sexta-feira, 29 de março de 2024

Do “vamos ser campeões” no FC Porto ao “sou especial” à chegada ao Chelsea. As tiradas mais arrogantes de Mourinho

Mourinho prometeu o título logo à chegada às Antas
Há quem diga que a falsa modesta também é arrogância, mas no caso de José Mourinho não há dúvidas: é mesmo arrogante. E também é prepotente, altivo, insolente, pretensioso e, sobretudo, vencedor.
 
Começou a dar nas vistas, no que ao dom da oratória diz respeito, quando criticou publicamente Sabry, seu jogador no Benfica. “Isto não é o PAOK Salónica, é o Sport Lisboa e Benfica”, atirou na altura.
 
À chegada ao FC Porto, em janeiro de 2002, não fez a coisa por menos e prometeu o título na época seguinte: “Tenho a certeza que na próxima época vamos ser campeões.”
 
Na sua primeira pré-época à frente dos azuis e brancos, no verão de 2002, prometeu massacrar os adversários: “Quando nós estivermos alguma vez no campeonato, e vamos estar seguramente, em situação de desvantagem no marcador, as outras equipas vão levar um massacre que nem respiram”, assegurou.
 
Já em fevereiro de 2003, agastado com um castigo de três jogos a Deco por este ter atirado uma chuteira na direção do árbitro, criticou os critérios da Comissão Disciplinar da Liga, deu um murro na mesa e voltou a prometer o título nacional: “Em condições normais somos muito melhores e em condições normais vamos ser campeões. Em condições anormais… também vamos ser campeões!”
 
 
Mourinho não só prometeu, mas cumpriu: dois campeonatos em duas temporadas completas na Invicta. E superou largamente as expetativas, tendo conquistado também a Taça UEFA em 2002-03 e a Liga dos Campeões em 2003-04.
 
Depois dessas conquistas, foi contratado pelo emergente Chelsea, que na altura estava a reforçar-se com futebolistas conceituados com o objetivo de sagrar-se campeão de Inglaterra e da Europa. Na sua primeira conferência de imprensa em Londres, a 2 de julho de 2004, soltou talvez a tirada mais famosa da carreira: “Temos aqui jogadores de topo e, desculpem se vou ser um bocadinho arrogante, temos aqui um treinador de topo. Por favor não me chamem arrogante pelo que vou dizer, mas é a verdade. Eu sou campeão da Europa. Por isso não sou um qualquer. Sou especial.” Nesse dia, ficou batizado pela imprensa inglesa como “special one”.  
 
 
 
Noutra ocasião, encontrou uma forma especial de agradecer a Deus o dom que lhe deu: “Ele deve realmente pensar que sou um grande gajo. Tem de pensar isso, caso contrário não me teria dado tento. Só pode ter-me numa grande consideração.”
 
Ainda no Chelsea, na fase final da época 2005-06, perguntaram-lhe se estava a sentir a pressão da aproximação do Manchester United na luta pelo primeiro lugar, mas Mourinho garantiu que não. “Pressão? Para mim, pressão é a gripe das aves. Estou a falar a sério. A Escócia não é longe e estou a sentir mais pressão por causa dos cisnes do que por causa do futebol. O que é o futebol comparado com a vida?”, questionou.
 
 
Um ano depois, em vésperas da final da Taça de Inglaterra entre Chelsea e Manchester United, os tabloides britânicos noticiaram que as autoridades londrinas estavam à procura da cadela de Mourinho, Leya, por suspeitas de não ter as vacinas em dia, seguindo a denúncia de um veterinário. As autoridades queriam colocar a cadela de quarentena para apurar os factos, mas o treinador português considerava que deviam primeiro apurar os factos só depois colocá-la quarentena, e por isso não entregou a cadela nem deixou a polícia entrar em casa. Acabou detido por obstrução à justiça, multado e libertado. Pelo meio, enviou Leya para Portugal. “A minha mulher está em Portugal, a cadela está com a minha mulher e a cidade de Londres está segura: a ameaça está longe”, rematou. 








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