A minha primeira memória de… um jogo entre Sporting e Estrela da Amadora
Acosta, João Pinto e César Prates festejam golo leonino
A minha primeira memória de um
jogo entre Sporting
e Estrela
da Amadora é de um encontro do qual me lembro vagamente não por causa de um
golo ou de qualquer ocorrência dentro das quatro linhas, mas sim por reter na
mente imagens de alguma confusão nas bancadas do velhinho Estádio
José Alvalade. Ainda coloquei em causa essa imagem de incidentes ser de
outro jogo dos leões
que não frente aos tricolores,
mas após alguma investigação cheguei à conclusão que é mesmo referente à
partida entre os dois clubes da Grande Lisboa disputada a 14 de abril de 2001.
Em causa estiveram desacatos
entre elementos da Juve Leo e outros adeptos sportinguistas,
pouco agradados com o comportamento da claque, de costas voltadas para a equipa
depois da derrota na jornada anterior ante a União
de Leiria, numa fase em que os verde
e brancos estavam cada vez mais fora da luta pelo título. A derrota frente aos leirienses,
a contar para a 27.ª jornada (de 34), deixou o Sporting
de Manuel
Fernandes a sete pontos do líder Boavista
e a três do vice FC
Porto, tendo ainda permitido a aproximação dos perseguidores Sp.
Braga e Benfica.
Já o Estrela
da Amadora de Carlos Brito estava praticamente condenado à despromoção, com
apenas 14 pontos somados – menos de que a primeira equipa acima da zona de descida,
o Gil
Vicente.
Perante cerca de dez mil
espetadores, o encontro decidiu-se com um golo solitário de João Vieira Pinto
aos 23 minutos, um cabeceamento certeiro desse pequeno mas exímio cabeceador na
sequência de um livre lateral apontado pelo brasileiro Rodrigo Fabri a partir
da esquerda. Entretanto, os leões
perderam os dois centrais titulares (Beto e André Cruz) devido a lesão ainda
antes do início do segundo tempo, obrigando à entrada de Phil Babb e Hugo. Nos
últimos 45 minutos, praticamente só deu Estrela,
mas Peter Schmeichel foi negando sucessivamente o golo do empate. “Contra o pior ataque da I
Liga, a equipa que mais vezes perdeu, o Sporting...
perdeu uma oportunidade de luxo para fazer as pazes com os seus adeptos. Mas, em
vez de palmas, ouviram-se assobios... antes, durante e depois do jogo. A
exibição do Sporting
pouco melhor foi do que a protagonizada em Leiria e valeu a Manuel
Fernandes o facto de estar desta vez do outro lado um adversário menos
feliz na pontaria. E o facto de só estarem dez mil espectadores em Alvalade...
Estes, mesmo sem ninguém ter tirado nenhum coelho de Páscoa da cartola, precisaram
apenas de esperar 60... segundos(!) para não dar o tempo por mal empregue.
Gaúcho I, motivado pela velocidade de Paulo Ferreira, obrigou Schmeichel a
escutar os primeiros assobios, embora o guardião dinamarquês tenha defendido
com facilidade uma bola... rematada à figura. O sinal... verde para a
exploração do contra-ataque estava aberto por um Sporting
que acusou bastante na entrada em campo o resultado de Leiria e a estranha
tranquilidade sonora que (não) se fazia ouvir em Alvalade”,
escreveu o jornal O Jogo.
Recordo-me também do jogo
seguinte entre as duas equipas, disputado a 29 de janeiro de 2003 na Reboleira e
a contar para os oitavos de final da Taça
de Portugal. Lembro-me de o meu pai, um grande sportinguista,
ter ponderado a nossa ida ao estádio caso o jogo se realizasse a um dia e a uma
hora convidativas tendo em conta que vivíamos no Barreiro.
Mas acabou por se realizar a uma quarta-feira à noite. Um golo solitário de
Mário Jardel, de cabeça após cruzamento de Quaresma
a partir da direita, deu a vitória à equipa de Laszlo Bölöni – do outro lado, o
treinador era Jorge
Jesus.
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