quarta-feira, 17 de abril de 2024

O “tosco” que jogou 70 minutos pelo FC Porto. Quem se lembra de Quintana?

Quintana integrou o plantel do FC Porto em 2001-02
Não foi fácil a viragem do milénio para o FC Porto. Viu a hegemonia interna ser interrompida, vivenciou o fim de ciclo de algumas das principais figuras das últimas épocas do pentacampeonato e revelou pouco acerto em contratações. Um desses flops foi precisamente Victor Quintana.
 
Médio internacional paraguaio de características defensivas, que vinha a ser bastante utilizado na qualificação para o Mundial 2002, foi contratado ao Olimpia por 2,5 milhões de euros durante o verão de 2001, a pedido de Octávio Machado e com a fama de ser forte fisicamente, recuperar muitas bolas e ter argumentos interessantes em termos ofensivos.
 
“O senhor Octávio falou comigo no Paraguai. Estava com o senhor Jorge Mendes. Disse-me que o Carlitos Paredes ia ser vendido e que eu tinha tudo para ser o substituto perfeito. Queria-me a jogar à frente da defesa, para limpar tudo”, recordou, em entrevista ao Maisfutebol publicada em setembro de 2018.
 
Mas “El Animal” não esteve à altura das expetativas e cumpriu apenas 70 minutos de dragão ao peito, disputados no mesmo jogo, uma derrota no País de Gales ante o Barry Town (1-3) na segunda-mão da terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões, depois de os azuis e brancos terem goleado por 8-0 nas Antas. “Quintana meteu dó”, escreveu o Record, na crónica desse encontro.
 
 
Três dias depois, a 4 de agosto de 2001, foi suplente não utilizado na vitória sobre o Boavista na Supertaça Cândido de Oliveira, o que lhe valeu a medalha de vencedor do troféu. Haveria ainda de voltar ao banco, para de lá não sair, num encontro em Viseu diante do Académico para a Taça de Portugal, a 29 de dezembro.
 
“Andava feliz e na pré-época treinei e joguei bem. Mas comecei a perceber que o Paredes não ia sair do FC Porto. E não saiu. Ou seja, limitei-me a ser suplente dele, do Costinha e do Söderström, um sueco. (…) Acho que nunca tive uma conversa com o senhor Octávio. Treinava e pronto. O meu feitio era especial, não gostava de confrontos, nem de chatices. O clube tratava-me bem, pagava-me bem, não havia nada a reclamar”, justificou.
 
No início de 2002 foi emprestado ao Olimpia, tendo contribuído para a conquista da Taça Libertadores.
 
 
Haveria de voltar ao futebol português em janeiro de 2002, para reforçar o Moreirense por empréstimo do FC Porto, mas não chegou a ser utilizado pelo emblema minhoto.
 
“Eu era um médio com força, um bocado descontrolado. Corria muito, recuperava bolas atrás de bolas. Mas era fraco de pés. Como é que vocês dizem aí em Portugal? Tosco, isso. Era tosco, mas posso dizer aos meus filhos que joguei no grande FC Porto”, assumiu.



 






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