segunda-feira, 30 de setembro de 2024

A promessa do Sporting que abateu o leão na despedida do Alentejo da I Liga. Quem se lembra de Poejo?

Poejo foi 54 vezes internacional jovem por Portugal
Em tempos, uma das maiores promessas do futebol português. Não foi à toa que somou 54 internacionalizações pelas seleções jovens ou que participou nos Europeus de sub-16 em 1990 e de sub-18 em 1992 ou no Mundial de sub-20 em 1993.
 
Poejo era um médio bastante promissor, que chegou aos infantis do Sporting em 1984, oriundo do CAC da Pontinha, tendo saboreado a conquista do título nacional de juniores ao lado de Nuno Valente, Andrade ou Hugo Porfírio no último ano de formação, em 1991-92.
 
Na época seguinte, acabadinho de se sagrar vice-campeão europeu de sub-18, foi integrado no plantel principal dos leões, mas o melhor que conseguiu foi sentar-se no banco ao lado do treinador Bobby Robson no derradeiro jogo da temporada, uma receção ao Paços de Ferreira.
 
Em 1993-94 estava a vivenciar uma experiência semelhante, mas a chegada de Carlos Queiroz para o comando técnico fez dele um jogador utilizado regularmente – até ao final dessa temporada atuou em 20 partidas, 10 delas como titular. Um dos jogos em que atuou foram os célebres 3-6 diante do Benfica, tendo entrado aos 60 minutos para o lugar de Iordanov numa altura em que o resultado já estava em 2-5.
 
Embora tivesse sido apontado como possível sucessor de Paulo Sousa no meio-campo leonino, foi emprestado a União de Leiria e Estrela da Amadora nos dois anos que se seguiram, numa altura em que estava tapado por Oceano, Vidigal, Peixe e Pedro Martins. Em 1994-95 ajudou os leirienses a alcançar um honroso 6.º lugar na I Liga.
 
Poejo, que na altura era representado pelo próprio pai, revelou anos depois que o então secretário técnico Carlos Janela lhe impôs José Veiga como empresário para renovar, algo que o jogador não aceitou. Já desvinculado do Sporting, regressou a Leiria em 1996-97, mas não impediu a despromoção à II Liga. Foi precisamente no segundo escalão em que atuou nas duas épocas seguintes, ao serviço do Desportivo das Aves.
 
Em 1999-00 voltou ao patamar maior do futebol português pela porta do Campomaiorense, clube que representou ao longo de duas temporadas. Depois de na primeira época ter conseguido ajudar o conjunto alentejano a assegurar a permanência, em 2000-01 mostrou-se impotente para evitar a descida de divisão. Contudo, ficou na história por ter sido o último jogador a marcar um golo em Campo Maior (e em todo o Alentejo) na I Liga. Foi numa vitória por 1-0 sobre o… Sporting.
 
 
Após a despromoção mudou-se para o Alverca, tendo vivenciado duas descidas de divisão em três anos no Ribatejo e vários meses de salários em atraso.
 
Viria a encerrar a carreira em 2004-05, ao serviço do Olivais e Moscavide, então comandado por Carlos Manuel, quando tinha apenas 31 anos. “Pontualmente, podia ter tido um pouco mais de sorte. Mas estou satisfeito com o que fiz e não me arrependo de nenhuma atitude que tomei”, afirmou ao Record em agosto de 2004, em jeito de balanço.
 
Após pendurar as botas tornou-se treinador e voltou mesmo a trabalhar no Sporting. Foi adjunto nas camadas jovens, olheiro e desde 2018 que se encontra a fazer o acompanhamento de jogadores emprestados.
 







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