sexta-feira, 8 de novembro de 2024

Um dos “Metralha” do Benfica de Mourinho e irmão de Bruno Alves. Quem se lembra de Geraldo?

Geraldo estreou-se pelo Benfica num dérbi com o Sporting
Geraldo nasceu e cresceu numa família que respira futebol. O pai é Washington Alves, defesa brasileiro que representou Sp. Espinho, Varzim e Rio Ave, entre outros, nas décadas de 1970 e 1980; um dos tios era o malogrado Geraldo Assoviador, médio internacional canarinho que esteve na Copa América 1975; e um dos irmãos é Bruno Alves, central internacional português que dispensa apresentações.
 
Com a bola como brinquedo preferido, teve no progenitor o primeiro treinador, em casa e nas camadas jovens do Varzim. No verão de 1999, após terminar o último ano de júnior e numa fase em que pensava desistir do futebol profissional e dedicar-se aos estudos, viu o tio Wilson meter uma cunha para ir treinar à experiência no Benfica B.
 
“O meu tio Wilson, que vive em Lisboa, e também ele foi jogador, encontrou o Mozer, antigo defesa do Benfica e ele, Mozer, reconheceu o meu tio dos tempos do Flamengo. Óbvio que o meu tio sabia quem ele era, mas nunca tinha pensado que o Mozer o conhecesse. Em conversa, o meu tio falou-lhe do meu pai e de mim e conseguiu que fosse treinar a experiência no Benfica”, contou ao portal Bancada em outubro de 2018. Mais ou menos na mesma altura, o irmão Bruno ingressou nos juniores do FC Porto.
 
A verdade é que o então trinco nascido em Minas Gerais e radicado em Portugal desde os seis meses conseguiu ficar no Benfica, tendo atuado exclusivamente pela equipa B em 1999-00. Porém, na época seguinte José Mourinho promoveu-o ao plantel principal – era um dos “Irmãos Metralha”, juntamente com Diogo Luís e Nuno Abreu – e lançou-o mesmo nos minutos finais na célebre vitória sobre o Sporting (3-0) que antecedeu a saída do treinador setubalense. “Chegar à equipa principal foi um sonho! Estar sem equipa e depois de um ano e meio estar na primeira equipa do Benfica foi muito bom. Lembro-me de quando chegou o Mourinho e mudou completamente a mentalidade de uma equipa em dificuldades”, recordou o defesa, utilizado em seis partidas da equipa principal das águias em 2000-01, as duas últimas na condição de titular, já às ordens de Toni.
 
 
Na temporada seguinte, contudo, perdeu espaço, tendo voltado à equipa B e passado pelo primeiro de três empréstimos consecutivos, ao Beira-Mar. Nas épocas que se seguiram esteve cedido ao Gil Vicente – onde, por indicação do treinador Vítor Oliveira, começou a jogar como defesa central, posição em que se viria a fixar – e ao Paços de Ferreira, não conseguindo impedir a despromoção dos pacenses à II Liga em 2003-04.
 
 
Após esse dissabor, continuou na Capital do Móvel a título definitivo. Em 2004-05 sagrou-se campeão do segundo escalão e foi reforçando paulatinamente o seu estatuto até se perfilar como um indiscutível da equipa que em 2006-07 alcançou o primeiro apuramento europeu da história dos castores.
 
 
O eco dos bons desempenhos chegou a clubes importantes de países da periferia da Europa. O primeiro que Geraldo representou foi o AEK de Atenas, emblema pelo qual foi finalista da Taça da Grécia em 2008-09, ao lado de Rivaldo, tendo somado 68 jogos e um golo entre 2007 e 2010.
 
 
Já depois da crise global que deflagrou durante os anos em que esteve na Grécia, mudou-se para o campeão europeu de 1985-86, o Steaua Bucareste, clube que viria a representar entre 2010 e 2012, tendo vencido a Taça da Roménia em 2010-11 e atuado em palcos importantes do futebol continental como Anfield (Liverpool), San Paolo (Nápoles) e Veltins-Arena (Schalke 04).
 
 
Haveria de permanecer na Roménia para vestir as camisolas de Petrolul Ploiesti, clube pelo qual venceu a Taça da Roménia em 2012-13, e Astra Giurgiu, ao serviço do qual festejou o título nacional em 2015-16 e a Supertaça Romena em 2016.
 
 
Pendurou as botas em meados de 2017, aos 36 anos, mas continuou a viver em solo romeno, onde constituiu família. 



 
 




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