jogos)
Pepe |
Defesa
central contratado pelo Real Madrid ao FC
Porto por 30 milhões de euros, nem sempre foi titular indiscutível durante
os dez anos que passou na capital espanhola, mas foi parte integrante de
algumas das melhores épocas da história merengue.
Ao longo de uma década formou dupla
no eixo defensivo com jogadores como Fabio Cannavaro, Gabriel Heinze, Sergio
Ramos, Raúl Albiol, Ezequiel Garay, Ricardo Carvalho e Raphael Varane, tendo
disputado 229 jogos (222 a titular) e apontado 13 golos no campeonato, entre os
quais um num clássico frente ao Barcelona
em outubro de 2014 e outro num dérbi com o Atlético
Madrid em abril de 2017.
Nesse período conquistou três
campeonatos (2007-08, 2011-12
e 2016-17), duas Taças do Rei (2010-11 e 2013-14), duas Supertaças de Espanha
(2008 e 2012),
três Ligas dos Campeões (2013-14, 2015-16 e 2016-17),
uma Supertaça Europeia (2014) e dois Mundiais de Clubes (2014 e 2016).
Foi já ao serviço do Real Madrid
que se tornou internacional português, depois de conseguir a naturalização,
tendo participado em três Europeus (2008, 2012 e 2016) e dois Mundiais (2010 e
2014) enquanto representava o colosso do Santiago Bernabéu.
Porém, nem tudo foram rosas. Em
abril de 2009 perdeu a cabeça num jogo com o Getafe e depois de ter cometido
grande penalidade sobre Javier Casquero pontapeou o adversário repetidamente, o
que o levou a receber uma suspensão de dez jogos. E cerca de seis meses depois,
já na época seguinte, sofreu uma rotura de ligamentos no joelho direito que o afastou
dos relvados durante cerca de oito meses. Nas temporadas que se seguiram voltou
a ter algumas atitudes violentas, ainda que com menos gravidade, que
prejudicaram a imagem dele – talvez por isso Pepe
nunca tenha feito parte do melhor onze anual da FIFA.
No verão de 2017 deixou o Real
Madrid para reforçar o Besiktas.
3. Cristiano Ronaldo (292 jogos)
Cristiano Ronaldo |
No verão de 2009 foi contratado
pelo Real Madrid ao Manchester United por um valor recorde na altura de quase
100 milhões de euros, quando Cristiano
Ronaldo envergava o estatuto de melhor jogador do mundo. Nove anos depois
deixou a capital espanhola com cinco Bolas de Ouro, recordes atrás de recordes
e como um forte candidato a melhor jogador… da história.
Em nove épocas no Santiago
Bernabéu, disputou 292 jogos (284 a titular) e apontou 311 golos no campeonato,
um registo impressionante. Em 2010-11, 2013-14 e 2014-15 sagrou-se melhor
marcador de La Liga, conquistando nas três épocas a Bota de Ouro.
Enquanto jogador do Real Madrid
conquistou dois campeonatos (2011-12
e 2016-17), duas Taças do Rei (2010-11 e 2013-14), duas Supertaças de Espanha (2012
e 2017), quatro Ligas dos Campeões (2013-14, 2015-16, 2016-17
e 2017-18), duas Supertaças Europeias (2014 e 2017)
e três Mundiais de clubes (2014, 2016 e 2017).
Além dos títulos, amealhou
recordes. Ainda não tinha disputado um único jogo pelos merengues e já o protagonista da transferência mais cara de sempre
até então (94 milhões de euros) e da apresentação com mais público no estádio
(80 mil adeptos). Depois tornou-se o melhor marcador de sempre da Liga dos
Campeões (128 golos), o jogador mais vezes melhor marcador da época na Liga dos
Campeões (sete), o jogador com mais golos numa só edição da Liga dos Campeões
(17), o jogador mais rápido de sempre a atingir os 150, 200, 250 e 300 golos na
I Liga Espanhola, o melhor marcador de sempre do Real Madrid em todas as
competições (450 golos), no campeonato (311) e nas provas europeias (105), só
para salientar os principais recordes.
