O avançado polaco que teve mais lesões do que golos no FC Porto. Quem se lembra de Mielcarski?
Mielcarski representou o FC Porto entre 1995 e 1999
A segunda metade da década de
1990 coincidiu com o pentacampeonato do FC
Porto, mas não foram disparados só tiros certeiros para os lados das Antas.
Também houve flops, jogadores que não estavam talhados para aquele nível, de
quem se esperava mais, e Grzegorz Mielcarski foi um desses casos. Em quatro
temporadas de dragão
ao peito não foi além de onze golos em 56 jogos. O máximo que disputou numa
época foram 17 partidas, em 1998-99, e o melhor registo goleador foi de cinco
remates certeiros, em 1997-98.
Ainda assim, recordam os
portistas, não foi dos piores que passaram pela Invicta. Até porque este avançado
polaco, diga-se a verdade, foi afetado por bastantes lesões. O próprio reconheceu,
em declarações ao Maisfutebol
em junho de 2012, que teve “mais lesões do que golos” no FC
Porto. Mesmo sem grandes números num
campeonato como o polaco nem feitos relevantes nas provas europeias ou no
futebol de seleções, foi contratado pelo FC
Porto ao Widzew Lodz no verão de 1995, numa altura em que Bobby Robson era o
treinador e tinha Jozef Mlynarczyk como técnico de guarda-redes, o que poderá
ter ajudado no recrutamento do compatriota. A intenção era dotar a equipa de
uma alternativa, mais poderosa fisicamente, a Domingos Paciência. Uma arma
secreta para resolver partidas complicadas através do futebol aéreo. Em alguns
encontros, resultou, mas esperava-se mais. “Tive a sorte de ser
tetracampeão, mas não esqueço os muitos problemas físicos que tive. Sofri
bastante, essa é a realidade. Fiquei a dever muitos golos aos adeptos e ao
clube”, confessou o antigo ponta de lança, que resolveu, por exemplo, uma
difícil eliminatória da Taça
de Portugal frente ao Gil
Vicente em Barcelos em dezembro de 1996 ou um emocionante dérbi no Bessa um
ano depois. Também carimbou uma vitória em Leiria que apurou os dragões
para a final da Taça
em 1997-98, decidiu ao cair do pano uma receção ao Vitória
de Guimarães em dezembro de 1997 e ajudou a desbloquear outros jogos
complicados.
“Se tiver de escolher só um jogo,
escolho a grande exibição e o golo contra o Deportivo
da Corunha no Torneio Cidade do Porto. Fui o melhor em campo e isso
abriu-me as portas do clube por muitos anos”, frisou. Com a camisola azul e branca
conquistou quatro campeonatos, uma Taça
de Portugal e uma Supertaça. Chegou a ser comparado a Van Basten pelo
presidente portista
e deu-lhe razão parcial, no que concerne às… lesões. “O presidente dizia sempre
que eu era o Van Basten do FC
Porto. Se não fossem as lesões ias para o lugar do holandês no AC
Milan. Sempre confiei cegamente no Pinto
da Costa. Tem magia na voz, encanta”, recordou o antigo internacional polaco
(dez jogos, um golo), que ficou apaixonado por arroz de cabidela e pela beleza
da cidade do Porto.
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