“There's only one Jorge Cadete”. Quem se lembra dele?
Jorge Cadete somou 33 internacionalizações e cinco golos
“There's only one Jorge Cadete,
he puts the ball in the netty, He's Portuguese and he scores with ease, walking
in Cadete wonderland”. Era com este cântico que os adeptos do Celtic,
clube escocês com profundas raízes católicas, enalteciam outro JC, um português
que ressuscitou para os golos em Glasgow e que fez o milagre de se tornar o
primeiro jogador luso a sagrar-se melhor marcador num campeonato estrangeiro.
Mas Jorge Paulo Cadete Santos
Reis, nascido a 27 de agosto de 1968 em Pemba, Moçambique, foi muito mais do
que um avançado que teve sucesso no campeonato escocês. Formado no Sporting,
tornou-se em 1992-93 no primeiro jogador da cantera leonina
a vencer a Bola de Prata, o troféu atribuído pelo jornal A Bola ao
melhor marcador da I
Liga. 18 golos lhe bastaram nessa época. Curiosamente, na temporada
anterior até havia faturado mais (25), mas foi superado pelo nigeriano
Ricky, do Boavista (30).
Mas até atingir esse nível teve
de ser emprestado para voltar mais forte à casa-mãe. Cedido ao Vitória
de Setúbal em 1988-89, mostrou ao que vinha ao apontar dez golos, apesar da
concorrência dos internacionais portugueses Rui Jordão e Aparício. Depois do verde e branco dos sadinos
e dos leões,
experimentou o azul dos italianos do Brescia em 1994-95, mas não se deu bem. O regresso a Alvalade
também não correspondeu às expetativas, mas houve males que vieram por bem,
pois foi esse desenrolar de acontecimentos que o levaram a assinar pelo Celtic
em 1996, depois de um longo imbróglio com o Sporting.
Em pouco mais de um ano em Glasgow, apontou 38 golos em 50 jogos ao lado de Di
Canio e Van Hooijdonk – juntos, eram os “Three Amigos” –, tendo apontado
25 golos, nenhum deles de penálti, o que lhe valeu o troféu de melhor marcador
em 1996-97 com um avanço considerável sobre o principal perseguidor – Brian Laudrup,
do Rangers, com 16.
Se dentro de campo as coisas lhe
corriam bem, fora nem tanto. Depois dessa temporada memorável, alegou problemas
psicológicos e falta de adaptação à vida na Escócia sem a sua família para sair
do clube. Após falhar treinos de pré-época, foi transferido para o Celta
de Vigo no verão de 1997, mas foi precisamente no norte da Península
Ibérica que a carreira de Cadete começou a perder… o norte. Depois de uma primeira época
razoável na Galiza, com sete golos em 30 jogos, desiludiu na segunda temporada,
o que o levou a regressar a Portugal pela porta do Benfica,
mas não vingou na Luz,
como não viria a vingar nos ingleses do Bradford City e no Estrela
da Amadora. Haveria ainda de passar
pelos escoceses do Partick Thistle e pelo Pinhalnovense
antes de terminar a carreira nos distritais da AF
Beja ao serviço do São Marcos, clube do concelho de Castro Verde. Paralelamente, somou 33
internacionalizações e cinco golos pela seleção nacional A entre 1990 e 1998,
tendo marcado presença no Euro 1996.
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