domingo, 19 de novembro de 2023

Recorde todos os dérbis entre Barreirense e Fabril nos nacionais no século XXI

Barreirense e Fabril defrontaram-se por 10 vezes nos nacionais desde 2007
Vizinhos e rivais que coincidiram na I Divisão em quinze épocas, mas que desde o final da década de 1970 que têm estado remetidos para as divisões secundárias, Futebol Clube Barreirense e Grupo Desportivo Fabril do Barreiro (antiga CUF e Quimigal) estiveram sem se defrontar oficialmente entre 10 de abril de 1983 e 9 de dezembro de 2007, mas desde então que já jogaram entre si quinze vezes, dez das quais nos campeonatos nacionais.
 
Protagonistas de um duelo sempre muito equilibrado (27 vitórias para o Fabril, 25 empates e 24 vitórias para o Barreirense em 76 dérbis oficiais), “cabeçudos” e “ratos brancos” têm mantido essa tradição de equilíbrio nos dez encontros disputados para os campeonatos nacionais no século XXI, todos para a III Divisão Nacional: duas vitórias fabris, um triunfo alvirrubro e sete empates (consecutivos).
 
Vale por isso a pena recordar todos os jogos entre Barreirense e Fabril nos campeonatos nacionais no século XXI.

 
9 de dezembro de 2007 – III Divisão – Série F (12.ª jornada da 1.ª fase)
Já diz o velho cliché de que, em dérbis e clássicos, é a equipa que está pior que, muitas vezes, acabava por vencer. Foi isso que se passou na atípica tarde de 9 de dezembro de 2007, em que o Barreirense jogou na condição de visitado no Estádio Alfredo da Silva – casa emprestada devido à falta de campo próprio – e os sócios fabris ficaram remetidos para as outras bancadas que não a dos sócios, que tem cobertura.
Na altura, o Fabril comandado pelo antigo extremo Jorge Amaral (campeão mundial de sub-20 em Riade, em 1989) vinha dos distritais e era o lanterna vermelha da série, com dez pontos em onze jornadas. Já o Barreirense de Valter Costa, que vinha de duas despromoções consecutivas, depois de ter estado na II Liga em 2005-06, ocupava uma das posições cimeiras, no caso o quarto lugar, com 17 pontos.
No que concerne ao que foi a tendência do jogo, que teve um Barreirense mais dominador, a classificação ficou refletida. Mas no que diz respeito ao resultado foi precisamente o contrário
À passagem do minuto 16, o guarda-redes alvirrubro Valter derruba o avançado fabrilista Luís Costa, tendo o árbitro Tiago Cerqueira (Lisboa) assinalado uma grande penalidade que o próprio Luís Costa converteu em golo.
O Barreirense fez pela vida na segunda parte, encostou o Fabril à sua zona defensiva e acabou por chegar ao empate aos 82 minutos, na sequência de um pontapé de canto apontado na direita por Vasco Campos, com Mário a cabecear para o fundo das redes.
Tudo dava a entender que, tendo em conta o desenrolar de acontecimentos, a haver um vencedor seria o Barreirense, a julgar pelo domínio asfixiador que estava a exercer. No entanto, quem acabou por chegar ao segundo golo foi o Fabril, por Tralhão, que galgou metros no meio-campo ofensivo, isolou-se e fez golo, aos 90+2’. A bancada onde estava a massa associativa do emblema do Lavradio explodiu de alegria.
“A justiça é uma treta”, resumiu o responsável pelo site do Barreirense na página da crónica do jogo, cujas primeiras frases sintetizam as causas e os efeitos daqueles 90 minutos emocionantes: “Num dérbi nem sempre quem está melhor é quem vence e foi isso mesmo que se passou neste jogo. O Barreirense acabou por perder por 1-2 e assim perder a oportunidade de conseguir alcançar a segunda posição no campeonato.”
 
