Dez figuras míticas da história do Sporting Clube de Braga |
Fundado a 19 de janeiro de 1921 por um
grupo de jovens, na sua maioria estudantes, entre os quais João Gomes, que
viria a ser o primeiro presidente, o Sporting
Clube de Braga chegou pela primeira vez à I
Divisão em 1947-48 e compete ininterruptamente no primeiro
escalão desde 1975-76.
Depois de duas décadas marcadas
por constantes subidas e descidas de divisão, os bracarenses
viveram em 1965-66 o primeiro momento alto da sua história, a conquista da Taça
de Portugal, o que lhes valeram ainda a primeira participação nas
competições europeias, neste caso a Taça das Taças.
Campeão da II Divisão em 1946-47
e 1963-64, o emblema
arsenalista estabeleceu-se na I
Divisão a meio da década de 1970 e, durante muito tempo, teve como melhor
classificação de sempre o 4.º lugar (1977-78, 1978-79, 1983-84, 1996-97,
2000-01, 2004-05, 2005-06 e 2006-07).
Porém, em 2009-10 sagrou-se
vice-campeão nacional com Domingos
Paciência no comando técnico, tendo entrado na última jornada com
possibilidades matemáticas de ultrapassar o Benfica
e ascender à primeira posição. Na temporada seguinte, o Sp.
Braga estreou-se na Liga
dos Campeões e chegou à final
da Liga Europa.
As épocas seguintes trouxeram o
que ainda faltava: troféus. Os minhotos
venceram a Taça
da Liga em 2012-13 e 2019-20 e a Taça
de Portugal em 2015-16 e 2020-21.
10. João Cardoso (213 jogos)
João Cardoso |
Lateral esquerdo natural de Sacavém e que despontou no Belenenses,
transferiu-se para o Sp.
Braga no verão de 1977, numa altura em que já era internacional A por
Portugal.
Em oito temporadas no emblema
minhoto totalizou 213 jogos (211 a titular) e 18 golos na I
Divisão, tendo contribuído para a obtenção do quarto lugar em 1977-78,
1978-79 e 1983-84 e participado na caminhada até à final da Taça
de Portugal em 1981-82.
Paralelamente, somou mais sete internacionalizações entre 1978 e 1983.
Em 1985 encerrou a carreira, à beira de completar 34 anos.
Entretanto tornou-se treinador e em 2018-19 desempenhou o cargo de
técnico-adjunto de José Carvalho Araújo na equipa de sub-23 dos bracarenses.
9. José Maria Azevedo (218 jogos)
José Maria Azevedo |
Lateral direito bracarense que também podia atuar como médio, ingressou
nos juniores do Sp.
Braga em 1954-55 e logo na época seguinte transitou para a equipa
principal.
Em 14 temporadas nos minhotos,
passou dez a jogar na I
Divisão, patamar em que amealhou 218 jogos e quatro golos. Ao longo deste
percurso, conquistou uma Taça
de Portugal (1965-66), sagrou-se por uma vez campeão nacional da II Divisão
(1963-64) e contribuiu para a caminhada até aos oitavos de final da Taça das
Taças (1966-67).
Por outro lado, também viveu dissabores, tendo descido de divisão em 1956
e 1961.
8. Cesário Fernandes (221 jogos)
Cesário Fernandes |
Guarda-redes natural de Monção, no Alto Minho, representou os juniores do
Sp.
Braga em 1946 e 1947, mas quando subiu a sénior mudou-se para o Desportivo
de Monção.
Na temporada seguinte regressou ao emblema
bracarense, tendo-o representado durante uma dúzia de anos, onze dos quais
na I
Divisão – a exceção foi em 1956-57 –, patamar em que totalizou 221 jogos e
441 golos sofridos.
Enquanto titular da baliza arsenalista,
foi várias vezes chamado à seleção nacional, mas nunca chegou a estrear-se.
7. Alan (230 jogos)
Alan |
Extremo brasileiro de grande qualidade, veio para Portugal em 2001 para
representar o Marítimo, deu o salto para o FC Porto em 2005 e ainda passou pelo Vitória de Guimarães antes de reforçar o Sp. Braga no verão de 2008.
Talvez o principal símbolo dos anos dourados do clube, tornou-se
inclusivamente o jogador com mais jogos da história dos bracarenses
em todas as competições (347).
