André Vidigal tem brilhado com a camisola do Estoril
Quem não se lembra dos irmãos
Vidigal? Uns a seguir aos outros, Beto, Luís, Lito, Toni e Jorge chegaram à I
Divisão, primando quase todos pela combatividade, pelo rigor e pela
assertividade, carregando o piano para outros artistas brilharem.
Luís Vidigal foi o que chegou
mais longe, tendo sido campeão pelo Sporting,
representado a seleção nacional portuguesa e jogado no campeonato
italiano, mas nunca foi propriamente um jogador tecnicista. O
próprio Augusto Inácio contou que, quando assumiu o comando técnico dos leões,
o dirigente Miguel Galvão-Telles lhe disse que “aqueles pés de tijolos não
podem jogar”. De todos, disse Lito numa
entrevista à Tribuna
Expresso, “talvez o Beto, o mais velho”, fosse o mais talentoso. “Era
bom mesmo”, frisou o atual treinador do Marítimo sobre o mano que faleceu em dezembro
do ano passado. Numa altura em que todos estes
irmãos luso-angolanos
já penduraram as botas, é precisamente o filho de Beto, o internacional jovem
português André Vidigal, que vai mostrando que também há espaço para magia no
clã Vidigal. Um jogador de ataque, ao contrário do pai e da maioria dos tios,
vai brilhando no Estoril,
clube que já teve os tios Luís, Toni e Jorge nas suas fileiras, após ter
despontado no O
Elvas (onde mais poderia ser?), ajudado o Fortuna
Sittard a subir à I
Liga holandesa, jogado no primeiro
escalão da Holanda e conquistado o título cipriota ao serviço do APOEL. Extremo destro, mas que atua
preferencialmente sobre o corredor esquerdo, tem causado desequilíbrios através
da velocidade e da criatividade, conseguindo sacar alguns coelhos da cartola
mesmo quando apertado e até agarrado, desenvencilhando-se bastante bem em
espaços reduzidos através do drible curto e de pormenores técnicos
verdadeiramente deliciosos. Não é nada fácil desarmá-lo. Repentista, com qualidade na
condução de bola e os olhos postos na baliza adversária, encaixa na perfeição no
modelo de jogo do treinador Bruno Pinheiro, que muitas vezes privilegia as
transições rápidas e a procura da profundidade para chegar a zonas de
finalização. A necessitar ainda de crescer na
definição das jogadas, este atacante de 22 anos soma para já um golo (ao Arouca)
e uma assistência (frente ao Feirense) neste arranque de temporada. Vinculado
ao Fortuna
Sittard até 2022, promete tornar-se uma das revelações da II
Liga antes de regressar à Holanda.
O ADN e o sonho de jogar com Messi no Barça
Em
entrevista ao DN em março de 2018, André Vidigal explicou a presença de
tantos familiares no mundo do futebol. “É o nosso ADN, nascemos com foco para o
futebol. Todos os meus primos jogam no bairro desde pequeninos, é uma
continuidade. Há muitos futebolistas na minha família, até mulheres. É um
grande sonho ser profissional de futebol”, vincou o ainda jovem futebolista,
que conta com o apoio dos tios. “Eles dão-me muitos conselhos. O
meu tio Luís diz-me para nunca desistir e para levar todos os dias a sério.
Isso identifica-se com o jogador que ele foi, muito lutador", revelou o
extremo, que na altura tinha o sonho de jogar no Barcelona
ao lado de Messi.
Sem comentários:
Enviar um comentário