O primeiro dos cinco principais
campeonatos europeus a dar início à edição 2020-21, a Ligue 1 vai voltar a ser
jogada após cinco meses de interrupção, o que levou a que a temporada passada
fosse precocemente dada como concluída.
Fundada em 1932, a liga francesa
já foi disputada por 77 clubes e coroou 19 como campeões: Saint-Étienne (dez),
Marselha (dez), Paris SG (nove), Mónaco
(oito), Nantes (oito), Lyon (sete), Bordéus (seis) e Reims (seis) foram as
equipas que mais vezes venceram a competição.
Para encontrar pela primeira vez
a presença de um jogador português no Championnat
é preciso recuar até 1970-71, quando Mário Coluna trocou o Benfica
pelo Lyon e Valter Ferreira deixou o Belenenses para reforçar o Red Star.
Seguiram-se Humberto Coelho e João Alves (ambos Paris SG), Fernando Barbosa
(Paris FC) ainda durante a década de 1970.
No total, 83 futebolistas
portugueses atuaram na Ligue 1 e oito venceram a prova: Tiago (duas vezes pelo
Lyon), Gonçalo Guedes (uma pelo Paris SG), Ivan Cavaleiro, Bernardo
Silva, Chalana, João
Moutinho e Costinha (uma pelo Mónaco)
e Mário Silva (uma pelo Nantes).
Vale por isso a pena recordar os
10 jogadores portugueses com mais jogos no campeonato francês.
10. Rui Barros (98 jogos)
Rui Barros |
A formiga atómica. Médio ofensivo
de baixa estatura (1,59 m), já tinha brilhado no FC
Porto e na Juventus quando no verão de 1990 reforçou o Mónaco,
então orientado por Arsène
Wenger.
“Eu nem imaginava o que era o Mónaco,
o principado,
não conhecia. Optei mais pela distância, de Turim a Mónaco,
eram pouco mais de 200km, estava perto de gente que conhecia, tinha amigos ali,
podia visitá-los. Antes de assinar tenho uma reunião com o Arsène
Wenger, porque é ele que me quer. Estamos numa sala, com um quadro grande,
sozinhos, eu e ele, ele começa a fazer uns desenhos, uns riscos e diz-me: ‘Eu
vou contratar-te porque preciso de um jogador para esta posição, consegues
fazer?’. Era a ala direito. ‘Ó mister, consigo, sabe que eu jogo nesta posição’.
‘E aqui também consegues jogar?’. Era atrás do ponta de lança: ‘Jogo’. Eram as
posições onde eu gostava de jogar, como médio ofensivo. E pronto, assinei”,
contou à Tribuna Expresso.
Era para ficar um ano no Principado,
mas ficou três, tendo disputado 81 jogos (78 a titular) e apontado 14 golos no
campeonato, além de ter vencido uma Taça de França logo na época de estreia
(1990-91) e de ter participado na caminhada até à final da Taça das Taças na
temporada seguinte. Nesses primeiros dois anos foi vice-campeão gaulês em ambos
e formou uma boa dupla de ataque com o liberiano George Weah.
“Magoo-me no final do segundo
ano, lesiono-me duas semanas antes da final da Taça das Taças. Faço um
carrinho, o pé fica preso na bola e o meu pé rodou. Senti logo no tendão de
Aquiles uma fissura qualquer. Joguei mais cinco minutos, saí fora. Só que
passadas três semanas como havia a final da Taça das Taças no Estádio da Luz
contra o Werder Bremen e eu queria estar presente, naquelas três semanas
praticamente só fiz um pouco de ginásio, bicicleta, corria devagarinho e depois
fui infiltrado, joguei infiltrado. Acabei o jogo e passadas duas semanas fui
operado”, recordou.
No verão de 1993 mudou-se para o
Marselha, onde teve Paulo
Futre como companheiro de equipa. Dentro de campo atuou em 17 partidas (15
a titular) e marcou quatro golos na Ligue 1, ajudando os marselheses a concluir
o campeonato em segundo lugar, mas depois viu o clube ser despromovido devido a
um escândalo de manipulação de resultados e voltou ao FC
Porto.
“No Marselha, o único problema
era o presidente, o Tapie. Agora já posso dizer, a equipa não saía enquanto o
Tapie não chegasse. O treinador dava a palestra antes do jogo, no final,
dava-nos a equipa e quem dava a parte final da palestra era o Bernard Tapie [risos].
