O avançado que subiu a pulso em Portugal e destacou-se em França. Quem se lembra de Rui Pataca?
Rui Pataca representou o Montpellier entre 2000 e 2004
Um jogador com uma trajetória
rara, mas inspiradora. Nascido em 8 de maio de 1973 em Luanda, radicou-se na
zona do Montijo ainda em tenra idade, tendo percorrido as camadas jovens de
Unidos do Montijo, Montijo,
Areias e Alcochetense antes de representar a equipa principal do emblema de
Alcochete entre 1991 e 1993 nos distritais
da AF Setúbal, sagrando-se campeão distrital da II Divisão em 1992-93.
Em 1993-94 surgiu na III Divisão Nacional
com a camisola do Comércio
e Indústria e na temporada seguinte subiu mais um degrau, ao defender as
cores do Louletano
na II Divisão B após uma passagem pelos também algarvios do Salir. O eco dos seus golos fez-se ouvir
nas ligas profissionais. A Ovarense
abriu-lhe as portas da II
Liga em 1995-96, mas não conseguiu impedir a despromoção nessa temporada. Seguiram-se dois anos
bem-sucedidos a nível individual no Sp.
Covilhã apesar do insucesso coletivo, pois os 10 golos que apontou na II
Liga não evitaram a descida à II Divisão B em 1996-97 e os 13 que faturou
na época seguinte foram insuficientes para garantir o regresso ao segundo
escalão. Avançado muito lutador e oportuno
e de remate fácil, conseguiu valorizar-se ao ponto de reentrar na II
Liga através do projeto mais ambicioso do Felgueiras.
Na única temporada que passou ao serviço dos durienses,
em 1998-99, foi o terceiro melhor marcador do segundo
escalão, com 18 golos – apenas Marcão (23 pelo Varzim)
e Paulo Vida (19 pelo Penafiel)
fizeram melhor.
A boa época permitiu-lhe chegar
finalmente ao patamar
maior do futebol português no verão de 1999, quando se transferiu para o
então recém-promovido Belenenses.
No entanto, só ficou meio ano no Restelo, pois os seus seis golos em 19
encontros convenceram o Montpellier a recruta-lo no início de 2000, inicialmente
por empréstimo e a partir do verão desse ano a título definitivo.
Se na segunda metade de 1999-00
não conseguiu impedir a despromoção à Ligue 2, na temporada seguinte ajudou o
clube do sul de França a conseguir o regresso ao primeiro
escalão, no qual permaneceu até 2004, quando voltou a descer de divisão e
se despediu do clube após 20 golos em 83 jogos ao longo de cinco anos e meio.
No final de 2003, quando atravessava uma boa sequência, com seis remates
certeiros em cinco jornadas, chegou a alimentar a esperança de ser chamado à seleção
nacional, o que não veio a acontecer.
Seguiram-se cinco temporadas no Créteil-Lusitanos
(três na Ligue 2 e duas no Championnat National), tendo faturado por 22 vezes
em 97 partidas pelo clube dos subúrbios de Paris entre 2005 e 2009 antes de
pendurar as botas, aos 36 anos.
Após encerrar a carreira de futebolista
tem tido trabalhos como treinador, tanto em França como em Portugal, tendo já comandado
os juniores do Alcochetense e os seniores do Samouquense.
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