O
emblema gaulês, então orientado por Paul Le Guen, contava com vários jogadores
de elevada qualidade nas suas fileiras, entre os quais se destacava o médio
brasileiro Juninho Pernambucano, grande especialista em livres diretos. Mas
havia muito mais: o médio ganês Michael Essien e o extremo francês Florent
Malouda, que se transferiram para o Chelsea nas épocas que se seguiram; o
central/médio defensivo brasileiro Edmilson, campeão europeu pelo Barcelona na
temporada seguinte; o futuro médio do Real Madrid, o ganês Mahamadou Diarra;
outros internacionais franceses em ascensão como o guarda-redes Grégory Coupet,
o lateral Anthony Réveillère, o extremo Sidney Govou e o avançado Péguy
Luyindula; e jogadores experientes como o lateral belga Éric Deflandre, o central
suíço Patrick Müller, o médio ofensivo francês Vikash Dhorasoo e o avançado
brasileiro Élber (ex-Bayern Munique). Era muito difícil jogar no Stade de
Gerland naquela altura.
“Um
FC Porto pleno de confiança, que estudou minuciosamente o adversário e sabia exatamente
os parâmetros em que o jogo se iria desenrolar, teve a arte e o engenho para
ganhar tranquilamente ao Lyon e dar assim um passo de gigante rumo às
meias-finais da Liga dos Campeões. Suportado em atuação de grande personalidade
e numa segurança de processos absolutamente espantosa, o FC Porto fez ao Lyon
aquilo que nenhuma equipa francesa consegue há mais de dois anos: reduzi-la a
uma expressão menor, vulgarizando-a a quase todos os níveis”, escreveu
o Record.
“Para
quem, na Europa, ainda não o conhece, ou conhece mal, Maniche ofereceu cartões
de visita nos quais se podia ler que, apesar da grande genialidade, não faz
parte da Seleção de Portugal, dado que Scolari não o convoca. Maniche marcou os
dois golos que levaram os dragões para as meias-finais da Liga dos Campeões (os
dois golos do Olympique, se quiserem, empatavam a eliminatória e o médio
portista, com uma enorme ajuda de Deco, desempatou-a), mas fez ainda muito mais
que isso: acertou as contas no meio-campo, desdobrando--se em funções; fez
passes fantásticos, um deles a isolar McCarthy. E teve o prémio de terminar o
jogo nas funções de patrão, o homem que, sem Deco em campo, decidia os ritmos
do jogo, as opções para as saídas ofensivas, enfim, o pensador”, pode
ler-se na crónica do Record.
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