E mais. Nós éramos cinco estrangeiros, só podíamos jogar três, durante a semana
aparecia lá um diretor e dizia: ‘Rui, no próximo domingo vais jogar’. Eu fazia
o treino de conjunto e o treinador nem me metia na equipa que ia jogar, mas eu
sabia que no fim de semana a seguir ia jogar [risos]. Era o Tapie que
controlava quem ia jogar, dos estrangeiros. Fora jogava eu, o Futre
jogava muitas vezes em casa”, revelou.
9. Bernardo Silva (101 jogos)
Bernardo Silva |
Sem espaço no Benfica
de Jorge Jesus, Bernardo
Silva foi emprestado ao Mónaco
no verão de 2014, tendo feito a estreia na Ligue 1 poucos dias após ter
comemorado o seu 20.º aniversário.
“Foi uma mudança difícil para
mim, porque foi a primeira vez que saí de casa, do meu país e da minha cidade.
Foi uma decisão que tomei a pensar na minha carreira e correu muito bem. Fui
muito feliz em Mónaco
e estou muito feliz por ter tomado essa decisão. Passei três temporadas
fantásticas, a última em particular foi maravilhosa. No início foi muito
difícil, porque eu estava longe dos meus pais, dos meus amigos, da minha cidade”,
afirmou, em entrevista à UEFA.
Paulatinamente, o médio/extremo
português foi ganhando o seu espaço, ao ponto de em janeiro do ano seguinte os monegascos
terem adquirido o seu passe por 15,75 milhões de euros. Dois meses depois, já
de pedra e cal no onze da equipa então orientada por Leonardo Jardim, fez a
estreia na seleção nacional.
Após ter contribuído para a
caminhada até aos quartos de final da Liga dos Campeões em 2014-15 e sofrido
uma lesão que o afastou do Euro 2016, viveu uma época de sonho em 2016-17 com a
conquista do título francês, quebrando assim a hegemonia do Paris SG – e as
campanhas até às meias-finais da Champions e da Taça de França e até à final da
Taça da Liga.
“Foi uma das melhores temporadas
da minha carreira. O Mónaco
tinha uma equipa de jovens e ninguém esperava que nós conquistássemos troféus
no início da temporada, mas no final chegamos à meia-final da Liga dos
Campeões. Vencemos o PSG na corrida pelo campeonato, algo que era impensável na
altura. Gostei mesmo de lá estar. Fomos uma equipa que jogou sempre sem medo”,
recordou.
Durante essas três temporadas,
participou em 101 encontros na Ligue 1, 80 na condição de titular, e apontou 24
golos, tendo sido escolhido para a equipa ideal da temporada da liga francesa
em 2016-17.
Valorizado pelos magníficos
desempenhos no Principado,
transferiu-se no final de maio de 2017 para o Manchester City de Pep Guardiola
por 50 milhões de euros (mais objetivos).
8. Raphael Guerreiro (102 jogos)
Raphael Guerreiro |
Nasceu em Le Blanc-Mesnil, nos
subúrbios de Paris, e tem mãe francesa, mas pai português. Depois de ter dado nas vistas no Caen, na
Ligue 2, este lateral/médio esquerdo transferiu-se para o Lorient no verão de
2013 e desde cedo se assumiu como um titular indiscutível.
Tanto assim foi que, na primeira
época na Ligue 1, em 2013-14, disputou 34 jogos no campeonato e todos foram na
condição de titular.
Nas duas temporadas seguintes
voltou a repetir a dose de 34 partidas na liga francesa, mas foi-se afirmando
como especialista na execução de livres diretos, tendo apontado sete golos em
2014-15 e três na época seguinte. Paralelamente, foi passando cada vez mais a
fazer parte das convocatórias da seleção nacional “AA”, tendo feito a estreia a
14 de novembro de 2014 numa vitória sobre a Arménia no Algarve.
No verão de 2016, após três anos
em cheio no Lorient e o título europeu conquistado ao serviço da equipa das
quinas, transferiu-se para os alemães do Borussia
Dortmund por 12 milhões de euros.
7. Bruno Basto (122 jogos)
Bruno Basto |
Mais um lateral esquerdo, neste
caso um jogador que embora tivesse jogado em clubes como Benfica,
Bordéus, Feyenoord e Saint-Étienne nunca conseguiu chegar à seleção nacional
“AA”.
Transferido do Benfica
para o Bordéus no verão de 2000 por pouco mais de dois milhões de euros,
realizou quatro boas temporadas no campeonato francês ao serviço dos girondinos,
tendo disputado 114 jogos (79 a titular) na liga francesa. Nunca foi campeão,
mas contribuiu para a conquista da Taça da Liga em 2001-02 e para a caminhada
até aos quartos de final da Taça
UEFA em 2003-04.
