Campomaiorense soma cinco presenças na II Liga |
Fundado a 1 de julho de 1926 e
intimamente ligado à família Nabeiro, fundadora e dona da Delta Cafés, o Sporting
Clube Campomaiorense competiu na I
Liga durante cinco temporadas (1995-96 e entre 1997-98 e 2000-01) e
atingiu a final da Taça
de Portugal em 1998-99.
Hoje já sem futebol sénior, o último clube alentejano a competir no primeiro escalão tornou-se um cliente habitual das provas nacionais a partir do final da década de 1940, mas só meio século depois atingiu a elite, na sequência do 2.º lugar alcançado na II Liga em 1994-95.
Em 2002, um ano após a segunda descida à II Liga, a formação de Campo Maior extinguiu o futebol profissional. Em 2006-07 a equipa sénior foi reativada e cinco temporadas depois chegou mesmo a sagrar-se campeã distrital da AF Portalegre, mas não usufruíram do direito de subir à III Divisão Nacional. Pouco depois, em 2013, a equipa sénior voltou a ser desativada.
Vale por isso a pena recordar os dez futebolistas com mais jogos pelo Campomaiorense na II Liga.
10. Gila (60 jogos)
Gila |
Disputou o mesmo número de jogos de
João Azinhais, mas amealhou mais 656 minutos em campo – 5057 contra 4401.
Defesa central natural de
Alcobaça, passou por Ginásio
de Alcobaça e Caldas
antes de ingressar no Campomaiorense
no verão de 1993.Nas primeiras duas épocas no emblema alentejano amealhou 60 encontros (57 a titular) e sete golos na II Liga, tendo contribuído para a promoção à I Liga em 1994-95.
Após a subida de divisão permaneceu mais um ano no clube, mostrando-se impotente para impedir a descida ao segundo escalão.
No verão de 1996 transferiu-se para o Beira-Mar, clube pelo qual conquistou a Taça de Portugal em 1998-99, numa final em que defrontou o… Campomaiorense.
9. Lito Vidigal (61 jogos)
Lito Vidigal |
Lateral direito/médio defensivo
de espírito combativo, faz parte de uma família futebolística angolana
– da qual fazem parte os irmãos Beto, Luís, Toni
e Jorge – que na década de 1970 se refugiou em Portugal, mais precisamente em
Elvas, para fugir à guerra civil de Angola.
Depois de ter começado a jogar
futebol no clube da terra, O
Elvas, evoluiu em emblemas como Fronteirense e Estrela de Portalegre antes
de assinar pelo Campomaiorense
no verão de 1991. “O
Elvas e o Campomaiorense
estavam interessados em mim, mas eu via O
Elvas numa curva descendente e o Campomaiorense
numa curva ascendente, e optei por este”, explicou à Tribuna
Expresso em novembro de 2017.Na primeira época em Campo Maior conquistou o título nacional da II Divisão B e nas três temporadas que se seguiram amalhou 61 encontros (60 a titular) e três golos na II Liga, tendo contribuído para a promoção à I Liga em 1994-95.
Após a subida de divisão transferiu-se para o Belenenses. “Na altura, o treinador do Belenenses era o (João) Alves. Eu terminava o contrato em Campo Maior, falaram comigo e fui para o Belenenses”, recordou.
8. Eurico (61 jogos)
Eurico |
Disputou o mesmo número de jogos
de Lito Vidigal, mas amealhou mais 294 minutos em campo – 5490 contra 5196.
Defesa central transmontano,
internacional jovem português e com passagens por Benfica e Desp.
Chaves no currículo, chegou ao Campomaiorense
no verão de 1994, proveniente da Ovarense.
Na primeira época em Campo Maior atuou em 33 partidas (todas como titular) e marcou um golo ao Penafiel na II Liga, ajudando os galgos a subir à I Liga.
Em 1995-96 mostrou-se impotente para impedir a despromoção ao segundo escalão, mas na temporada seguinte redimiu-se com a conquista do título de campeão da II Liga, numa campanha em que participou em 28 encontros (todos como titular).
Após nova subida de divisão permaneceu mais um ano no clube, rumando depois ao Santa Clara.
No verão de 1994 transferiu-se para o Nacional.
Em 1995-96 fez a estreia no patamar maior do futebol português, aos 30 anos, mas mostrou-se impotente para impedir a despromoção.
Haveria de se despedir do Campomaiorense e da carreira de futebolista em 1996-97, com o título de campeão da II Liga, numa temporada em que participou em 16 encontros (oito a titular).
“Tomás Arriaga foi, talvez, o último atleta natural de Campo Maior a envergar a camisola do clube, depois de uma vasta carreira em todos os escalões. Arriaga foi o único atleta de Campo Maior que conheceu todos os momentos de glória do clube, integrando o plantel da equipa que subiu da III à II Divisão B, da II B à II Liga, e da II à I Liga”, pode ler-se no excerto da sua biografia retirado do Livro do Campomaiorense, de Joaquim Folgado.
Consumada a subida de divisão, transferiu-se para o South China, de Hong Kong, onde encerrou a carreira.
Na primeira época em Campo Maior atuou em 33 partidas (todas como titular) e marcou um golo ao Penafiel na II Liga, ajudando os galgos a subir à I Liga.
Em 1995-96 mostrou-se impotente para impedir a despromoção ao segundo escalão, mas na temporada seguinte redimiu-se com a conquista do título de campeão da II Liga, numa campanha em que participou em 28 encontros (todos como titular).
Após nova subida de divisão permaneceu mais um ano no clube, rumando depois ao Santa Clara.
