Jogadores vitorianos festejam triunfo em Alvalade em dezembro de 2003 |
O Vitória
de Setúbal competiu em 72 das 89 edições de campeonatos nacionais na I
Divisão, mas mesmo quando está nas divisões inferiores, como é o caso,
mostra por que razão é um dos clubes com mais pergaminhos na Taça
de Portugal, uma vez que já eliminou primodivisionários em sete ocasiões.
O vencedor da prova rainha em 1964-65, 1966-67 e
2004-05 e finalista em 1942-43, 1953-54, 1961-62, 1965-66,
1967-68, 1972-73 e 2005-06 terá este domingo (15:00) a oportunidade de tombar
pela oitava vez um conjunto do primeiro
escalão na Taça,
caso ultrapasse o Paços
de Ferreira no Estádio
do Bonfim.
Vale por isso a pena recordar as
sete vezes em que o Vitória
enquanto equipa de divisões inferiores eliminou equipas da I
Divisão na Taça
de Portugal.
1942-43: Oitavos de final
Vitória
FC 2-1 Leixões (30
de maio de 1943)
Numa altura em que os campeonatos
já tinham terminado, o Vitória
então na II Divisão iniciou a sua segunda participação na Taça
de Portugal frente ao Leixões,
último classificado da I
Divisão.
Numa partida disputada no Campo
dos Arcos, os sadinos
venceram por 2-1. Francisco Rodrigues rematou à trave na primeira jogada do
encontro, inaugurou o marcador aos 29 minutos, fez o 2-0 aos 56’ e foi expulso
perto do apito final. Mário Montez, na própria baliza, reduziu a desvantagem
para a formação
de Matosinhos a meio do segundo tempo.
1942-43: Meias-finais
Vitória
FC 7-0 FC
Porto (13 de junho de 1943)
Depois do Leixões,
o Vitória
bateu em casa o Barreirense
nos quartos de final (2-0) antes de receber em Setúbal um dos grandes do
futebol português, o FC
Porto, que nessa temporada não foi além de um sétimo lugar (entre dez
equipas) na I
Divisão.
Mais uma vez no Campo dos Arcos,
os sadinos
golearam por 7-0 e avançaram para a primeira final da sua história. Vítor Guilhar
na própria baliza (10 minutos), Aníbal Rendas (13’, 22’ e 51’), Amador (28’),
Passos (46’) e João Nunes (75’) foram os autores dos golos.
1960-61: Oitavos de final
1.ª mão: Benfica
3-1 Vitória
FC (7 de maio de 1961)
2.ª mão: Vitória
FC 4-1 Benfica (1
de junho de 1961)
Depois de afastar Estoril
Praia e Benfica
Castelo Branco e numa altura em que já sabia que não ia subir à I
Divisão, o Vitória
ficou a saber que ia defrontar o campeão nacional Benfica
nos oitavos de final da Taça
de Portugal.
Na primeira-mão, os encarnados
confirmaram o favoritismo e venceram por 3-1. António Mendes (23 minutos),
Peres (26’) e Jorge (69’) marcaram para as águias, enquanto Cafum assinou o
tento de honra dos sadinos
(77’).
Porém, o segundo jogo foi
agendado para 1 de junho, precisamente um dia depois da final da Taça
dos Campeões Europeus em que as águias bateram o Barcelona
em Berna para se sagrarem campeãs continentais pela primeira vez. O Benfica tentou que a visita aos sadinos fosse
adiada, mas o Vitória não
aceitou e a Federação Portuguesa de Futebol também não fez muita questão. Uma
vez que a equipa principal estava a voltar da Suíça, os encarnados fizeram-se representar no Campo dos Arcos
com a equipa de reservas, o que acabou por marcar a estreia de Eusébio
de águia ao peito.
Eusébio
marcou um golo (64’) e desperdiçou um penálti – o primeiro de cinco que falhou
em toda a carreira -, mas o Vitória
venceu por 4-1, com bis de Quim (6’ e 12’) e de Pompeu (59’ e
81’).
1961-62: Quartos de final
1.ª mão: Leixões
2-1 Vitória
FC (3 de junho de 1962)
2.ª mão: Vitória
FC 2-0 Leixões (10
de junho de 1962)
Numa altura em que já tinha a
subida à I
Divisão garantida e já tinha eliminado Desp.
Beja, Marinhense e Vianense
na Taça
de Portugal, o Vitória
defrontou nos quartos de final o detentor do troféu, o Leixões,
numa altura em que todas as eliminatórias se disputavam a duas mãos.
No Campo de Santana, em
Matosinhos, os leixonenses
venceram por 2-1 na primeira-mão. Pompeu até deu vantagem aos sadinos,
mas Ventura e Raúl I deram a volta para a equipa da casa.
Uma semana depois, no Campos dos
Arcos, os setubalenses
viraram a eliminatória através de um triunfo por 2-0.
1961-62: Meias-finais
1.ª mão: Vitória
FC 0-0 Belenenses (17
de junho de 1962)
Depois do Leixões,
seguiu-se mais uma das principais equipas portuguesas da altura, o Belenenses.
No entanto, desta feita não foi nessa autêntica fortaleza que era o Campo dos
Arcos que os sadinos
se superiorizaram.
Em Setúbal, na primeira-mão, até
se registou um empate a zero. Porém, foi no segundo jogo, no Estádio do
Restelo, que os setubalenses
conseguiram obter vantagem, através de um remate certeiro de longa distância
por parte de Pompeu.
2003-04: 4.ª eliminatória
Alverca
0-1 Vitória
FC (23 de novembro de 2003)
Após eliminar o Lixa na 3.ª
eliminatória, o Vitória
de Carlos Carvalhal, então na II
Liga, deslocou-se ao terreno do primodivisionário Alverca,
então comandado por José
Couceiro, e conseguiu surpreender.
O brasileiro Jorginho apontou o
único golo do encontro, aos 51 minutos.
“Surpreendentemente, ou talvez
não, o Vitória
de Setúbal desembaraçou-se com relativa facilidade - que o resultado não
traduz - do Alverca.
Tão fácil como comer uma 'massa de cherne'. Surpresa só mesmo para quem não viu
o jogo, tal a superioridade que o Vitória
evidenciou, com exceção dos últimos dez minutos, nos quais o Alverca
conseguiu exercer alguma pressão, embora ineficaz. É certo que o Vitória
é equipa com experiência e tradição de I
Liga, mas dá que pensar a naturalidade com que veio a Alverca
ganhar e seguir em frente na Taça.
A sensação que deu foi que nem sequer precisou de se agigantar ou de se superar
para alcançar esse objetivo.”, escreveu o Record.
2003-04: 5.ª eliminatória
Sporting
0-1 Vitória
FC (17 de dezembro de 2003)
Se na visita ao Alverca
as forças até eram mais ou menos equilibradas, na deslocação da eliminatória
seguinte ao novo
Estádio José Alvalade, onde o Sporting
ainda não havia perdido em competições nacionais, o desequilíbrio parecia ser
maior.
No entanto, um golo do brasileiro
Orestes logo aos sete minutos, na sequência de um canto apontado a partir da
direita por Zé Pedro, deu aos sadinos
uma vantagem que acabou por ser segurada até ao apito final.
“Nem uma espinha. O Vitória
da Liga
de Honra ganhou em Alvalade
e só precisou de um golo para afastar o Sporting
de mais uma prova a eliminar (será por acaso?). Valeu a Carlos Carvalhal uma
equipa personalizada e um adversário que não foi sério desde o primeiro minuto.
Isso chegou para fazer a diferença numa noite de verdadeira Taça”,
escreveu o Maisfutebol.
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