O “tosco” que jogou 70 minutos pelo FC Porto. Quem se lembra de Quintana?
Quintana integrou o plantel do FC Porto em 2001-02
Não foi fácil a viragem do
milénio para o FC
Porto. Viu a hegemonia interna ser interrompida, vivenciou o fim de ciclo de
algumas das principais figuras das últimas épocas do pentacampeonato e revelou
pouco acerto em contratações. Um desses flops foi precisamente Victor
Quintana.
Médio internacional paraguaio de
características defensivas, que vinha a ser bastante utilizado na qualificação
para o Mundial
2002, foi contratado ao Olimpia
por 2,5 milhões de euros durante o verão de 2001, a pedido de Octávio
Machado e com a fama de ser forte fisicamente, recuperar muitas bolas e ter
argumentos interessantes em termos ofensivos. “O senhor Octávio
falou comigo no Paraguai.
Estava com o senhor Jorge Mendes. Disse-me que o Carlitos Paredes ia ser
vendido e que eu tinha tudo para ser o substituto perfeito. Queria-me a jogar à
frente da defesa, para limpar tudo”, recordou, em entrevista ao Maisfutebol
publicada em setembro de 2018. Mas “El Animal” não esteve
à altura das expetativas e cumpriu apenas 70 minutos de dragão
ao peito, disputados no mesmo jogo, uma derrota no País de Gales ante o Barry
Town (1-3) na segunda-mão da terceira pré-eliminatória da Liga
dos Campeões, depois de os azuis
e brancos terem goleado por 8-0 nas Antas. “Quintana meteu dó”, escreveu o Record,
na crónica desse encontro.
Três dias depois, a 4 de agosto
de 2001, foi suplente não utilizado na vitória sobre o Boavista
na Supertaça
Cândido de Oliveira, o que lhe valeu a medalha de vencedor do troféu. Haveria
ainda de voltar ao banco, para de lá não sair, num
encontro em Viseu diante do Académico para a Taça de Portugal, a 29 de dezembro. “Andava feliz e na pré-época
treinei e joguei bem. Mas comecei a perceber que o Paredes não ia sair do FC
Porto. E não saiu. Ou seja, limitei-me a ser suplente dele, do Costinha e
do Söderström, um sueco. (…) Acho que nunca tive uma conversa com o senhor Octávio.
Treinava e pronto. O meu feitio era especial, não gostava de confrontos, nem de
chatices. O clube tratava-me bem, pagava-me bem, não havia nada a reclamar”,
justificou. No início de 2002 foi emprestado
ao Olimpia,
tendo contribuído para a conquista da Taça
Libertadores.
Haveria de voltar ao futebol
português em janeiro de 2002, para reforçar o Moreirense
por empréstimo do FC
Porto, mas não chegou a ser utilizado pelo emblema
minhoto. “Eu era um médio com força, um
bocado descontrolado. Corria muito, recuperava bolas atrás de bolas. Mas era
fraco de pés. Como é que vocês dizem aí em Portugal? Tosco, isso. Era tosco,
mas posso dizer aos meus filhos que joguei no grande FC
Porto”, assumiu.
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