segunda-feira, 16 de junho de 2025

O herói do FC Porto na final de Viena. Quem se lembra de Juary?

Juary marcou o golo que decidiu a final da Taça dos Campeões de 1987
Arma secreta de Artur Jorge, saltou do banco após o intervalo na final de Viena, que consagrou o FC Porto como campeão europeu em 1987, para endossar a bola para o calcanhar de Madjer no lance do golo do empate e para marcar, a passe do argelino, o golo que sentenciou a reviravolta sobre o Bayern Munique.
 
Essa foi a principal recordação que Juary deixou aos adeptos portugueses em geral e aos portistas em particular, mas não foi a única. Até porque estamos a falar não de um herói improvável, mas de um avançado internacional brasileiro, que esteve numa Copa América (1979) e disputou 100 jogos na Serie A italiana, 21 dos quais pelo poderoso Inter de Milão.
 
Tudo começou nas camadas jovens do modesto Pavunense. Mas, aos 14 anos, este atacante de baixa estatura (1,68 m) mudou-se para o “time de Pelé”, o Santos, clube no qual concluiu a formação entre 1973 e 1975 antes de jogar na equipa principal entre 1976 e 1980, num período de menor fulgor desportivo do peixe.
 
Ainda assim, Juary ajudou o emblema da Vila Belmiro a sagrar-se campeão paulista em 1978, naquele que foi o primeiro troféu do clube no pós-Pelé, tendo apontado 29 golos que fizeram dele o melhor marcador do torneio.
 
 
Os bons desempenhos valeram-lhe a chamada à seleção brasileira, tendo sido convocado para jogos da Copa América de 1979, na qual a canarinha foi semifinalista.
 
Após esse torneio prosseguiu a carreira no estrangeiro. Depois de alguns meses nos mexicanos do Leones Negros passou cinco temporadas em Itália, onde vestiu as camisolas de Avellino, Inter, Ascoli e Cremonese. Brilhou sobretudo no Avellino e no Ascoli, tendo descido de divisão pela Cremonese imediatamente antes de se mudar para o FC Porto, no verão de 1985.
 
 
Muitas mais vezes suplente utilizado do que titular, sagrou-se campeão nacional na época de estreia, em 1985-86, tendo marcado ao Benfica logo no seu primeiro jogo de dragão ao peito, em agosto de 1985. Nessa primeira temporada de azul e branco apontou ainda um hat trick ao Barcelona num jogo da Taça dos Campeões Europeus, ainda que sem evitar a eliminação na competição.
 
 
Em 1986-87 manteve-se como a arma secreta de Artur Jorge e voltou a mostrar faro para marcar em grandes jogos: saltou do banco para marcar ao Benfica no arranque do campeonato, ao Brondby na Dinamarca nos quartos de final da Taça dos Campeões Europeus e, claro, ao Bayern na final de Viena. E fechou a época com um póquer ao O Elvas.
 
 
A chegada de Tomislav Ivić para o comando técnico em 1987-88 retirou-lhe protagonismo, ao ponto de não ter sido utilizado nos jogos da Supertaça Europeia e da Taça Intercontinental. Soube a consolação as cinco partidas oficiais em que atuou e que lhe permitiram engrossar o palmarés individual com mais um campeonato nacional e a Taça de Portugal.
 
Em abril de 1988 voltou ao Brasil para representar a Portuguesa de Desportos. Depois regressou ao Santos e vestiu as camisolas dos modestos Moto Club, Itumbiara e Vitória de Espírito Santo.
 
Após pendurar as botas passou a fazer parte da estrutura do Santos, tendo desempenhado as funções de olheiro e de treinador nas camadas jovens.
  


 



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