terça-feira, 19 de março de 2024

O avançado polaco que teve mais lesões do que golos no FC Porto. Quem se lembra de Mielcarski?

Mielcarski representou o FC Porto entre 1995 e 1999
A segunda metade da década de 1990 coincidiu com o pentacampeonato do FC Porto, mas não foram disparados só tiros certeiros para os lados das Antas. Também houve flops, jogadores que não estavam talhados para aquele nível, de quem se esperava mais, e Grzegorz Mielcarski foi um desses casos. Em quatro temporadas de dragão ao peito não foi além de onze golos em 56 jogos. O máximo que disputou numa época foram 17 partidas, em 1998-99, e o melhor registo goleador foi de cinco remates certeiros, em 1997-98.
 
Ainda assim, recordam os portistas, não foi dos piores que passaram pela Invicta. Até porque este avançado polaco, diga-se a verdade, foi afetado por bastantes lesões. O próprio reconheceu, em declarações ao Maisfutebol em junho de 2012, que teve “mais lesões do que golos” no FC Porto.
 
Mesmo sem grandes números num campeonato como o polaco nem feitos relevantes nas provas europeias ou no futebol de seleções, foi contratado pelo FC Porto ao Widzew Lodz no verão de 1995, numa altura em que Bobby Robson era o treinador e tinha Jozef Mlynarczyk como técnico de guarda-redes, o que poderá ter ajudado no recrutamento do compatriota. A intenção era dotar a equipa de uma alternativa, mais poderosa fisicamente, a Domingos Paciência. Uma arma secreta para resolver partidas complicadas através do futebol aéreo. Em alguns encontros, resultou, mas esperava-se mais.
 
“Tive a sorte de ser tetracampeão, mas não esqueço os muitos problemas físicos que tive. Sofri bastante, essa é a realidade. Fiquei a dever muitos golos aos adeptos e ao clube”, confessou o antigo ponta de lança, que resolveu, por exemplo, uma difícil eliminatória da Taça de Portugal frente ao Gil Vicente em Barcelos em dezembro de 1996 ou um emocionante dérbi no Bessa um ano depois. Também carimbou uma vitória em Leiria que apurou os dragões para a final da Taça em 1997-98, decidiu ao cair do pano uma receção ao Vitória de Guimarães em dezembro de 1997 e ajudou a desbloquear outros jogos complicados.
 
 
“Se tiver de escolher só um jogo, escolho a grande exibição e o golo contra o Deportivo da Corunha no Torneio Cidade do Porto. Fui o melhor em campo e isso abriu-me as portas do clube por muitos anos”, frisou.
 
Com a camisola azul e branca conquistou quatro campeonatos, uma Taça de Portugal e uma Supertaça. Chegou a ser comparado a Van Basten pelo presidente portista e deu-lhe razão parcial, no que concerne às… lesões. “O presidente dizia sempre que eu era o Van Basten do FC Porto. Se não fossem as lesões ias para o lugar do holandês no AC Milan. Sempre confiei cegamente no Pinto da Costa. Tem magia na voz, encanta”, recordou o antigo internacional polaco (dez jogos, um golo), que ficou apaixonado por arroz de cabidela e pela beleza da cidade do Porto.
 




 

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