quinta-feira, 23 de maio de 2024

Quando Ferguson sugeriu que o pai biológico de Gary Neville era o homem do leite

Gary Neville disputou 602 jogos pelo Manchester United
Nem só de craques se fazem as grandes equipas de futebol. No Manchester United de David Beckham, Ryan Giggs, Paul Scholes, Dwight York, Andy Cole, Peter Schmeichel, Jaap Stam e até mesmo de Roy Keane, todos eles muito vigorosos à maneira de cada um nas respetivas posições, havia também Gary Neville.
 
Esteve quase 20 anos na equipa principal dos red devils, clube que representou em mais de 600 jogos, e somou 86 internacionalizações pela seleção inglesa, mas era, apenas e só, um jogador esforçado. Era como um operário competente, que não primava nem pela velocidade nem pela técnica e muito menos pelo drible. Não era dado a grandes arrancadas nem se esperavam grandes cruzamentos dos seus pés. Subia e descia discretamente pelo corredor direito, não comprometia e dava a bola a quem sabia o que fazer com ela.
 
Ainda que não seja propriamente um Cândido Costa em Inglaterra, vai até proporcionando momentos de maior brilho enquanto comentador da Sky Sports, especialmente quando partilha o palco com Jamie Carragher, antigo central do Liverpool, do que quando jogava. E mesmo assim, alguns desses momentos foram proporcionados não por Neville, mas às custas dele.
 
Num programa no qual falavam da importância dos laterais no futebol moderno, Carragher foi arrebatador na sua explicação: “Só há duas formas de alguém se tornar um defesa lateral: sendo um defesa central falhado ou um sendo um extremo falhado. Nenhum miúdo quer ser um lateral. Ninguém quer crescer e ser um Gary Neville.” Nem o próprio antigo lateral direito conseguiu evitar a gargalhada corroborante.
 
 
Carragher não foi o primeiro a ter exposto a falta de talento de Gary Neville. Muito antes, o próprio treinador do Manchester United, Alex Ferguson, até foi mais longe na brincadeira: “Se Gary Neville fosse três centímetros mais alto [tem 1,80 m], seria o melhor central de Inglaterra. Curiosamente, o pai dele tem 1,88 m. Se fosse eu, ia ver como é o homem que entrega o leite lá em casa.”
 
Apesar das críticas, Neville construiu um palmarés invejável: duas Ligas dos Campeões, uma Taça Intercontinental, um Mundial de clubes, oito campeonatos, três Taças, três Supertaças e três Taças da Liga de Inglaterra. Marcou presença em torneios como os Mundiais de 1998 e 2006 e os Campeonatos da Europa de 1996, 2000 e 2004.
 





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