Durante a estadia no Santiago
Bernabéu, entre 2009 e 2018, marcou presença nos Mundiais de 2010, 2014 e 2018,
nos Europeus de 2012 e 2016 e na Taça das Confederações de 2017.
2. Luís Figo (336 jogos)
Luís Figo |
Extremo contratado pelo Barcelona
ao Sporting
no verão de 1995 por 2,5 milhões de euros, depois de ter assinado tanto por
Juventus como por Parma
e de ter estado perto do Manchester City.
Em Camp
Nou rapidamente conquistou os estatutos de titular e de ídolo dos adeptos.
Na primeira época disputou 35 jogos (33 a titular) e marcou cinco golos no
campeonato, um dos quais ao Real Madrid numa vitória por 3-0, e ajudou a equipa
a chegar às meias-finais da Taça
UEFA e à final da Taça do Rei.
Em 1996-97 participou em 36
encontros (34 a titular) e marcou quatro golos na Liga Espanhola e venceu
Supertaça Espanhola, Taça do Rei e Taça das Taças, brilhando ao lado do
brasileiro Ronaldo.
Depois o fenómeno rumou ao Inter
de Milão, mas Figo formou uma dupla fantástica com outro brasileiro, Rivaldo,
sagrando-se bicampeão espanhol (1997-98 e 1998-99), vencendo uma Taça do Rei
(1997-98) e uma Supertaça Europeia (1997) nas três temporadas que se seguiram,
nas quais disputou um total de 101 partidas (todas a titular) e apontou 21
golos no campeonato. Durante a estadia na Catalunha
marcou presença nos Campeonatos da Europa de 1996 e 2000.
Apesar de ter sido considerado o
melhor estrangeiro de La Liga em 1999 e 2000, não se sentia feliz no Barcelona
e acabou por ser contratado pelo Real Madrid no verão de 2000. Promessa eleitoral
de Florentino Pérez, mudou-se para a capital através de uma transferência
recorde na altura: 60 milhões de euros (pagos a pronto). “Foi uma decisão
importante e difícil de tomar, porque me fez mudar de uma cidade que tanto me
deu e na qual me sentia muito bem. Mas, quando não sentes que és reconhecido
por aquilo que estás a fazer e tens uma proposta de outro clube, então acabas
por pensar nela”, recordou.
O primeiro grande momento de Figo
nos merengues foi o
regresso a Camp Nou, onde foi alvo de uma vaia monumental. “Traidor”, “judas”,
“escumalha” ou “mercenário” foram alguns dos insultos que lhe foram dirigidos
em tarjas nessa noite de 21 de outubro de 2000. Laranjas,
garrafas, isqueiros e telemóveis foram alguns dos objetos que lhe foram
arremessados. O internacional português, habitual executante de bolas paradas
no Real Madrid, não bateu pontapés de canto precisamente para não ser atingido.
“A noite em que Figo regressou a Camp
Nou foi incrível. Nunca ouvi algo assim. O Luís não merecia aquilo. Ele deu
tudo pelo Barcelona.
Ele não é um traidor, ele é um dos melhores da história do Barcelona.
Aquela noite magoou-o, podia ver-se. Ele devia estar a pensa: ‘raios, eu estava
aqui na última temporada…’ Mas a minha emoção predominante foi admiração: ele
teve bolas”, afirmou o então companheiro de equipa Iván Campo.
A primeira época no Santiago
Bernabéu também ficou marcada pela conquista do campeonato – que o Real Madrid
já não vencia de 1996-97 -, no qual disputou 34 jogos (33 a titular) e marcou nove
golos, e pelos prémios de melhor jogador do mundo para a revista World Soccer,
melhor estrangeiro do ano na Liga Espanhola e sobretudo pela Bola de Ouro.
