“Alguns jogadores não merecem viver”. As melhores frases de Gil y Gil
Gil y Gil foi presidente do Atlético entre 1987 e 2003
Histórico presidente do Atlético
Madrid, Jesús Gil y Gil esteve no cargo entre 1987 e 2003 e uma das
primeiras decisões que tomou foi contratar Paulo
Futre - essa foi, talvez, das poucas que não gerou polémica.
Era um daqueles líderes
populistas e com condenações por corrupção e ligações a máfias internacionais,
entre outros crimes. E não tinha medo de tomar decisões drásticas, como acabar
com a formação do Atlético
Madrid em 1992, o que motivou a ida de um talentoso jovem de 15 anos chamado
Raúl para o vizinho e rival Real
Madrid.
Enquanto presidiu os colchonerosfoi também presidente da Câmara Municipal de Marbella, município esse que era
publicitado… nas camisolas do Atlético.
Um pequenino exemplo de como a promiscuidade era algo natural para Gil y Gil,
que enquanto autarca mandou edificar um busto do ditador Francisco Franco e
ficou conhecido por andar pelas ruas da cidade a insultar prostitutas e pessoas
sem-abrigo.
A inspiração desportiva de Gil y
Gil, previsivelmente, era Silvio Berlusconi, que guiou o AC
Milan a anos dourados a partir do final da década de 1980. “Vou seguir o
método Berlusconi: a partir de agora o presidente é que decide o onze”, atirou
numa ocasião. A título de curiosidade, durante os seus mandatos o Atleti
conquistou um campeonato espanhol (1995-96) e três Taças do Rei (1990-91,
1991-92 e 1995-96), mas não conseguiu evitar uma chocante despromoção à II Liga
Espanhola em 1999-00. Sem noção do ridículo, chegou a
dizer que “os jogadores mereciam vir a nado das Canárias” após uma derrota em
Tenerife e chegou a desejar a morte aos próprios atletas. “Os jogadores são figurinhas
de maçapão. Por mim podem morrer todos”, afirmou numa situação. “Alguns
jogadores não merecem viver”, atirou noutra. Por vezes, Gil y Gil
individualizava mesmo esses comentários, como quando disse que o central/trinco
brasileiro naturalizado espanhol Donato era “um coitado cheio de fome” e que o
avançado polaco Roman Kosecki era “um maluquinho, mercenário e imbecil”. Já o
avançado colombiano Adolfo “El Tren” Valencia chegou a sofrer insultos racistas
do próprio presidente. “A garganta do negro deve ser cortada” foi um deles.
Quando as coisas corriam mal, Gil
y Gil ia mais longe e agredia dirigentes, ameaçava árbitros e invadia o
balneário acompanhado de guarda-costas para chamar tudo aos jogadores. Os
treinadores, esses, não aguentavam muito tempo no Vicente Calderón: “Para mim
despedir um treinador é como tomar uma cerveja. Posso despedir vinte por ano.
Até cem se for preciso.” Apesar dessa maneira de ser, teve
20 mil pessoas presentes no seu funeral, após ter morrido em maio de 2004, aos
71 anos, vítima de trombose.
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