A promessa do Sporting que abateu o leão na despedida do Alentejo da I Liga. Quem se lembra de Poejo?
Poejo foi 54 vezes internacional jovem por Portugal
Em tempos, uma das maiores
promessas do futebol português. Não foi à toa que somou 54 internacionalizações
pelas seleções jovens ou que participou nos Europeus de sub-16 em 1990 e de
sub-18 em 1992 ou no Mundial de sub-20 em 1993.
Poejo era um médio bastante
promissor, que chegou aos infantis do Sporting
em 1984, oriundo do CAC da Pontinha, tendo saboreado a conquista do título
nacional de juniores ao lado de Nuno
Valente, Andrade
ou Hugo Porfírio no último ano de formação, em 1991-92. Na época seguinte, acabadinho de
se sagrar vice-campeão europeu de sub-18, foi integrado no plantel principal
dos leões,
mas o melhor que conseguiu foi sentar-se no banco ao lado do treinador Bobby
Robson no derradeiro jogo da temporada, uma receção ao Paços
de Ferreira. Em 1993-94 estava a vivenciar uma
experiência semelhante, mas a chegada de Carlos Queiroz para o comando técnico
fez dele um jogador utilizado regularmente – até ao final dessa temporada atuou
em 20 partidas, 10 delas como titular. Um dos jogos em que atuou foram os
célebres 3-6 diante do Benfica,
tendo entrado aos 60 minutos para o lugar de Iordanov
numa altura em que o resultado já estava em 2-5. Embora tivesse sido apontado como
possível sucessor de Paulo Sousa no meio-campo leonino,
foi emprestado a União
de Leiria e Estrela
da Amadora nos dois anos que se seguiram, numa altura em que estava tapado
por Oceano, Vidigal, Peixe e Pedro Martins. Em 1994-95 ajudou os leirienses
a alcançar um honroso 6.º lugar na I
Liga. Poejo, que na altura era
representado pelo próprio pai, revelou anos depois que o então secretário
técnico Carlos Janela lhe impôs José Veiga como empresário para renovar, algo
que o jogador não aceitou. Já desvinculado do Sporting,
regressou a Leiria em 1996-97, mas não impediu a despromoção à II
Liga. Foi precisamente no segundo
escalão em que atuou nas duas épocas seguintes, ao serviço do Desportivo
das Aves. Em 1999-00 voltou ao patamar
maior do futebol português pela porta do Campomaiorense,
clube que representou ao longo de duas temporadas. Depois de na primeira época
ter conseguido ajudar o conjunto
alentejano a assegurar a permanência, em 2000-01 mostrou-se impotente para
evitar a descida de divisão. Contudo, ficou na história por ter sido o último
jogador a marcar um golo em Campo Maior (e em todo o Alentejo) na I
Liga. Foi numa vitória por 1-0 sobre o… Sporting.
Após a despromoção mudou-se para
o Alverca,
tendo vivenciado duas descidas de divisão em três anos no Ribatejo e vários
meses de salários em atraso. Viria a encerrar a carreira em
2004-05, ao serviço do Olivais e Moscavide, então comandado por Carlos Manuel, quando
tinha apenas 31 anos. “Pontualmente, podia ter tido um pouco mais de sorte. Mas
estou satisfeito com o que fiz e não me arrependo de nenhuma atitude que tomei”,
afirmou ao Record
em agosto de 2004, em jeito de balanço. Após pendurar as botas tornou-se
treinador e voltou mesmo a trabalhar no Sporting.
Foi adjunto nas camadas jovens, olheiro e desde 2018 que se encontra a fazer o
acompanhamento de jogadores emprestados.
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