quinta-feira, 23 de maio de 2024

“Alguns jogadores não merecem viver”. As melhores frases de Gil y Gil

Gil y Gil foi presidente do Atlético entre 1987 e 2003
Histórico presidente do Atlético Madrid, Jesús Gil y Gil esteve no cargo entre 1987 e 2003 e uma das primeiras decisões que tomou foi contratar Paulo Futre - essa foi, talvez, das poucas que não gerou polémica.
 
Era um daqueles líderes populistas e com condenações por corrupção e ligações a máfias internacionais, entre outros crimes. E não tinha medo de tomar decisões drásticas, como acabar com a formação do Atlético Madrid em 1992, o que motivou a ida de um talentoso jovem de 15 anos chamado Raúl para o vizinho e rival Real Madrid.
 
Enquanto presidiu os colchoneros foi também presidente da Câmara Municipal de Marbella, município esse que era publicitado… nas camisolas do Atlético. Um pequenino exemplo de como a promiscuidade era algo natural para Gil y Gil, que enquanto autarca mandou edificar um busto do ditador Francisco Franco e ficou conhecido por andar pelas ruas da cidade a insultar prostitutas e pessoas sem-abrigo.  

 
A inspiração desportiva de Gil y Gil, previsivelmente, era Silvio Berlusconi, que guiou o AC Milan a anos dourados a partir do final da década de 1980. “Vou seguir o método Berlusconi: a partir de agora o presidente é que decide o onze”, atirou numa ocasião. A título de curiosidade, durante os seus mandatos o Atleti conquistou um campeonato espanhol (1995-96) e três Taças do Rei (1990-91, 1991-92 e 1995-96), mas não conseguiu evitar uma chocante despromoção à II Liga Espanhola em 1999-00.
 
Sem noção do ridículo, chegou a dizer que “os jogadores mereciam vir a nado das Canárias” após uma derrota em Tenerife e chegou a desejar a morte aos próprios atletas. “Os jogadores são figurinhas de maçapão. Por mim podem morrer todos”, afirmou numa situação. “Alguns jogadores não merecem viver”, atirou noutra.
 
Por vezes, Gil y Gil individualizava mesmo esses comentários, como quando disse que o central/trinco brasileiro naturalizado espanhol Donato era “um coitado cheio de fome” e que o avançado polaco Roman Kosecki era “um maluquinho, mercenário e imbecil”. Já o avançado colombiano Adolfo “El Tren” Valencia chegou a sofrer insultos racistas do próprio presidente. “A garganta do negro deve ser cortada” foi um deles.

 
Quando as coisas corriam mal, Gil y Gil ia mais longe e agredia dirigentes, ameaçava árbitros e invadia o balneário acompanhado de guarda-costas para chamar tudo aos jogadores. Os treinadores, esses, não aguentavam muito tempo no Vicente Calderón: “Para mim despedir um treinador é como tomar uma cerveja. Posso despedir vinte por ano. Até cem se for preciso.”
 
Apesar dessa maneira de ser, teve 20 mil pessoas presentes no seu funeral, após ter morrido em maio de 2004, aos 71 anos, vítima de trombose.



 





 

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