Um dos “Metralha” do Benfica de Mourinho e irmão de Bruno Alves. Quem se lembra de Geraldo?
Geraldo estreou-se pelo Benfica num dérbi com o Sporting
Geraldo nasceu e cresceu numa
família que respira futebol. O pai é Washington Alves, defesa brasileiro que
representou Sp.
Espinho, Varzim
e Rio
Ave, entre outros, nas décadas de 1970 e 1980; um dos tios era o malogrado Geraldo
Assoviador, médio internacional canarinho que esteve na Copa América 1975; e um
dos irmãos é Bruno Alves, central internacional português que dispensa
apresentações.
Com a bola como brinquedo
preferido, teve no progenitor o primeiro treinador, em casa e nas camadas
jovens do Varzim.
No verão de 1999, após terminar o último ano de júnior e numa fase em que
pensava desistir do futebol profissional e dedicar-se aos estudos, viu o tio
Wilson meter uma cunha para ir treinar à experiência no Benfica
B. “O meu tio Wilson, que vive em
Lisboa, e também ele foi jogador, encontrou o Mozer, antigo defesa do Benfica
e ele, Mozer, reconheceu o meu tio dos tempos do Flamengo.
Óbvio que o meu tio sabia quem ele era, mas nunca tinha pensado que o Mozer o
conhecesse. Em conversa, o meu tio falou-lhe do meu pai e de mim e conseguiu
que fosse treinar a experiência no Benfica”,
contou ao portal Bancada
em outubro de 2018. Mais ou menos na mesma altura, o irmão Bruno ingressou nos
juniores do FC
Porto. A verdade é que o então trinco nascido
em Minas Gerais e radicado em Portugal desde os seis meses conseguiu ficar no Benfica,
tendo atuado exclusivamente pela equipa B em 1999-00. Porém, na época seguinte José
Mourinho promoveu-o ao plantel principal – era um dos “Irmãos Metralha”,
juntamente com Diogo Luís e Nuno Abreu – e lançou-o mesmo nos minutos finais na
célebre vitória sobre o Sporting
(3-0) que antecedeu a saída do treinador
setubalense. “Chegar à equipa principal foi um sonho! Estar sem equipa e
depois de um ano e meio estar na primeira equipa do Benfica
foi muito bom. Lembro-me de quando chegou o Mourinho
e mudou completamente a mentalidade de uma equipa em dificuldades”, recordou o
defesa, utilizado em seis partidas da equipa principal das águias
em 2000-01, as duas últimas na condição de titular, já às ordens de Toni.
Na temporada seguinte, contudo,
perdeu espaço, tendo voltado à equipa B e passado pelo primeiro de três
empréstimos consecutivos, ao Beira-Mar.
Nas épocas que se seguiram esteve cedido ao Gil
Vicente – onde, por indicação do treinador Vítor Oliveira, começou a jogar
como defesa central, posição em que se viria a fixar – e ao Paços
de Ferreira, não conseguindo impedir a despromoção dos pacenses à II
Liga em 2003-04.
Após esse dissabor, continuou na
Capital do Móvel a título definitivo. Em 2004-05 sagrou-se campeão do segundo
escalão e foi reforçando paulatinamente o seu estatuto até se perfilar como
um indiscutível da equipa que em 2006-07 alcançou o primeiro apuramento europeu
da história dos castores.
O eco dos bons desempenhos chegou
a clubes importantes de países da periferia da Europa. O primeiro que Geraldo
representou foi o AEK de Atenas, emblema pelo qual foi finalista da Taça da
Grécia em 2008-09, ao lado de Rivaldo, tendo somado 68 jogos e um golo entre
2007 e 2010.
Já depois da crise global que
deflagrou durante os anos em que esteve na Grécia, mudou-se para o campeão
europeu de 1985-86, o Steaua
Bucareste, clube que viria a representar entre 2010 e 2012, tendo vencido a
Taça da Roménia em 2010-11 e atuado em palcos importantes do futebol
continental como Anfield (Liverpool),
San Paolo (Nápoles)
e Veltins-Arena (Schalke
04).
Haveria de permanecer na Roménia
para vestir as camisolas de Petrolul Ploiesti, clube pelo qual venceu a Taça da
Roménia em 2012-13, e Astra Giurgiu, ao serviço do qual festejou o título
nacional em 2015-16 e a Supertaça Romena em 2016.
Pendurou as botas em meados de
2017, aos 36 anos, mas continuou a viver em solo romeno, onde constituiu
família.
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