 
 
16 de março de 2008 – III Divisão – Série F (25.ª jornada da 1.ª fase)
Apesar da vitória, o Fabril acabou por voltar aos maus resultados e Amaral deixou o comando técnico, passando o antigo adjunto Alfredo Lopes a assumir a função de treinador principal. A chicotada psicológica surtiu efeito, porque nos oito jogos que se seguiram a equipa do Lavradio somou sete vitórias e um empate, ou seja, 22 pontos em 24 possíveis. Nesse período, houve um salto desde o fundo para o topo da tabela.
Quando os vizinhos do Barreiro se defrontaram para a 25.ª jornada da primeira fase, já com a presença na fase de promoção praticamente garantida, partilhavam o 3.º lugar, com 39 pontos, a quatro do líder Mineiro Aljustrelense a um do vice Beira-Mar de Monte Gordo.
Num típico dérbi com emoção e desaguisados, João Filipe inaugurou o marcador aos 28 minutos através de um grande remate. A resposta fabril só surgiu já na reta final, por Bruno Cruz, que deixou a partida empatada através de um remate em arco à entrada da área (80’), numa altura em que os alvirrubros estavam já reduzidos a dez devido à expulsão de Vasco por acumulação de amarelos (54’).

Carioca e Nascimento em disputa de bola no Lavradio

 
27 de abril de 2008 – III Divisão – Série F (4.ª jornada da fase de promoção)
Fabril e Barreirense voltaram a defrontar-se nesta época de 2007-08 na 4.ª jornada da fase de promoção, numa altura em que os alvirrubros lideravam a série com três pontos de vantagem sobre o Mineiro Aljustrelense e sobre os vizinhos do Lavradio, sabendo-se de antemão que os dois primeiros subiriam de divisão.
No futebol não há jogos iguais, mas o resultado e a construção do mesmo foram semelhantes ao de um mês antes, num dérbi em que o equilíbrio foi a nota dominante. Desta feita, João Batista abriu o ativo para o Barreirense logo no primeiro minuto. Uma hora depois, Luís Costa empatou a partida através de um remate de muito longe.

"Temos orgulho em ser ratos brancos", lê-se numa tarja na bancada do Fabril
 

1 de junho de 2008 – III Divisão – Série F (12.ª jornada da 1.ª fase)
A fase de promoção ficou marcada por uma enorme queda de rendimento do Fabril, que chegou à penúltima jornada já completamente arredado da luta pela subida à II Divisão B. O Barreirense, por sua vez, tentava uma ultrapassagem sobre a linha da meta a pelo menos um dos dois primeiros classificados, Beira-Mar de Monte Gordo e Mineiro Aljustrelense, que tinham dois pontos de vantagem.
Numa partida muito mal jogada, os fabris, que jogaram na condição de visitantes no seu Alfredo da Silva, de tudo fizeram para obter a consolação de… tramar o rival. “Na verdade, tudo serviu para empatar tempo, desde jogadores supostamente lesionados, pontapés de baliza que demoravam uma eternidade e até a possibilidade do guarda-redes do Fabril mudar de chuteiras quando lhe apeteceu, tudo perante a cumplicidade do tal pardalito [o árbitro da partida, Hélder Pardal, da AF Santarém] que foi o único no estádio que não viu penálti do tamanho do estádio sobre João Baptista ao minuto 84”, escreveu na altura o sempre suspeito site não oficial do Barreirense. Mas eu, que estive no estádio, sou um insuspeito sócio do Fabril e lembro-me desse jogo, confirmo que foi mais ou menos isso que se passou.

Barreirense recebeu o Fabril... no Alfredo da Silva

 
7 de setembro de 2008 – III Divisão – Série F (2.ª jornada da 1.ª fase)
O Fabril apresentou-se na nova época com um novo treinador, o antigo jogador do clube Pedro Alves, enquanto o Barreirense continuava com a antiga glória alvirrubra Valter Costa no comando técnico. Os ingredientes eram novos e marcaram-se quatro golos, mas o resultado foi um empate, em mais um dérbi em que o Barreirense, que tinha quase uma dezenas de jogadores indisponíveis, jogou no Alfredo da Silva na condição de visitado.
Desta vez, foi o Fabril a marcar primeiro, por intermédio, de Jailton, aos 19 minutos. Essa vantagem haveria de durar até ao início do segundo tempo, quando o Barreirense não só empatou, por Patrick aos 50’, como deu a volta ao texto, por Mário à passagem da hora de jogo. Contudo, ainda não seria desta que o Barreirense venceria o rival, pois Edu fez o 2-2 a um quarto de hora do fim.