“Tudo o que passei lá, mesmo no
último ano em que entrei em conflito com aquele que tinha sido meu capitão e
que era meu treinador, o Michele Pavon, ou mesmo quando cheguei no primeiro
ano, em que eu ia a pensar que ia ser o titular indiscutível e tive que
trabalhar para ter o meu lugar e só fiz 15, 20 jogos na altura, foi tudo bom”,
contou à Tribuna Expresso.
Em 2004-05 ainda começou a época
no Bordéus, mas transferiu-se ainda no mercado de verão para os holandeses do
Feyenoord. Porém, regressou a França a meio da época seguinte para atuar em
oito encontros (sete a titular) pelo Saint-Étienne. “O Saint-Étienne tinha um
treinador que tinha sido meu treinador no Bordéus, o Elie Baup, que começou a
insistir para eu ir para lá. Disse-lhe que ia tentar, mas que só ia por seis
meses, que depois também acabava o contrato”, recordou.
No verão de 2006 regressou a
Portugal para representar o Nacional
da Madeira.
6. Pedro Mendes (122 jogos)
Pedro Mendes |
Disputou 122 jogos tal como Bruno
Basto, mas amealhou mais 2351 minutos em campo – 10 404 contra 8053.
Central formado no Sporting
e com passagem pela equipa B do Real Madrid e pelos italianos do Parma
e do Sassuolo, mudou-se para o futebol francês no verão de 2015, então para
reforçar o Rennes.
“Era uma liga que não conhecia.
Em Portugal, na altura, não passavam muitos jogos da Ligue 1. Na altura do
Pauleta davam alguns jogos do PSG, então conhecia pouco da Liga. É um país
enorme e quando assim é tens mais talentos jovens que possam sobressair. Todos
os anos saem jovens com talento, irreverentes e é um futebol muito físico”,
afirmou em entrevista ao zerozero.
Em duas temporadas no emblema da
região da Bretanha atuou em 41 jogos (40 a titular) na liga francesa, mas não
estava a jogar tanto quanto gostava por isso e transferiu-se para o Montpellier
em julho de 2017. “Quando saí do Rennes não estava a jogar muito devido a
algumas lesões. Na altura decidi sair para jogar. É o que se costuma dizer, dar
um passo atrás para dar dois em frente. Em pouco tempo consegui impor-me,
renovar o meu contrato, ter uma melhoria salarial e devido às boas prestações
consegui chegar à seleção. Era o meu sonho”, contou.
No clube do sul de França
disputou mais 81 partidas (79 a titular) e apontou três golos no campeonato,
frente ao Troyes em setembro de 2017, ao Dijon em agosto de 2018 e ao Mónaco
em outubro de 2019.
As boas campanhas na Ligue 1
valeram-lhe a estreia na seleção nacional “AA” em outubro de 2018, num jogo
particular com a Escócia.
5. Paulo Machado (124 jogos)
Paulo Machado |
Médio bastante promissor,
sagrou-se campeão europeu de sub-17 em 2003, mas não conseguiu afirmar-se no FC
Porto, clube que o emprestou ao Saint-Étienne em 2008-09, no âmbito do
negócio que levou Fredy Guarín para os dragões.
Com uma adaptação rápida ao
futebol francês, fez uma época em cheio, tendo disputado 35 jogos (29 a
titular) e apontado três golos no campeonato, ajudando les verts a assegurar a permanência e a atingir os oitavos de final
da Taça
UEFA.
“Nos primeiros três meses em
Saint-Étienne perdi 10 quilos. Era comida sem sal, sem azeite, comida que não
era temperada. Depois o trabalho físico era incrível. Dificilmente vejo um país
que trabalhe o físico como em França. Estive três meses fechado no centro de
estágio, parecia que estava na cadeia [risos]. Só ia para o treino, comia,
quarto, não fazia mais nada. Fui sozinho, como era para o estrangeiro já não
era tão fácil a família acompanhar-me. Foi mesmo difícil, cheguei a querer vir
embora. Mas depois pensava que fui lá para vingar e não podia abandonar”,
contou à Tribuna Expresso.
Valorizado, saiu para o Toulouse,
clube pelo qual se destacou ao longo de três temporadas, tendo disputado um
total de 89 partidas (75 a titular) e apontado 12 golos na Ligue 1.
