Quando Ferguson sugeriu que o pai biológico de Gary Neville era o homem do leite
Gary Neville disputou 602 jogos pelo Manchester United
Nem só de craques se fazem as grandes
equipas de futebol. No Manchester
United de David Beckham, Ryan Giggs, Paul Scholes, Dwight York, Andy Cole,
Peter Schmeichel, Jaap Stam e até mesmo de Roy Keane, todos eles muito
vigorosos à maneira de cada um nas respetivas posições, havia também Gary
Neville.
Esteve quase 20 anos na equipa
principal dos red
devils, clube que representou em mais de 600 jogos, e somou 86 internacionalizações
pela seleção
inglesa, mas era, apenas e só, um jogador esforçado. Era como um operário
competente, que não primava nem pela velocidade nem pela técnica e muito menos
pelo drible. Não era dado a grandes arrancadas nem se esperavam grandes
cruzamentos dos seus pés. Subia e descia discretamente pelo corredor direito, não
comprometia e dava a bola a quem sabia o que fazer com ela. Ainda que não seja propriamente
um Cândido
Costa em Inglaterra, vai até proporcionando momentos de maior brilho
enquanto comentador da Sky Sports, especialmente quando partilha o palco
com Jamie Carragher, antigo central do Liverpool,
do que quando jogava. E mesmo assim, alguns desses momentos foram
proporcionados não por Neville, mas às custas dele. Num programa no qual falavam da
importância dos laterais no futebol moderno, Carragher foi arrebatador na sua
explicação: “Só há duas formas de alguém se tornar um defesa lateral: sendo um
defesa central falhado ou um sendo um extremo falhado. Nenhum miúdo quer ser um
lateral. Ninguém quer crescer e ser um Gary Neville.” Nem o próprio antigo
lateral direito conseguiu evitar a gargalhada corroborante.
Carragher não foi o primeiro a
ter exposto a falta de talento de Gary Neville. Muito antes, o próprio
treinador do Manchester
United, Alex
Ferguson, até foi mais longe na brincadeira: “Se Gary Neville fosse três
centímetros mais alto [tem 1,80 m], seria o melhor central de Inglaterra.
Curiosamente, o pai dele tem 1,88 m. Se fosse eu, ia ver como é o homem que
entrega o leite lá em casa.” Apesar das críticas, Neville construiu
um palmarés invejável: duas Ligas
dos Campeões, uma Taça Intercontinental, um Mundial de clubes, oito
campeonatos, três Taças, três Supertaças e três Taças da Liga de Inglaterra.
Marcou presença em torneios como os Mundiais de 1998 e 2006 e os Campeonatos da
Europa de 1996, 2000
e 2004.
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