Lance de disputa de bola a meio-campo
 
 
4 de janeiro de 2009 – III Divisão – Série F (15.ª jornada da 1.ª fase)
Depois de terem lutado para subir de divisão na época anterior, os clubes do Barreiro estavam remetidos para a segunda metade da tabela classificativa. Ao cabo de 14 das 26 jornadas, o Fabril era 8.º classificado, com 15 pontos, enquanto o Barreirense era 12.º, com 12.
E depois deste dérbi de 4 de janeiro de 2009, que terminou empatado a zero, ficou tudo na mesma, numa altura em que os fabris já eram orientados por Rui Esteves e os alvirrubros por Carlos Fernandes.
O encontro ficou ainda marcado por duas expulsões já na reta final: Espanta (Fabril) por acumulação de amarelos, Mário (Barreirense) através de cartão vermelho direto.

Livre favorável ao Barreirense


23 de setembro de 2012 – III Divisão – Série E (13.ª jornada da 1.ª fase)
Após três épocas nos distritais da AF Setúbal, o Barreirense regressou à III Divisão em 2012-13, desta vez para competir na Série E, maioritariamente composta por equipas da AF Lisboa, mas também com Amora (AF Setúbal), Peniche (AF Leiria), Cartaxo (AF Santarém) e Eléctrico (AF Portalegre).
Numa altura em que o Campo da Verderena ainda não tinha condições para receber os jogos em casa do Barreirense, os dois rivais concordaram em trocar a ordem dos encontros entre eles, ou seja, o Fabril-Barreirense da 13.ª jornada disputou-se no dia em que era para ser disputado o Barreirense-Fabril da 2.ª jornada. Paralelamente, os alvirrubros estavam privados de jogar com o seu equipamento tradicional, pelo que jogavam com um equipamento cinzento, com listas vermelhas e brancas, ao qual muitos chamavam de… pijama. Eram mesmo muitos os problemas.
Depois de uma primeira parte sem golos, Rúben Guerreiro abriu o ativo aos 55 minutos, na resposta a um cruzamento de Bolinhas, dando alguma justiça ao resultado depois de o Fabril de Conhé ter estado melhor durante a etapa inicial. Contudo, já na reta final do encontro o antigo capitão fabril David Martins restabeleceu a igualdade para o Barreirense de Duka, também de cabeça, na sequência de um canto apontado por Bailão.
 
 
 
 
6 de janeiro de 2013 – III Divisão – Série E (2.ª jornada da 1.ª fase)
Tal como 14 anos antes, houve dérbi do Barreiro a abrir o ano, numa altura em que os rivais estavam empatados na liderança da série, com 22 pontos em 12 jornadas.
O Barreirense, que ainda não tinha jogado no Campo da Verderena e andava a jogar em casa emprestada nos concelhos vizinhos, permanecia invicto… na condição de visitado. E essa invencibilidade manteve-se após o duelo com o vizinho, que se realizou no Campo Santos Jorge, em Pinhal Novo, no concelho de Palmela.
Os fabris estiveram melhor na primeira parte e os alvirrubros na segunda. A principal ocasião de golo aconteceu ao minuto 79, quando Rúben Guerreiro acertou na trave.
 
 
 
14 de abril de 2013 – III Divisão – Série E (3.ª jornada da fase de promoção)
Finalmente, um dérbi no Campo da Verderena. Finalmente, um resultado que não o empate, depois de sete consecutivos no dérbi. E, finalmente, uma vitória do Barreirense sobre o Fabril, a primeira desde 1982-83.
Apurados para a fase de promoção, os vizinhos do Barreiro não entraram propriamente bem. O Barreirense empatou os dois primeiros jogos, ao passo que o Fabril saiu derrotado nas duas primeiras jornadas. Ambos continuavam bem dentro da luta pela subida, mas quem perdesse na Verderena ficaria com menos margem de erro.
Os alvirrubros, que estiveram melhor ao longo de todo o encontro, acabaram por quebrar o enguiço graças a um grande golo de Vasco Firmino aos 57 minutos.
 
 
 
19 de maio de 2013 – III Divisão – Série E (8.ª jornada da fase de promoção)
À entrada para a antepenúltima jornada, o Barreirense seguia em 3.º lugar, que poderia dar promoção (subiam os cinco melhores terceiros classificados das seis séries do Continente), com 29 pontos, mais quatro que o Fabril que nesta fase da época já era orientado por Manuel Correia.
Com uma primeira parte de sonho, a turma do Lavradio foi para intervalo a ganhar por 3-0, graças a um autogolo de David Martins (sete minutos) e um bis de Catarino (38’ e 41’). No entanto, o Barreirense nunca virou a cara à luta e conseguiu marcar por duas vezes, por Vasco Firmino (64’) e Bailão (78’), chegando a ameaçar por várias vezes o golo do empate.
 











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