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Pedro Lavoura representou Anadia, Académica e Sp. Braga |
A uma semana do arranque do
campeonato de 2000-01, o
Sp.
Braga perdeu um dos seus jogadores titulares num trágico acidente de
viação. Pedro Lavoura, esquerdino que podia atuar como lateral ou extremo e que
na época anterior tinha sido titularíssimo no onze de
Manuel
Cajuda, morreu quando tinha somente 26 anos.
Nascido em Caracas, na Venezuela,
mas radicado na região da Beira Litoral desde tenra idade, cresceu
futebolisticamente no
Anadia
e estreou-se como sénior em 1992-93, tendo passado pelo Aguinense, dos
distritais da AF Aveiro, antes de se afirmar no regresso aos
trevos
da Bairrada em 1994-95, na II Divisão B.
No verão de 1995 transferiu-se
para a
Académica,
tendo contribuído para a promoção à
I
Liga em 1996-97. Seguiram-se dois anos no
primeiro
escalão antes de concluir o ciclo de quatro anos em Coimbra com a
despromoção à
II
Liga em 1998-99.
Após a descida de divisão
mudou-se para o
Sp.
Braga, tendo vivido uma temporada de estreia bastante positiva no Minho em
1999-00, com 32 jogos disputados, 30 deles na condição de titular.
Preparava-se para a segunda época
quando, ironicamente, perdeu a vida na data em que se assinala o Dia Mundial do
Canhoto. Seguia com outros dois jovens, que também vieram a morrer, numa
viatura que se despistou e embateu contra um muro na Estrada Nacional 235, em
Oliveira do Bairro, no distrito de Aveiro, por volta das 7:15.
Estava a gozar uma folga e tinha
ido a Aveiro festejar o aniversário de um primo de um dos amigos que viria a
morrer, Alexandre Timóteo, depois de na véspera ter atuado 66 minutos com a
camisola do
Sp.
Braga, frente à
União
de Leiria, num jogo particular. Após uma noite passada na discoteca Estação
da Luz, em Quintãs, preparava-se para regressar a casa quando sofreu o acidente
fatal ao volante do seu Porsche.
O embate foi de tal forma
violento, até pela velocidade excessiva em que seguia o veículo, que o carro se
partiu em duas partes e desfez por completo o muro. Enquanto a dianteira do
automóvel permaneceu no local do embate, a traseira percorreu cerca de 50
metros e acabou por arder. Já os corpos foram projetados para fora da viatura,
tendo atingido alguns automóveis que estavam estacionados próximo do local do
acidente. Um dos bancos chegou a percorrer 20 metros e só parou no interior de
um prédio.
Acordados pelo estrondo do
embate, os habitantes locais depararam-se com um cenário de terror, com restos
humanos espalhados pela rua.
Este não era o primeiro acidente
grave de Pedro Lavoura, que já em 1997 se havia despistado na A1, perto de
Santarém, tendo sofrido queimaduras graves, fraturas e uma lesão grave na cervical.
Foi submetido a várias operações plásticas para reconstituir o rosto e esteve
vários meses afastado dos relvados.
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