O primeiro a marcar pelo Benfica na Luz e na Taça dos Campeões Europeus. Quem se lembra de Palmeiro?
Francisco Palmeiro representou o Benfica entre 1953 e 1961
Muito provavelmente, quem está a
ler este texto nunca o viu jogar e talvez até nunca tenha ouvido falar dele,
mas Francisco Palmeiro foi uma figura importante do Benfica
na década de 1950. Representou o emblema
encarnado entre 1953 e 1961, demasiado tarde para ter participado na
conquista da Taça Latina (1950) e demasiado cedo para contribuir para o bicampeonato
europeu (1960-61 e 1961-62), embora ainda fizesse parte do plantel que
conquistou a primeira Taça
dos Campeões Europeus.
Contudo, este extremo nascido a
16 de outubro de 1932 na localidade alentejana de Arronches, distrito de
Portalegre, está na história das águias
sobretudo por ter sido o primeiro jogador a marcar pelo Benfica
no antigo Estádio
da Luz, tendo apontado o tento de honra numa derrota às mãos do FC
Porto (1-3) no jogo de inauguração, a 1 de dezembro de 1954; e também a
faturar na Taça
dos Campeões Europeus, numa derrota com o Sevilha
(1-3) a 19 de setembro de 1957.
Pelo meio, foi o herói de uma
rara vitória de Portugal
sobre Espanha
– a segunda da história –, a 3 de junho de 1956, tendo apontado os três golos
da equipa
das quinas num triunfo por 3-1 no Estádio Nacional. Foram os únicos que
somou pela seleção
nacional em três internacionalizações. Nada mau para quem começou a
jogar futebol bem longe dos grandes centros urbanos, nas camadas jovens do
Atlético de Arronches, tendo ainda representado O
Elvas e o Portalegrense antes de chegar ao Benfica
em 1953, apesar de ter participado em dois jogos particulares pelas encarnados
em 1949, quando tinha 17 anos e havia aproveitado o facto de ter um tio como
empregado no clube para treinar.
Pela equipa principal das águias
foi utilizado em 116 jogos oficiais e apontou 35 golos, tendo vencido três
campeonatos nacionais (1954-55, 1956-57 e 1959-60) e três Taças
de Portugal (1954-55, 1956-57 e 1958-59). Já no ocaso da carreira ainda fez
duas boas temporadas ao serviço do Atlético
na I
Divisão, tendo depois representado o Almada
nas divisões secundárias do futebol português e os Pescadores
da Costa de Caparica e o Monte de Caparica nos distritais da Associação
de Futebol de Setúbal.
Viria a falecer a 22 de janeiro
de 2017, aos 84 anos. A autarquia de Arronches homenageou-o com a atribuição do
seu nome ao estádio municipal, onde também se encontra o Centro de Memórias do
Jogador.
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