domingo, 5 de novembro de 2023

A minha primeira memória de… um jogo entre Sporting e Estrela da Amadora

Acosta, João Pinto e César Prates festejam golo leonino
A minha primeira memória de um jogo entre Sporting e Estrela da Amadora é de um encontro do qual me lembro vagamente não por causa de um golo ou de qualquer ocorrência dentro das quatro linhas, mas sim por reter na mente imagens de alguma confusão nas bancadas do velhinho Estádio José Alvalade. Ainda coloquei em causa essa imagem de incidentes ser de outro jogo dos leões que não frente aos tricolores, mas após alguma investigação cheguei à conclusão que é mesmo referente à partida entre os dois clubes da Grande Lisboa disputada a 14 de abril de 2001.
 
Em causa estiveram desacatos entre elementos da Juve Leo e outros adeptos sportinguistas, pouco agradados com o comportamento da claque, de costas voltadas para a equipa depois da derrota na jornada anterior ante a União de Leiria, numa fase em que os verde e brancos estavam cada vez mais fora da luta pelo título.
 
A derrota frente aos leirienses, a contar para a 27.ª jornada (de 34), deixou o Sporting de Manuel Fernandes a sete pontos do líder Boavista e a três do vice FC Porto, tendo ainda permitido a aproximação dos perseguidores Sp. Braga e Benfica. Já o Estrela da Amadora de Carlos Brito estava praticamente condenado à despromoção, com apenas 14 pontos somados – menos de que a primeira equipa acima da zona de descida, o Gil Vicente.


 
Perante cerca de dez mil espetadores, o encontro decidiu-se com um golo solitário de João Vieira Pinto aos 23 minutos, um cabeceamento certeiro desse pequeno mas exímio cabeceador na sequência de um livre lateral apontado pelo brasileiro Rodrigo Fabri a partir da esquerda.
 
Entretanto, os leões perderam os dois centrais titulares (Beto e André Cruz) devido a lesão ainda antes do início do segundo tempo, obrigando à entrada de Phil Babb e Hugo. Nos últimos 45 minutos, praticamente só deu Estrela, mas Peter Schmeichel foi negando sucessivamente o golo do empate.
 
“Contra o pior ataque da I Liga, a equipa que mais vezes perdeu, o Sporting... perdeu uma oportunidade de luxo para fazer as pazes com os seus adeptos. Mas, em vez de palmas, ouviram-se assobios... antes, durante e depois do jogo. A exibição do Sporting pouco melhor foi do que a protagonizada em Leiria e valeu a Manuel Fernandes o facto de estar desta vez do outro lado um adversário menos feliz na pontaria. E o facto de só estarem dez mil espectadores em Alvalade... Estes, mesmo sem ninguém ter tirado nenhum coelho de Páscoa da cartola, precisaram apenas de esperar 60... segundos(!) para não dar o tempo por mal empregue. Gaúcho I, motivado pela velocidade de Paulo Ferreira, obrigou Schmeichel a escutar os primeiros assobios, embora o guardião dinamarquês tenha defendido com facilidade uma bola... rematada à figura. O sinal... verde para a exploração do contra-ataque estava aberto por um Sporting que acusou bastante na entrada em campo o resultado de Leiria e a estranha tranquilidade sonora que (não) se fazia ouvir em Alvalade”, escreveu o jornal O Jogo.
 
 
 
Recordo-me também do jogo seguinte entre as duas equipas, disputado a 29 de janeiro de 2003 na Reboleira e a contar para os oitavos de final da Taça de Portugal. Lembro-me de o meu pai, um grande sportinguista, ter ponderado a nossa ida ao estádio caso o jogo se realizasse a um dia e a uma hora convidativas tendo em conta que vivíamos no Barreiro. Mas acabou por se realizar a uma quarta-feira à noite. Um golo solitário de Mário Jardel, de cabeça após cruzamento de Quaresma a partir da direita, deu a vitória à equipa de Laszlo Bölöni – do outro lado, o treinador era Jorge Jesus.
 










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