Lichtsteiner, Sokratis e Leno são os primeiros reforços |
Depois de anos a fio com Arsène
Wenger a esbanjar dinheiro em futebolistas de ataque, ora para entrarem de
caras no onze ora para fazerem sombra aos titulares, Unai Emery (ex-PSG) parece
focado em reforçar o setor defensivo nos seus primeiros tempos ao leme do
Arsenal.
Não é para menos. Não tem sido
por falta de poder de fogo nos últimos 30 metros que os gunners não têm aguentado a pedalada de Manchester City, Manchester
United, Liverpool e dos vizinhos Tottenham e Chelsea. Van Persie, Giroud,
Welbeck, Ozil,
Alexis Sánchez, Walcott ou mais recentemente Lacazette e Aubameyang, cada um ao
seu estilo, têm ajudado a manter intacta a identidade ofensiva da formação do
norte de Londres.
No entanto, desde os anos
dourados do início do século que o Arsenal tem na defesa e nos momentos
defensivos os seus pontos mais débeis. É verdade que, no futebol, o desempenho
de uma equipa é mais do que a soma das partes e que há toda uma organização e
uma dinâmica coletiva que tem falhado e tornado os londrinos vulneráveis
defensivamente, mas também há que dizê-lo com firmeza: têm faltado intérpretes
de qualidade nos setores mais recuados.
A coluna vertebral da equipa –
guarda-redes, defesas e médios defensivos – da equipa há muito que não tem
estado à altura do que se espera de um candidato ao título inglês, e essa
aparenta ser a principal preocupação do novo treinador. Na primeira abordagem
ao mercado, os gunners asseguraram
três reforços que visam reforçar a consistência defensiva, por cerca de 41
milhões de euros: o guarda-redes Bernd Leno (€25 M), o central Sokratis (€16 M)
e o lateral direito Stephan Lichtsteiner (custo zero).
Numa fase em que Petr Cech se
aproxima do final da carreira (36 anos) e David Ospina não dá garantias quando
à sucessão, o alemão Leno (ex-Leverkusen) aparece como um guarda-redes para
muitos e bons anos – tem 26. É seguríssimo, oferece qualidade nas saídas de
entre os postes e protege bem o espaço nas costas da defesa, um pouco ao estilo
dos compatriotas Neuer
e Ter Stegen.
Um pouco mais à frente, Mustafi e
Koscielny têm apresentado debilidades ao longo dos anos e nenhum dos dois é
propriamente um patrão da defesa. Essa lacuna será colmatada por Sokratis,
central experiente (30 anos) e completo: agressivo, ágil, rápido, com sentido
posicional e qualidade a sair a jogar. Não foi por acaso que, no Borussia
Dortmund, roubou o lugar a Subotic, que antes da chegada do grego era indiscutível
no centro da defesa.
Na mesma lógica de investir na
solidez defensiva, foi recrutado Lichtsteiner (ex-Juventus), que embora já
veterano (34 anos) não deixa de ser um dos laterais mais conceituados da
atualidade. Rápido e forte fisicamente, atingiu a maturação completa. Tem um
conhecimento profundo de quais devem ser os seus comportamentos, tanto a
lateral integrado num quarteto defensivo como a ala à frente de uma linha de
três centrais, um sistema que Wenger
experimentou na época passada, voltou a estar na moda e que o suíço conhece bem
do futebol italiano.
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