7. Juvenal (63 jogos)
Avançado angolano
com faro para o golo, passou por clubes como União
de Coimbra, Moura,
Juventude
de Évora, Vitória
de Setúbal e União
de Leiria antes de ingressar no Campomaiorense
em 1991-92, época marcada pela conquista do título nacional da II Divisão B,
para o qual contribuiu com 31 remates certeiros.
Nas duas épocas que se seguiram,
desta feita na II
Liga, voltou a estar em evidência, ao apontar 24 golos em 63 partidas (58 a
titular), registo que faz dele o melhor marcador de sempre dos galgos
no segundo
escalão.No verão de 1994 transferiu-se para o Nacional.
6. Arriaga (65 jogos)
Tomás Arriaga |
Defesa central/médio defensivo
natural de Campo Maior, fez toda a formação e todo o percurso como futebolista
sénior no Campomaiorense,
tendo transitado para a equipa principal em 1982-83, na altura para competir na
III Divisão Nacional.
Em 1991-92 conquistou o título
nacional da II Divisão B e nas três épocas que se seguiram amealhou 49 partidas
(37 a titular) e cinco golos na II
Liga, ajudando os galgos
a subir à I
Liga em 1994-95.Em 1995-96 fez a estreia no patamar maior do futebol português, aos 30 anos, mas mostrou-se impotente para impedir a despromoção.
Haveria de se despedir do Campomaiorense e da carreira de futebolista em 1996-97, com o título de campeão da II Liga, numa temporada em que participou em 16 encontros (oito a titular).
“Tomás Arriaga foi, talvez, o último atleta natural de Campo Maior a envergar a camisola do clube, depois de uma vasta carreira em todos os escalões. Arriaga foi o único atleta de Campo Maior que conheceu todos os momentos de glória do clube, integrando o plantel da equipa que subiu da III à II Divisão B, da II B à II Liga, e da II à I Liga”, pode ler-se no excerto da sua biografia retirado do Livro do Campomaiorense, de Joaquim Folgado.
5. Aurélio (66 jogos)
Aurélio |
Defesa central brasileiro que
concluiu a formação e iniciou o percurso como futebolista sénior no Vasco
da Gama, entrou no futebol português pela porta do Marítimo,
tendo ainda passado pelo Portimonense
antes de ingressar no Campomaiorense
no verão de 1992.
Em três épocas nos galgos
totalizou 66 encontros (60 a titular) na II
Liga, tendo contribuído para a promoção à I
Liga em 1994-95.Consumada a subida de divisão, transferiu-se para o South China, de Hong Kong, onde encerrou a carreira.
4. Joel (67 jogos)
Joel |
Médio defensivo brasileiro, que
também podia atuar como defesa central, chegou a Portugal para reforçar o Sp.
Espinho em 1992, mas um ano depois mudou-se para o Campomaiorense.
Nas duas primeiras épocas nos galgos
somou 40 encontros (todos como titular) na II
Liga, ajudando a equipa a subir à I
Liga em 1994-95.Após uma temporada no patamar maior do futebol português, voltou ao segundo escalão para se sagrar campeão em 1996-97, numa campanha em que atuou em 27 partidas (todos como titular) e apontou três golos, curiosamente todos no mesmo jogo, numa goleada caseira sobre o Moreirense.
Depois de mais uma época na I Liga ao serviço da turma de Campo Maior, regressou ao Brasil para representar o Náutico.
3. Octaviano (86 jogos)
Luís Octaviano |
Defesa central natural de Pinhal
Novo, no concelho de Palmela, e que despontou no Olivais e Moscavide, ingressou
no Campomaiorense
no verão de 1990.
Em 1991-92 sagrou-se campeão
nacional da II Divisão B e nas três épocas que se seguiram amealhou 86
encontros (85 a titular) na II
Liga, tendo contribuído para a promoção à I
Liga em 1994-95.Em 1995-96 integrou o plantel que competiu no patamar maior do futebol português, mas não chegou a ser utilizado no campeonato.
Depois voltou ao Olivais e Moscavide.
2. Quim (90 jogos)
Quim |
Lateral esquerdo/médio natural de
Matosinhos que despontou no Leixões,
passou por Boavista,
Rio
Ave, Feirense
e Desp.
Aves antes de assinar pelo Campomaiorense
no verão de 1992.
Nas primeiras três épocas em
Campo Maior totalizou 90 partidas (85 a titular) e seis golos na II
Liga, tendo contribuído para a promoção à I
Liga em 1994-95.Após meia temporada ao serviço dos galgos no patamar maior do futebol português, transferiu-se para o Paços de Ferreira.
1. Sousa (117 jogos)
Sousa |
Médio angolano
que concluiu a formação no Sporting ao
lado de Rui Correia e José Lima, passou pelos seniores de Alverca e
Vialonga antes de reforçar o Campomaiorense no
verão de 1989, na altura para competir na III Divisão Nacional.
Na primeira época no clube ajudou
os galgos a
subir à II Divisão B e na segunda esteve à beira da promoção à II
Liga, algo que só veio a acontecer em 1991-92.Já entre 1992 e 1995 amealhou 93 encontros (86 a titular) e oito golos no segundo escalão, tendo contribuído para a promoção à I Liga em 1994-95.
Na época seguinte não conseguiu impedir a despromoção, mas redimiu-se ao conquistar o título de campeão da II Liga em 1996-97, numa campanha em que foi utilizado em 24 encontros (21 a titular).
Haveria de permanecer em Campo Maior até 2000, tendo contribuído para a caminhada até à final da Taça de Portugal em 1998-99.
Paralelamente, tornou-se internacional angolano, tendo participado no CAN 1998.
Em janeiro de 2001 mudou-se para o vizinho O Elvas, depois de meio ano sem jogar no Campomaiorense.
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