Do “vamos ser campeões” no FC Porto ao “sou especial” à chegada ao Chelsea. As tiradas mais arrogantes de Mourinho
Mourinho prometeu o título logo à chegada às Antas
Há quem diga que a falsa modesta
também é arrogância, mas no caso de José
Mourinho não há dúvidas: é mesmo arrogante. E também é prepotente, altivo,
insolente, pretensioso e, sobretudo, vencedor.
Começou a dar nas vistas, no que
ao dom da oratória diz respeito, quando criticou publicamente Sabry, seu
jogador no Benfica.
“Isto não é o PAOK Salónica, é o Sport
Lisboa e Benfica”, atirou na altura. À chegada ao FC
Porto, em janeiro de 2002, não fez a coisa por menos e prometeu o título na
época seguinte: “Tenho a certeza que na próxima época vamos ser campeões.” Na sua primeira pré-época à
frente dos azuis
e brancos, no verão de 2002, prometeu massacrar os adversários: “Quando nós
estivermos alguma vez no campeonato, e vamos estar seguramente, em situação de
desvantagem no marcador, as outras equipas vão levar um massacre que nem
respiram”, assegurou. Já em fevereiro de 2003, agastado
com um castigo de três jogos a Deco por este ter atirado uma chuteira na
direção do árbitro, criticou os critérios da Comissão Disciplinar da Liga, deu
um murro na mesa e voltou a prometer o título nacional: “Em condições normais
somos muito melhores e em condições normais vamos ser campeões. Em condições anormais…
também vamos ser campeões!”
Mourinho
não só prometeu, mas cumpriu: dois campeonatos em duas temporadas completas na
Invicta. E superou largamente as expetativas, tendo conquistado também a Taça
UEFA em 2002-03 e a Liga
dos Campeões em 2003-04. Depois dessas conquistas, foi
contratado pelo emergente Chelsea,
que na altura estava a reforçar-se com futebolistas conceituados com o objetivo
de sagrar-se campeão de Inglaterra
e da Europa. Na sua primeira conferência de imprensa em Londres, a 2 de julho
de 2004, soltou talvez a tirada mais famosa da carreira: “Temos aqui jogadores
de topo e, desculpem se vou ser um bocadinho arrogante, temos aqui um treinador
de topo. Por favor não me chamem arrogante pelo que vou dizer, mas é a verdade.
Eu sou campeão da Europa. Por isso não sou um qualquer. Sou especial.” Nesse
dia, ficou batizado pela imprensa inglesa como “special one”.
Noutra ocasião, encontrou uma
forma especial de agradecer a Deus o dom que lhe deu: “Ele deve realmente
pensar que sou um grande gajo. Tem de pensar isso, caso contrário não me teria
dado tento. Só pode ter-me numa grande consideração.” Ainda no Chelsea,
na fase final da época 2005-06, perguntaram-lhe se estava a sentir a pressão da
aproximação do Manchester
United na luta pelo primeiro lugar, mas Mourinho
garantiu que não. “Pressão? Para mim, pressão é a gripe das aves. Estou a falar
a sério. A Escócia não é longe e estou a sentir mais pressão por causa dos
cisnes do que por causa do futebol. O que é o futebol comparado com a vida?”,
questionou.
Um ano depois, em vésperas da
final da Taça de Inglaterra entre Chelsea
e Manchester
United, os tabloides britânicos noticiaram que as autoridades londrinas
estavam à procura da cadela de Mourinho,
Leya, por suspeitas de não ter as vacinas em dia, seguindo a denúncia de um veterinário.
As autoridades queriam colocar a cadela de quarentena para apurar os factos,
mas o treinador
português considerava que deviam primeiro apurar os factos só depois colocá-la
quarentena, e por isso não entregou a cadela nem deixou a polícia entrar em
casa. Acabou detido por obstrução à justiça, multado e libertado. Pelo meio,
enviou Leya para Portugal. “A minha mulher está em Portugal, a cadela está com
a minha mulher e a cidade de Londres está segura: a ameaça está longe”, rematou.
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