Dez jogadores que ajudaram o Casa Pia a subir à I Liga |
Fundado a 3 de julho de 1920,
o Casa
Pia Atlético Clube é a Associação Pós-Escolar da Casa
Pia de Lisboa, uma associação de utilidade pública e membro-honorário
da Ordem de Benemerência que agrega todos os indivíduos imbuídos do
espírito casapiano,
designadamente antigos e atuais alunos da Casa
Pia de Lisboa.
Ainda assim, a primeira equipa de
futebol da Casa
Pia de Lisboa remonta ao final do século XIX, pelo que o clube se
autointitula fundador do desporto em Portugal. "Os antigos alunos da Casa
Pia de Lisboa tinham uma equipa de futebol, que era a Associação do
Bem, e que estiveram na origem da implementação do futebol em Portugal, no
final do século XIX. Os casapianos estiveram
na fundação do Benfica [nomeadamente
Cosme Damião] e um dos primeiros presidentes do Sporting [Daniel
Queiroz dos Santos] era casapiano.
Primeiro fundaram e estiveram entretidos noutros clubes e só depois é que
fundaram o Casa
Pia Atlético Clube", recordou
o presidente Victor Seabra Franco ao DN.
Entre os fundadores do clube,
estava o multifacetado Cândido de Oliveira, que foi jogador, treinador,
dirigente, árbitro e jornalista, tendo fundado A Bola. Considerada uma
das figuras mais importantes do futebol português, capitaneou a seleção
nacional no primeiro jogo internacional da sua história, frente a Espanha, a 18
de dezembro de 1921. "A primeira seleção nacional equipou de preto por
causa do Casa
Pia e tinha vários jogadores do Casa
Pia", frisa o presidente do emblema
de Pina Manique. Além de Cândido de Oliveira, estavam no onze José Gralha,
que ainda hoje é o mais novo de sempre a atuar com as quinas ao peito (16 anos,
nove meses e cinco dias); Ribeiro dos Reis, outro fundador de A Bola;
António Pinho e Augusto Lopes.
Desportivamente os gansos viveram
o seu período de maior fulgor nas décadas de 1920 e 1930, quando competiram no
extinto Campeonato de Portugal e participaram uma vez na I
Divisão, em 1938-39. Em 14 jornadas, somou dois pontos, fruto de uma vitória
sobre o Barreirense (2-1),
e não foi além de oitavo e último lugar.
Desde então que o Casa
Pia esteve afastado da ribalta, mas depois de largos anos nos campeonatos
nacionais não profissionais e até nas competições distritais, os casapianos venceram
o título nacional do Campeonato
de Portugal e subiram à II
Liga em 2019 e ascenderam à I
Liga em 2022.
10. Leonardo Lelo (34 jogos)
Leonardo Lelo |
Lateral esquerdo internacional
sub-20 português maioritariamente formado no Olhanense
e revelado para o futebol sénior também pelo emblema
de Olhão, passou pelos sub-23 do Portimonense
antes de ingressar no Casa
Pia em 2021-22.
Nessa temporada, que para Lelo
foi de estreia na II
Liga, foi titular nas 34 jornadas do campeonato, tendo apontado cinco golos
no campeonato, diante de Benfica
B, Académica,
Trofense,
Estrela
da Amadora e Vilafranquense,
que muito contribuíram para a promoção dos gansos
à I
Liga.
9. Zidane Banjaqui (38 jogos)
Zidane Banjaqui |
Médio guineense que dividiu a
formação entre Real
SC, Sporting
e Benfica,
esteve emprestado pelas águias
ao Mirandela, conquistou a Liga Revelação pelo Desp.
Aves, chegou a jogar pelos avenses no primeiro
escalão e passou pela equipa B e sub-23 do Belenenses
SAD antes de ingressar no Casa
Pia em janeiro de 2021, numa altura em que já tinha sido chamado à seleção
principal da Guiné-Bissau,
ainda que não se tivesse estreado.
Em ano e meio em Pina Manique
amealhou 38 encontros (22 a titular) e um golo (ao Penafiel,
em março de 2021) na II
Liga, tendo contribuído para a promoção à I
Liga em 2022.
8. Derick Poloni (42 jogos)
Derick Poloni |
Mais um lateral esquerdo, neste
caso um brasileiro formado no São
Paulo que chegou a Portugal pela porta da equipa B da Académica.
Após passagens por Sourense, Anadia e Leixões
e depois de ter chegado a assinar pelo Vitória
de Setúbal dias antes de sadinos
terem sido despromovidos administrativamente ao Campeonato
de Portugal, assinou pelo Casa
Pia no verão de 2020.
Em duas temporadas em Pina
Manique amealhou 42 encontros (25 a titular) e dois golos na II
Liga, tendo contribuído para a promoção à I
Liga em 2022, tendo inclusivamente marcado no jogo que ditou a subida, em
Matosinhos diante do Leixões.
7. Jota Silva (50 jogos)
Em ano e meio ao serviço dos gansos
totalizou 50 partidas (32 a titular) e 13 remates certeiros na II
Liga, registo que fez dele um dos obreiros da subida do emblema
lisboeta à I
Liga em 2022.
Valorizado pelas boas campanhas no
Casa
Pia, deu o salto para o Vitória
de Guimarães neste verão.
