O brasileiro que chegou a ser a contratação mais cara do Sporting. Quem se lembra de Elias?
Elias somou 65 jogos e seis golos ao serviço do Sporting
Médio que no Brasil jogava numa
posição à qual chamam de segundo volante, equivalente ao que por cá se
chama de número 8, começou a jogar futebol como avançado nas camadas jovens do Palmeiras,
mas quando transitou para o futebol sénior foi dispensado pelo verdão.
Obrigado a ganhar rodagem noutras
paragens, passou pelo Náutico,
clube no qual viveu um drama e salários em atraso, tendo passado por um período
de inatividade que o levou inclusivamente à depressão. Em 2007 conseguiu a possibilidade
de fazer testes no São Bento e ficou no clube, tendo sido transformado em
centrocampista pelo treinador Freddy Rincón. Depois passou por Juventus de São
Paulo e Ponte
Preta antes de chegar a um dos maiores emblemas brasileiros, o Corinthians,
onde foi colocado pela empresa Traffic, que comprou o seu passe. Na primeira época no timão,
em 2008, afirmou-se como um dos jogadores mais importantes da equipa que se
sagrou campeã da Serie B brasileira. Na temporada seguinte manteve o estatuto
de titular indiscutível e contribuiu para a conquista do campeonato paulista e
da Copa do Brasil.
Essa afirmação conheceu o
expoente máximo em 2010, quando ganhou os prémios Bola de Prata e Craque do
Brasileirão, destinados aos jogadores eleitos para o onze do ano pela revista Placar
e pela Rede Globo em parceria com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF),
respetivamente. Em outubro do mesmo ano estreou-se pela seleção
principal do Brasil pela mão do seu ex-treinador do Corinthians,
Mano Menezes, passando a figurar frequentemente no escretea partir de então. Em janeiro de 2011, e apesar do
interesse do Benfica,
transferiu-se para o Atlético
Madrid, por sete milhões de euros, mas nunca se conseguiu afirmar no emblema
da capital espanhola, até porque era regularmente utilizado na ala esquerda. No verão desse ano, falou-se de
que poderia rumar para o FC
Porto no âmbito do negócio que viria a levar Radamel
Falcao para o Vicente Calderón, mas tal não aconteceu. Com a porta da saída
escancarada pelo treinador Gregorio Manzano, sobretudo pelo excesso de
jogadores extracomunitários no plantel, viveu o canto do cisne quando entrou na
segunda parte de um jogo em casa diante do Vitória
de Guimarães, no playoff de acesso à fase de grupos da Liga
Europa, e bisou.
Poucas semanas depois,
transferiu-se para o Sporting
por 8,85 milhões de euros, tornando-se na altura na contratação mais cara de
sempre dos leões,
estatuto que viria a manter durante cinco anos, quando foi destronado por Bas
Dost (11,85 milhões).
Embora estivesse de pedra e cal
no onze inicial, as suas exibições nunca foram suficientemente convincentes
para os adeptos, não correspondendo às expetativas criadas, ao ponto de ter
perdido espaço na seleção
brasileira. Em janeiro de 2013, depois de um início de época desastroso a
nível coletivo, foi emprestado ao Flamengo
com o intuito de reduzir custos na folha salarial e tentar reaver parte do
valor investido.
Apesar dos bons desempenhos ao
serviço do mengão,
que lhe valeram mais uma Bola de Prata e o Prémio Craque do Brasileirão e que
contribuíram para a conquista da Copa do Brasil, o clube
carioca não exerceu a opção de compra fixada em cerca de cinco milhões de
euros, o que fez com que Elias regressasse a Lisboa em janeiro de 2014.
Depois de várias semanas a
treinar com a equipa B, numa altura em que Bruno
de Carvalho já havia sucedido a Godinho Lopes na presidência do clube, o Sporting
conseguiu finalmente libertá-lo em definitivo em abril, vendendo 50% do passe
por quatro milhões de euros ao Corinthians. No regresso ao timão
conquistou rapidamente o estatuto de titular indiscutível, o que lhe valeu o
regresso à seleção
brasileira em setembro de 2014. O ano seguinte foi de sonho: sagrou-se
campeão brasileiro, venceu novamente a Bola de Prata e o Prémio Craque da
Seleção e foi titular pela seleção
canarinha nos quatro jogos que disputou na Copa América. Em 2016 repetiu a presença na
Copa América e, depois do torneio, acertou o regresso ao Sporting,
então comandado por Jorge
Jesus, numa altura em que já tinha 31 anos e se falava da eventual saída de
Adrien
Silva, o que não se concretizou.
Após 16 jogos na primeira metade
da temporada, foi transferido em janeiro de 2017 para o Atlético
Mineiro por 2,5 milhões de euros, sensivelmente o mesmo que havia custado
aos leões,
tendo conquistado o campeonato mineiro ao serviço do galo
logo no ano de estreia.
Na reta final da carreira ainda
representou o Bahia no final de 2020, depois de cerca de nove meses afastado
dos relvados, mas após 16 jogos foi afastado do plantel, tendo acertado a
rescisão de contrato em janeiro de 2021 para depois se retirar discretamente. Desde então que tem trabalhado
como braço-direito de Ronaldo “Fenómeno” na deteção e avaliação de talentos
para Cruzeiro
e Valladolid.
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