A minha primeira memória de… um dérbi entre Chelsea e Tottenham

Ramires e Modric em disputa de bola num dérbi londrino

Embora dispusesse de Sport TV e consequentemente de Premier League em minha casa desde 2003 e tivesse acompanhado com alguma intensidade a primeira passagem de José Mourinho pelo Chelsea, a primeira memória que tenho de um dérbi londrino entre os blues e Tottenham é referente a 24 de março de 2012, quando ambas as equipas se defrontaram num encontro da liga inglesa.

 

Na altura, o conjunto de Stamford Bridge – com os portugueses Hilário, Bosingwa, Paulo Ferreira e Raul Meireles no plantel – estava a fazer um campeonato bastante abaixo das expetativas, tendo passado quase toda a época fora dos lugares de acesso à Liga dos Campeões. Porém, continuava vivo na Champions e na Taça de Inglaterra e ganhou alguma vida quando o italiano Roberto Di Matteo sucedeu a André Villas Boas no comando técnico.

 

Já o Tottenham de Harry Redknapp começava a consolidar-se como um candidato a troféus em Inglaterra e aos lugares de acesso à Champions. À partida para o encontro, embora não vencesse há quatro jogos, ocupava o quarto lugar. As principais estrelas da equipa eram Gareth Bale e Luka Modric.

 

Numa partida entre uma equipa que estava a fazer um mau campeonato mas que dava sinais de retoma e outra que estava a fazer uma grande campanha mas que mostrava sinais de algum declínio, o equilíbrio foi a nota dominante.

 

Talvez pela proximidade na tabela classificativa, o jogo foi muito tático e teve escassas ocasiões de golo. A primeira situação de perigo apareceu já no tempo de compensação da primeira part, com Van der Vaart a rematar inicialmente para defesa de Petr Cech e logo a seguir a disparar para um corte providencial de Ashley Cole em cima da linha de baliza.

 

A resposta aconteceu já nos minutos finais, com Juan Mata, na execução de um livre direto, a enviar a bola ao poste. Pouco depois, Gary Cahill negou o golo a Adebayor e Bale cabeceou à trave.

 

Numa espécie de crónica redigida para este blogue, falei numa “igualdade que se ajustou ao que se passou em campo, apesar de os visitantes [Tottenham] terem disposto de mais ocasiões e posse de bola”. Na primeira parte viu-se “muita luta a meio-campo e pouco perigo” na segunda “houve bolas nos ferros e oportunidades de parte a parte”. “É impressionante como um 0-0 na Premier League consegue ser um grande jogo!”, destaquei.

 

Individualmente, do lado do Chelsea salientei a forma como Bosingwa “nunca deixou que Bale se impusesse durante a primeira parte” e o espírito “batalhador” de Didier Drogba. Em relação aos jogadores do Tottenham, realcei a forma como Kyle Walker se impôs no flanco direito, a liderança de William Gallas na linha defensiva, a “precisão de passe fantástica” de Luka Modric, o perigo causado por Gareth Bale e a luta dada por Emmanuel Adebayor.

 

 

 

Cerca de três semanas depois, em Wembley, o Chelsea goleou o Tottenham por 5-1 e apurou-se para a final da Taça de Inglaterra. Didier Drogba, Juan Mata, Ramires, Frank Lampard e Florent Malouda marcaram para os blues, enquanto Gareth Bale fez o golo dos spurs.