6. Vitó (51 jogos)
Vitó |
Médio ofensivo internacional
sub-17 português que passou pelas camadas jovens de Gil
Vicente, FC
Porto e Rio
Ave, chegou a jogar pelos vila-condenses na I
Liga, mas após quatro épocas de escassa utilização transferiu-se para o Casa
Pia no verão de 2020.
Em duas temporadas em Pina
Manique amealhou 51 encontros (32 a titular) e três golos na II
Liga, tendo ajudado os gansos
a subir à I
Liga em 2022.
5. Zolotic (53 jogos)
Zolotic |
Defesa central/médio defensivo
internacional sub-21 pela Bósnia e Herzegovina que em 2014-15 chegou a sagrar-se
campeão da Bélgica ao serviço do Gent antes de ingressar no Casa
Pia em outubro de 2020, proveniente dos belgas do Roeselare.
Em duas temporadas em Pina
Manique amealhou 53 encontros (45 a titular) e um golo (ao Desp.
Chaves, em dezembro de 2020) na II
Liga, tendo contribuído para a promoção ao primeiro
escalão.
4. Ricardo Batista (54 jogos)
Ricardo Batista |
Guarda-redes internacional jovem português,
mas que nos últimos anos tem sido chamado à seleção
de Angola, formou-se no Vitória
de Setúbal, passou pelos ingleses do Fulham, por Sporting,
Olhanense,
Nacional,
novamente pelos sadinos
e pelos angolanos do Recreativo Desportivo do Libolo e pelos romenos do Gaz
Metan antes de assinar pelo Casa
Pia no verão de 2020.
Em dois anos ao serviço dos gansos
totalizou 54 partidas e 44 golos sofridos na II
Liga, afirmando-se como um dos esteios da equipa que alcançou a subida à I
Liga em 2022, até porque o conjunto de Pina Manique o campeonato de 2021-22
com a melhor defesa do segundo
escalão, com apenas 22 golos sofridos.
3. Kelechi (55 jogos)
Kelechi |
Imponente defesa central
nigeriano (1,91 m) que chegou a Portugal pela porta do Rio
Ave, mas que nunca chegou a jogar pela equipa principal dos vila-condenses,
ingressou no Casa
Pia em janeiro de 2020, o que faz dele o único jogador a atuar pelos gansos
durante as três participações do clube na II
Liga.
Em dois anos e meio em Pina
Manique amealhou 55 partidas (43 a titular) no segundo
escalão, tendo contribuído para a promoção à I
Liga em 2022. Quando tinha chegado ao clube, os casapianos pareciam
condenados ao Campeonato
de Portugal.
2. Saviour Godwin (56 jogos)
Saviour Godwin |
Extremo internacional jovem nigeriano,
campeão mundial de sub-17 em 2013, chegou ao Casa
Pia no verão de 2020, proveniente dos belgas do Roeselare tal como Zolotic.
Em duas temporadas em Pina
Manique amealhou 56 partidas (49 a titular) e 17 remates certeiros, registo que
faz dele o melhor marcador de sempre dos gansos
na II
Liga. Em 2021-22 foi peça fundamental para a promoção da equipa lisboa ao primeiro
escalão.
“Às suas capacidades físicas (velocidade
e explosão) impressionantes alia uma qualidade incrível a resolver situações de
um contra um, de cruzamento e tem acrescentado golo às suas exibições. Tem
capacidade para jogar na direita ou na esquerda, por dentro ou aberto, embora
preferencialmente aberto num dos corredores. Ainda poderá aprimorar a sua
tomada de decisão, mas o rendimento que têm demonstrado na equipa de Filipe
Martins permite-lhe sonhar com outros voos”, escreveu sobre ele o blogue Lateral
Esquerdo, do treinador e analista Pedro Bouças, em setembro de 2021.
1. Zach Muscat (56 jogos)
Zach Muscat |
Disputou o mesmo número de jogos
de Saviour Godwin, mas amealhou mais 402 minutos em campo – 4672 contra 4270.
Defesa central internacional A
por Malta, que já marcou avançados como Ciro Immobile, Wayne Rooney, Harry Kane,
Álvaro Morata e Erling Haaland em compromissos da seleção nacional, entrou no
futebol português pela porta do Olhanense
em 2018-19 e assinou pelo Casa
Pia no verão de 2020.
“Quando assinei contrato, fui
atraído pelo projeto delas e pela oportunidade de passar da terceira divisão [Campeonato
de Portugal] para a segunda, apesar de meterem dito que não seria titular.
Eu não estava no onze inicial nos primeiros jogos, mas isso motivou-me e depois
estabeleci-me como titular”, contou ao Times
of Malta em maio de 2022.
Em duas temporadas em Pina
Manique, sempre como titular indiscutível, totalizou 56 partidas (53 no onze
inicial) e sete remates certeiros na II
Liga, ajudando os gansos
a alcançarem a subida ao primeiro
escalão em 2022.
“Acreditei no projeto e no staff.
O Casa
Pia tem uma organização muito parecida ao dos quatro melhores clubes de
Portugal. Por isso, sempre esteve na minha mente que podíamos alcançar a
promoção. Embora o clube tivesse como objetivo a promoção à I
Liga, ninguém apostava em nós”, acrescentou.
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