A minha primeira memória de… um jogo entre FC Porto e Leixões
Braga bisou no Dragão no jogo de outubro de 2008
Um FC
Porto-Leixões
é quase um dérbi, tendo em conta a proximidade entre a Invicta e Matosinhos e
até mesmo o elevado número de jogos entre os dois clubes. Tendo eu nascido em
1992, tive de esperar até ao final da década de 2000, quando os leixonenses
voltaram à I
Liga, para ver pela primeira vez este quase dérbi. Na época de regresso dos
bebés
do Mar ao primeiro
escalão, 2007-08, os azuis
e brancos bateram os vizinhos por 3-0 no Dragão
e por 2-1 fora, mas não me recordo de qualquer um dos jogos, nem depois de ver
os golos.
O que me lembro bem foi de o Leixões
ir ganhar ao Dragão
por 3-2 no primeiro duelo entre as duas equipas na temporada seguinte, à 6.ª
jornada, a 25 de outubro de 2008. Na altura, os leixonenses
então comandados por José Mota estavam a ser a principal surpresa do campeonato,
tendo assumido a liderança da I
Liga – em igualdade pontual com o Nacional
– após essa vitória sobre os portistas.
E só no final da primeira volta foram ficando para trás no que concerne à luta
pelo primeiro lugar, num percurso parecido ao do Famalicão
de João
Pedro Sousa em 2019-20 ou ao do Vitória
de Setúbal de José
Couceiro em 2004-05. É curioso que, dessa equipa do Leixões,
apenas o guarda-redes Beto
conseguiu dar o salto para um grande, mas a verdade é que proporcionou, a par
da equipa que atingiu a final da Taça
de Portugal em 2001-02, os melhores momentos do clube a toda a uma geração
de adeptos leixonenses.
Relativamente ao jogo, Bruno
China adiantou o conjunto de Matosinhos logo aos três minutos, ao cabecear ao
segundo poste para o fundo das redes da baliza defendida por Nuno Espírito
Santo na sequência de um canto apontado na esquerda por Hugo Morais e de um
desvio de Braga ao primeiro poste. À passagem da meia hora, Diogo
Valente, através de um grande passe, desmarcou Braga, que se isolou e fez o 0-2. O FC
Porto reagiu e reduziu a desvantagem pouco depois, através de uma grande
penalidade convertida por Lucho
González (36’). Já no segundo tempo, Tomás Costa
desmarcou Lisandro López sobre a esquerda e o avançado portista
fletiu para o meio, passou por Joel e rematou cruzado para o golo do empate (61’). A sequência dos acontecimentos
sugeria que os dragões,
então comandados por Jesualdo Ferreira, fossem a equipa animicamente mais
preparada para alcançar o triunfo, mas não foi isso que aconteceu. Já depois de ter visto ser anulado
um golo por fora de jogo inexistente de Zé Manuel, o Leixões
chegou ao 2-3 através de um remate forte de fora da área por intermédio de
Braga ao minuto 79. “Um Leixões
absolutamente heroico derrubou uma das velhas máximas do futebol português: que
o FC
Porto não perde duas vezes seguidas. Perde, afinal. Perde com estrondo.
Perde sem apelo nem agravo. A formação de José Mota foi melhor, ultrapassou uma
decisão absurda do assistente de Paulo Baptista e chegou ao triunfo. Quem não
viu o jogo pode pensar que há algum exagero nesta análise. Afinal de contas não
é normal o FC
Porto não ser melhor no Dragão.
Não há. O facto de já dentro do último quarto-de-hora o Leixões
ainda ter força para chegar ao triunfo depois de estar a vencer por dois e
depois de ter tido um golo mal anulado é a melhor prova disso. Do outro lado,
está bom de ver, esteve um FC
Porto que foi pior, mas mais do que isso foi provavelmente o pior da época”,
resumiu o Maisfutebol.
Nessa mesma temporada as duas
equipas voltaram a defrontar-se por mais duas vezes, com o FC
Porto a vencer em casa nos quartos de final da Taça
de Portugal (1-0) e no Estádio do Mar para o campeonato (4-1). Os dragões
viriam a conquistar a dobradinha nessa época, enquanto o Leixões
encerrou a I
Liga num honroso 6.º lugar.
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