O campeão europeu pela Grécia e intercontinental pelo FC Porto. Quem se lembra de Seitaridis?
Giourkas Seitaridis vestiu a camisola do FC Porto em 2004-05
Foi um dos campeões
europeus pela Grécia em Portugal, em 2004, e reforçou o FC
Porto no início da época seguinte, mas a sua qualidade há muito que estava
referenciada pelos lados do Dragão.
Tanto assim foi que quem indiciou a sua contratação foi José
Mourinho, com quem não chegou a cruzar-se nos azuis
e brancos, por tê-lo identificado como o sucessor perfeito para Paulo
Ferreira: alto (1,85 m), seguro defensivamente, forte no jogo aéreo e com
capacidade física e qualidade técnica para embalar com bola pelo flanco
direito.
Giourkas Seitaridis nasceu na
zona portuária do Pireu, em Atenas, e começou por representar o PAS Giannina,
de onde saiu para o Panathinaikos em janeiro de 2001, cerca de meio ano depois
de se ter sagrado campeão da II Liga grega. No emblema da capital helénica mostrou
que tinha qualidade para ser um jogador de seleção,
tendo feito a estreia pela principal
equipa nacional da Grécia em fevereiro de 2002, poucos meses antes de estar
presente no Campeonato da Europa de sub-21. Eleito jovem futebolista grego do
ano em 2001, deu nas vistas ao marcar um golo ao Manchester
United, na segunda fase de grupos da Liga dos
Campeões, em março desse ano.
Valorizado pelo contributo para a
dobradinha grega de 2003-04 e para o apuramento da sua
seleção para o Euro 2004,
comprometeu-se com o FC
Porto ainda antes do Campeonato
da Europa realizado em Portugal, numa transferência que rendeu três milhões
de euros aos cofres do Panathinaikos, mas que só foi oficializada no final de
julho. Entretanto, não só se sagrou
campeão europeu como foi escolhido para a equipa ideal do torneio, o que reforçou
a sua valorização. O Real
Madrid ainda mostrou interesse nos seus serviços, mas chegou tarde. Na única época em que atuou de
dragão ao peito foi titular indiscutível, tendo começado no onze 33 dos 34
jogos que disputou e conquistado a Supertaça
Cândido de Oliveira e a Taça
Intercontinental, mas deu a sensação de ter ficado um pouco aquém das
expetativas. Ainda assim, o FC
Porto conseguiu valorizá-lo ao ponto de, em maio de 2005, o ter transferido
para o Dínamo de Moscovo por 10 milhões de euros, mais do triplo do que custou,
tendo seguido para a Rússia
na companhia de Costinha,
Maniche
e… Thiago Silva – meio ano depois de Derlei ter feito o mesmo trajeto. Tal como quase todos os elementos
do gigante contingente português no clube, Seitaridis não teve uma adaptação
fácil à Rússia,
país muito mais frio que Grécia ou Portugal.
Depois de apenas dez jogos pelo
Dínamo, transferiu-se para o Atlético
Madrid em junho de 2006 por 12 milhões de euros, tendo reencontrado Costinha
e Maniche
na capital espanhola. Embora num clima mais favorável do que o de Moscovo, não
teve um início de aventura propriamente bem conseguido no Vicente Calderón, uma
vez que foi expulso no jogo de estreia, diante do Racing Santander, e também no
quinto encontro pelos colchoneros,
frente ao Recreativo Huelva. Ainda assim, afirmou-se como
titular no Atlético
até uma grave lesão nos dois tendões de Aquiles o ter levado à mesa de
operações em novembro de 2007. Posteriormente, foram as contratações de Tomáš
Ujfaluši e John Heitinga a retirar-lhe espaço, o que até fez com que fosse
considerado um jogador transferível e se tivesse falado do interesse (não
efetivado) do Benfica.
Apesar das contrariedades, foi convocado para o Euro 2008. No final de abril de 2009,
Seitaridis e Maniche
foram suspensos pelo presidente do clube, Enrique Cerezo, por não aparecerem no
Vicente Calderón para assistir a um jogo diante do Sporting Gijón, o que era
obrigatório para os jogadores não convocados. Duas semanas depois, o lateral grego
foi mesmo despedido, quando ainda tinha um ano de contrato para cumprir, ao fim
de 72 jogos em três anos ao serviço dos rojiblancos.
Livre para assinar por qualquer
clube, voltou ao Panathinaikos em setembro de 2009, mas o regresso ficou
marcado por problemas físicos frequentes. Ainda assim, conseguiu ser chamado
para o Mundial
2010 e dar um pequeno contributo para a conquista da dobradinha grega em
2009-10. Entre novembro de 2010 e novembro de 2012 voltou a ser orientado por
um treinador português – depois de Fernando Santos no Panathinaikos em 2002-03
e José
Couceiro no FC
Porto em 2004-05 –, Jesualdo
Ferreira. No verão de 2013 encerrou a
carreira, aos 32 anos.
Sem comentários:
Enviar um comentário