Os bons desempenhos valeram-lhe
as primeiras convocatórias à seleção nacional no segundo semestre de 2010 e a
transferência para os gregos do Olympiacos por 2,7 milhões de euros em agosto
de 2012.
4. Rony Lopes (125 jogos)
Rony Lopes |
Médio ofensivo luso-brasileiro formado
no Benfica
e no Manchester City, foi emprestado pelos citizens
ao Lille em 2014-15 e deixou logo boa impressão na Ligue 1, tendo disputado 23
jogos (18 a titular) e marcado três golos no campeonato, apesar de alguns
problemas físicos.
“Não foi o meu melhor ano porque
tive o azar de ter duas lesões, uma logo a seguir à outra. Ambas no mesmo
local, no músculo posterior na coxa. Fiquei de fora durante um mês e meio e no
primeiro jogo em que regresso lesionei-me outra vez e fiquei mais um mês e meio
parado. Isso prejudicou a minha primeira época no Lille”, recordou à Tribuna
Expresso.
Na temporada seguinte ainda fez a
pré-época no City às ordens de Manuel Pellegrini, mas acabou por transferir-se
para o Mónaco
por 12 milhões de euros. Porém, não foi além de dois jogos como suplente
utilizado na primeira metade da época e em janeiro foi novamente cedido ao
Lille, indo a tempo de atuar em 12 partidas (sete a titular) e marcar dois
golos ao lado do compatriota Éder até final do campeonato, contribuindo ainda
para a caminhada até à final da Taça da Liga.
“Fiz seis meses no Mónaco,
mas nem cheguei a fazer dois jogos completos. Vi que iria ser complicado, não
estava a jogar, não estava satisfeito. Quando cheguei, fiquei fora da lista
para a Liga
Europa e logo aí fiquei um pouco desanimado. Depois, como não estava a
jogar e o Lille sempre se mostrou interessado em mim, decidi que seria uma boa
opção para mim. Surgiu esse interesse do Lille e o Leonardo Jardim também
estava de acordo porque sabia que eu precisava de jogar. Como estava toda a
gente de acordo, voltei para o Lille”, contou.
Em 2016-17 voltou a estar
emprestado ao Lille, falhando assim a conquista do título gaulês por parte do Mónaco,
mas voltou a estar em bom plano ao serviço de les dogues, participando em 25 encontros (22 a titular) e marcando
quatro golos na liga francesa.
Depois regressou ao Principado
para se afirmar em definitivo, tendo disputado 63 jogos (55 a titular) e
apontado 17 golos entre 2017 e 2019 no campeonato, afirmando-se como um dos
melhores jogadores da Ligue 1 na altura, além de ter contribuído para o segundo
lugar na liga e na Taça da Liga em 2017-18. Os bons desempenhos valeram-lhe
também a estreia na seleção nacional em novembro de 2017.
Em agosto de 2019 transferiu-se
para o Sevilha num negócio que levou Wissam Ben Yedder para o Mónaco,
mas a experiência em Espanha não correu bem e por isso estará emprestado ao
Nice em 2020-21.
3. João Moutinho (158 jogos)
João Moutinho |
À beira dos 27 anos e com uma
carreira até então feita totalmente em Portugal, João
Moutinho transferiu-se do FC
Porto para o recém-promovido Mónaco
num pacote que incluiu James Rodríguez e rondou os 70 milhões de euros, ainda
que se estime que 25 milhões eram referentes ao médio português.
No Principado
reencontrou Radamel Falcao e ambos reeditaram uma dupla que já tinha tido
sucesso de dragão
ao peito, tendo atuado em 31 jogos (30 a titular) e apontado um golo,
contribuindo para o segundo lugar no campeonato e para a caminhada até às
meias-finais da Taça de França.
No verão de 2014 passou a ser
orientado pelo compatriota Leonardo Jardim e às ordens do treinador madeirense
viveu alguns dos melhores momentos da carreira, tendo conquistado o título
nacional gaulês e atingido as meias-finais da Liga dos Campeões e a final da
Taça da Liga em 2016-17. Nesses quatro anos com Jardim disputou mais 127
encontros (109 a titular) e somou oito remates certeiros.
Após meia década ao serviço dos monegascos,
transferiu-se para os ingleses do Wolverhampton por 5,6 milhões de euros em
julho de 2018, numa altura em que estava prestes a comemorar o 32.º
aniversário.
2. Anthony Lopes (242 jogos)
Anthony Lopes |
Guarda-redes nascido em Givors,
perto de Lyon, e filho de pais portugueses, fez grande parte da formação no
Lyon, único clube que conheceu na carreira. E embora nunca tivesse atuado em
Portugal, esteve sempre presente nos radares das seleções nacionais.
