sexta-feira, 6 de novembro de 2020

Também há espaço para magia no clã Vidigal

André Vidigal tem brilhado com a camisola do Estoril
Quem não se lembra dos irmãos Vidigal? Uns a seguir aos outros, Beto, Luís, Lito, Toni e Jorge chegaram à I Divisão, primando quase todos pela combatividade, pelo rigor e pela assertividade, carregando o piano para outros artistas brilharem.
 
Luís Vidigal foi o que chegou mais longe, tendo sido campeão pelo Sporting, representado a seleção nacional portuguesa e jogado no campeonato italiano, mas nunca foi propriamente um jogador tecnicista. O próprio Augusto Inácio contou que, quando assumiu o comando técnico dos leões, o dirigente Miguel Galvão-Telles lhe disse que “aqueles pés de tijolos não podem jogar”.
 
De todos, disse Lito numa entrevista à Tribuna Expresso, “talvez o Beto, o mais velho”, fosse o mais talentoso. “Era bom mesmo”, frisou o atual treinador do Marítimo sobre o mano que faleceu em dezembro do ano passado.
 
Numa altura em que todos estes irmãos luso-angolanos já penduraram as botas, é precisamente o filho de Beto, o internacional jovem português André Vidigal, que vai mostrando que também há espaço para magia no clã Vidigal. Um jogador de ataque, ao contrário do pai e da maioria dos tios, vai brilhando no Estoril, clube que já teve os tios Luís, Toni e Jorge nas suas fileiras, após ter despontado no O Elvas (onde mais poderia ser?), ajudado o Fortuna Sittard a subir à I Liga holandesa, jogado no primeiro escalão da Holanda e conquistado o título cipriota ao serviço do APOEL.
 
Extremo destro, mas que atua preferencialmente sobre o corredor esquerdo, tem causado desequilíbrios através da velocidade e da criatividade, conseguindo sacar alguns coelhos da cartola mesmo quando apertado e até agarrado, desenvencilhando-se bastante bem em espaços reduzidos através do drible curto e de pormenores técnicos verdadeiramente deliciosos. Não é nada fácil desarmá-lo.
 
Repentista, com qualidade na condução de bola e os olhos postos na baliza adversária, encaixa na perfeição no modelo de jogo do treinador Bruno Pinheiro, que muitas vezes privilegia as transições rápidas e a procura da profundidade para chegar a zonas de finalização.
 
 
A necessitar ainda de crescer na definição das jogadas, este atacante de 22 anos soma para já um golo (ao Arouca) e uma assistência (frente ao Feirense) neste arranque de temporada. Vinculado ao Fortuna Sittard até 2022, promete tornar-se uma das revelações da II Liga antes de regressar à Holanda.
 

O ADN e o sonho de jogar com Messi no Barça

Em entrevista ao DN em março de 2018, André Vidigal explicou a presença de tantos familiares no mundo do futebol. “É o nosso ADN, nascemos com foco para o futebol. Todos os meus primos jogam no bairro desde pequeninos, é uma continuidade. Há muitos futebolistas na minha família, até mulheres. É um grande sonho ser profissional de futebol”, vincou o ainda jovem futebolista, que conta com o apoio dos tios.
“Eles dão-me muitos conselhos. O meu tio Luís diz-me para nunca desistir e para levar todos os dias a sério. Isso identifica-se com o jogador que ele foi, muito lutador", revelou o extremo, que na altura tinha o sonho de jogar no Barcelona ao lado de Messi.





















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