Fernando Santos já promoveu 47 estreias na seleção |
2021 é o ano em que pela primeira
vez a Seleção Nacional vai entrar na fase final de uma grande competição na
condição de campeã em título. O peso dessa responsabilidade e a companhia de
França e Alemanha no Grupo F do Campeonato da Europa aparentam ser obstáculos
complicados de contornar para os homens de Fernando Santos, que este mês se vão
voltar a reunir para preparar e disputar três jogos relativos à fase de
qualificação para o Mundial 2022, frente a Azerbaijão, Sérvia e Luxemburgo.
Rui Silva |
Comecemos pela baliza. Chamado
pela primeira vez à Seleção Nacional em agosto de 2020, aquando dos jogos da
Liga das Nações frente a Croácia e Suécia no mês seguinte, Rui Silva voltou a ser convocado para os jogos de outubro e
novembro, ultrapassando o titular do Olympiacos, José Sá, na hierarquia de Fernando
Santos. No entanto, ainda não teve a possibilidade de se estrear, até porque à
sua frente tem dois guarda-redes de enorme qualidade, Rui
Patrício e Anthony Lopes.
Desde janeiro de 2017 no Granada,
o antigo guardião do Nacional
conquistou a titularidade no emblema andaluz em 2019-20 e desde a temporada
passada que compete ao mais alto nível na I Liga espanhola, sendo que esta
época ainda está em prova na Liga
Europa.Em afirmação num dos melhores campeonatos do mundo, já defendeu quatro penáltis na presente temporada e deverá dar o salto para o Betis em junho, quando terminar contrato com o Granada.
Nuno Mendes |
Da baliza passamos para o lado
esquerdo da defesa. Desde 2018 que Fernando Santos tem escolhido apenas dois
jogadores para essa posição, Raphael Guerreiro e Mário Rui. E quando um deles
se mostrou indisponível, em outubro de 2010, foi convocado Sequeira, do Sp.
Braga. Porém, as circunstâncias mudaram em 2020-21 com a ascensão e
afirmação de Nuno Mendes na equipa
principal do Sporting.
A cada jogo que passa, a jovem
promessa leonina
vai provando que não se trata de apenas um jogador a fazer um bom arranque de
época, mas sim que é um jogador a ter em conta para a Seleção Nacional. Após perfilar-se como uma das figuras do líder
da I
Liga e de ter conquistado a titularidade dos sub-21 portugueses, não causará
grande espanto quando o seu nome for selecionado para a principal equipa das
quinas.O único senão é o facto de Fernando Santos ainda não o ter observado muitas vezes numa defesa a quatro num contexto competitivo elevado.
João Palhinha |
Da defesa passamos para o meio-campo,
mas permanecemos em Alvalade.
Numa altura em que William
Carvalho é suplente do Betis e Danilo Pereira vai alternando entre a
titularidade (mas maioritariamente como defesa central) e o banco do Paris
Saint-Germain, o melhor que podia acontecer a Fernando Santos é ver um médio de
características defensivas a mostrar sucessivamente um nível exibicional bastante
convincente. Felizmente para o selecionador nacional, é o que tem vindo a
acontecer com João Palhinha.
O médio sportinguista
tem sido uma das figuras da equipa que lidera o campeonato
e, arrisco dizer, é o principal candidato (entre estes cinco) a estrear-se pela
Seleção Nacional já no triplo compromisso de março. A conjuntura está bastante
favorável para este centrocampista que teve um pé fora do emblema
verde e branco, mas que se tem revelado um autêntico monstro à frente do
trio de centrais.Pedro Gonçalves |
Continuando em Alvalade,
é inevitável do melhor marcador da I
Liga, Pedro Gonçalves, que até
nem é ponta de lança. Com 15 golos no campeonato
e grande preponderância na manobra ofensiva da formação orientada por Rúben
Amorim, o antigo jogador do Famalicão
tem levado a cabo a missão que parecia impossível de fazer esquecer Bruno
Fernandes.
É verdade que para as posições de
ataque há um alargado leque de opções, como Cristiano
Ronaldo, João
Félix, Bruno
Fernandes, Diogo Jota, Trincão, Pedro Neto, André Silva, Gonçalo Guedes,
Rafa Silva, Paulinho ou Podence, mas quem apresenta as exibições e os números
que Pote tem ostentado ganha o direito a sonhar.Rafael Leão |
Em último lugar, mas nem por isso
menos importante, há Rafael Leão. Embora
haja várias alternativas para as posições mais ofensivas, nomeadamente as já
indicadas acima, quem joga muito – aproveitando a recente lesão de Zlatan
Ibrahimovic – e mostra qualidade num clube como o AC
Milan também tem direito a sonhar.
Embora não tenha um registo de
golos assinalável para um jogador que chega a atuar em algumas ocasiões a ponta
de lança, o avançado rossonero tem a
vantagem de ter características que encaixam numa equipa que aposta no
contra-ataque, uma arma que Fernando Santos aprecia, e de ser um jogador muito
forte fisicamente (1,88 m). Normalmente, à disposição do selecionador há
futebolistas rápidos mas baixos ou possantes mas mais posicionais.
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