Em março de 2009, quando tinha
apenas 18 anos, foi convocado pela primeira vez para um jogo da equipa
principal, mas não saiu do banco. Tapado por Hugo Lloris, mas também por Rémy
Vercoutre, viu a estreia ser adiada por quatro anos, quando o guardião
luso-francês conseguiu finalmente destronar Vercoutre, numa altura em que
Lloris já tinha rumado ao Tottenham. Em 2012-13 ainda foi a tempo de disputar os
últimos cinco jogos, sofrer três golos e agarrar definitivamente o lugar.
Na época seguinte começou como
titular e desde então que não tem dado hipóteses à concorrência, tendo
disputado mais 235 encontros e encaixado mais 260 golos.
Ainda não conquistou qualquer
troféu pelo clube, mas sagrou-se vice-campeão em 2014-15 e 2015-16, foi
finalista vencido da Taça da Liga em 2013-14 e 2019-20 e atingiu as
meias-finais da Liga
Europa em 2016-17. Pelo meio somou sete internacionalizações pela seleção
portuguesa, tendo marcado presença no Euro 2016 e no Mundial 2018, ainda que
sem jogar.
1. Pauleta (266 jogos)
Pedro Pauleta |
Não só o jogador português com
mais jogos na liga francesa, mas também o que deixou maior marca no futebol
gaulês, apesar de nunca se ter sagrado campeão.
Após um trajeto ascendente em
Espanha, que culminou com a conquista do título ao serviço do Deportivo, onde ficou
tapado por Roy Makaay, Diego Tristán e Wálter Pandiani, transferiu-se para os franceses
do Bordéus no verão de 2000, apesar da cobiça de vários clubes ingleses.
O avançado açoriano mostrou desde
cedo ao que ia na Ligue 1. “Chego a França numa segunda, viajo para Bordéus
numa terça de manhã, treinei à tarde, viajei com a equipa para Nantes e faço
três golos em Nantes no dia a seguir, quarta-feira. Um jogador que chega na
terça e na quarta faz três golos... Até mesmo eu fiquei... A adaptação a partir
daí foi fácil. No jogo a seguir fiz mais dois golos contra o PSG, depois fiz
mais três golos para a Taça
UEFA contra o Liège, da Bélgica. Os golos é que fizeram a minha adaptação
ser muito fácil”, recordou à Tribuna
Expresso.
Em três anos nos girondinos, não foi
além de um quarto lugar no campeonato em 2000-01 e 2002-03, mas sagrou-se
melhor marcador da liga francesa (com 22 golos) e venceu a Taça da Liga em 2001-02,
tendo apontado 65 golos em 98 encontros pelo Bordéus no Championnat entre 2000 e 2003, numa altura em que ganhou a
titularidade na seleção nacional. Em 2002 e 2003 foi eleito melhor futebolista da
época em França.
“Foram se calhar as melhores três
épocas da minha vida. Fiz quase 100 golos em três anos, fui o melhor jogador de
França dois anos seguidos, ganhei a Taça da Liga, estava mesmo no auge da minha
carreira. Foi um clube a que me adaptei facilmente e que me deu condições
fantásticas. Um clube que só peca um pouco por falta de ambição, porque tem
condições para ser melhor. Sentia-me tão bem que não queria sair mais de
Bordéus”, confessou.
No verão de 2003 rumou ao Paris
Saint-Germain por 12 milhões de euros e confirmou o que tinha mostrado no
sudoeste do país. Em cinco temporadas na capital gaulesa o melhor que logrou em
termos de campeonato foi o segundo lugar em 2003-04, tendo inclusivamente
ficado perto da despromoção em 2006-07 e 2007-08, mas marcou mais 76 golos em
168 jogos na liga francesa e venceu ainda a Taça de França em 2003-04 e 2005-06
e a Taça da Liga em 2007-08. Em 2005-06 (21 golos) e 2006-07 (15 golos)
sagrou-se melhor marcador da Ligue 1.
Enquanto representava o PSG viveu
a sua melhor fase na seleção nacional, tendo sido finalista vencido do Euro 2004
e semifinalista do Mundial 2006.
Em 2008 pendurou as botas, aos 35
anos, e assumiu o papel de embaixador do clube, e manteve durante sete anos o
estatuto de melhor marcador de sempre do clube, com 109 golos, um recorde
batido pelo sueco Zlatan Ibrahimović em outubro de 2015.
e golos
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