Em 2001-02 recebeu a companhia de
outro galáctico, Zinédine Zidane, e juntos guiaram o colosso blanco à conquista da Liga dos Campeões.
Na I Liga Espanhola participou em 28 partidas (27 a titular) e apontou sete
golos. A meio da temporada recebeu o prémio de melhor jogador do mundo
atribuído pela FIFA e no final da época marcou pela primeira vez presença num
Campeonato do Mundo.
Em 2002-03 reencontrou o
brasileiro Ronaldo no Santiago Bernabéu e viveu uma das melhores temporadas da
carreira, tendo contribuído com 10 golos em 33 jogos (todos a titular) para a
conquista de mais um título espanhol, além de ter vencido a Supertaça Europeia
e a Taça Intercontinental. Porém, em mais um regresso a Camp
Nou foi novamente alvo de uma vaia monumental, além de os adeptos catalães
o terem tentado atingir com latas de cerveja, isqueiros, garrafas e… a cabeça
de um leitão.
No arranque da temporada 2003-04
venceu a Supertaça de Espanha sob o comando técnico de Carlos Queiroz, mas
nessa e na época seguinte foi caindo de produção, tal como toda a equipa,
apesar da contratação de galácticos como os ingleses David Beckham e Michael
Owen. Nesses dois anos disputou um total de 69 encontros no campeonato (60 a
titular) e marcou 11 golos. Pelo meio, esteve na caminhada da seleção nacional
até à final do Euro 2004.
No verão de 2005 transferiu-se
para o Inter de Milão a custo zero, à beira de completar 33 anos.
1. Duda (344 jogos)
Duda |
Duda ainda não se tinha estreado
pela equipa principal do Vitória
de Guimarães quando em 1999 trocou os minhotos
pelo Cádiz, então a competir na II Divisão B.
Após duas épocas no Ramón de
Carranza, o médio/extremo português mudou-se para o Málaga,
onde teve a companhia dos compatriotas Litos e Edgar e estreou-se na I Liga
Espanhola, tendo disputado nove jogos (um a titular) e marcado um golo no
campeonato.
Em 2002-03 esteve emprestado ao
Levante, então na II Liga do país vizinho, mas voltou na época seguinte para se
afirmar em La Rosaleda. Em três épocas disputou 85 jogos (80 a titular) e
apontou 11 golos no campeonato, despedindo-se do clube no verão de 2006 após a
descida de divisão.
Depois mudou-se para o Sevilha,
onde não teve tanto espaço. Ainda assim saboreou as conquistas da Taça
UEFA, da Taça do Rei e da Supertaça de Espanha em 2007, ano em que ajudou a
qualificar os andaluzes para a Liga dos Campeões após meio século de ausência. Em
dois anos no Ramón Sánchez Pizjuán participou em 28 encontros (seis a titular)
na Liga Espanhola. Nesse período foi chamado pela primeira vez à seleção
nacional, ainda por Luiz Felipe Scolari.
No verão de 2008 voltou ao Málaga,
que estava de regresso ao primeiro escalão do futebol espanhol. Depois de uma
primeira época por empréstimo do Sevilha, seguiram-se oito a título definitivo.
Nesse período disputou 222 jogos (144 a titular) e apontou 22 golos, entre os
quais dois ao Barcelona
de Guardiola, em novembro de 2008 e em janeiro de 2011, e outro ao Real Madrid
em maio de 2010, tendo contribuído para a obtenção do quarto lugar em 2011-12 e
para a caminhada até aos quartos de final da Liga dos Campeões na época
seguinte. Durante esta segunda estadia em Málaga
foi chamado regularmente à seleção nacional entre 2008 e 2010, tendo marcado
presença no Mundial da África do Sul.
No verão de 2017 pendurou as
botas, mas continuou em Málaga
como diretor da academia. Porém, bateu o recorde de futebolista mais jogos pelo
clube na I Liga espanhola: 316.
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