Ao longo de nove temporadas nos guerreiros
do Minho amealhou 230 partidas (175 a titular) e 34 golos na I
Liga, tendo contribuído para momentos altos como a vitória na Taça
Intertoto (2008-09), o segundo lugar no campeonato (2009-10), a entrada na Liga
dos Campeões e a caminhada até à final
da Liga Europa (2010-11) e as conquistas da Taça
da Liga (2012-13) e da Taça
de Portugal (2015-16).
Após pendurar as botas, à beira dos 38 anos, continuou no emblema arsenalista no
cargo de diretor de relações institucionais. Para trás ficou uma carreira cujas
melhores recordações são de Braga: “O 2.º lugar, a final da Liga Europa, mas também a vitória da Taça de Portugal com o Paulo Fonseca. Foi incrível, depois de termos perdido no
ano anterior a final com o Sporting. O futebol tem essa loucura. Mas também a nossa primeira taça, a Taça
da Liga com o José
Peseiro.”
6. Castanheira (231 jogos)
Castanheira |
Médio canhoto de características ofensivas e internacional jovem
português, nasceu em Chaves, mas ingressou no Sp.
Braga quando ainda era juvenil de primeiro ano, em 1992-93, proveniente do Desp.
Chaves.
Em 1996-97 transitou para a equipa principal e por lá se manteve ao longo
de onze épocas e meia, período no qual totalizou 231 partidas (152 a titular) e
nove golos na I
Liga, tendo contribuído para a obtenção do 4.º lugar em 1996-97, 2000-01,
2004-05, 2005-06 e 2006-07 e para a caminhada até à final da Taça
de Portugal em 1997-98.
Em janeiro de 2008 iniciou um empréstimo de ano e meio ao Leixões,
tendo cortado o cordão umbilical que o ligava aos bracarenses
há mais de década e meia no verão de 2009, quando voltou ao Desp.
Chaves. “Foram doze anos nesta casa, cresci aqui, fiz-me homem aqui e foi a
primeira vez que defrontei o Sp.
Braga como adversário. Foi estranho estar do outro lado. Senti um arrepio
na espinha quando fui substituído e vi o estádio todo a aplaudir-me. Acho que
foi o reconhecimento pelos anos que passei nesta casa”, afirmou em março de
2008, após um Sp.
Braga-Leixões.
5. Artur Jorge (240 jogos)
Artur Jorge |
Defesa central nascido em Braga e formado no Sp.
Braga, passou dois anos no Arsenal da Devesa quando subiu a sénior, tendo
em 1992-93 ingressado na equipa principal dos guerreiros
do Minho.
Ao longo de uma dúzia de anos totalizou 240 partidas (219 a titular) e
dez golos pelos bracarenses
na I
Divisão, tendo contribuído para a obtenção do 4.º lugar em 1996-97 e
2000-01 e para a caminhada até à final da Taça
de Portugal em 1997-98. Paralelamente, representou a seleção nacional de
sub-21 por cinco vezes durante o ano de 1993.
Em março de 2021 viu o seu contributo ao Sp.
Braga distinguido pelos adeptos, que o escolheram para o onze do centenário
como um dos dois melhores defesas centrais de sempre do clube, a par de Moisés.
Após pendurar as botas tornou-se treinador, tendo orientado iniciados,
juniores, sub-23 e equipa
B dos bracarenses.
No final da época 2019-20 assumiu interinamente o comando da equipa principal,
guiando-a até ao 3.º lugar no campeonato. “Ajudei a conseguir um terceiro
lugar, fiquei no registo de ter ajudado a um dos poucos terceiros lugares que o
Sp.
Braga tem na história. Para mim é o que me valoriza e dá alegria de
partilhar”, afirmou à Tertúlia Bracarense
Edição Especial de Natal, da Rádio
Antena Minho, em dezembro de 2021.
O seu filho, também ele Artur
Jorge, jogou pela equipa principal do Sp.
Braga em 2016-17, após ter feito toda a formação no clube.
4. Quim (252 jogos)
Quim |
Guarda-redes natural de Vila Nova de Famalicão, ingressou nas camadas
jovens do Sp.
Braga em 1989-90, foi pela primeira vez convocado para um jogo da equipa
principal em novembro de 1993, mas só almejou a estreia em maio de 1995, aos 19
anos, num empate a zero no Bonfim.
Paralelamente, foi representando as seleções jovens de Portugal.
“Na transição de júnior para sénior, estive praticamente três anos sem
jogar. Essa altura é difícil para um jogador de futebol; felizmente tive a
sorte de pensarem que podia ter qualidade para jogar na equipa principal e mantiveram-me
nos plantéis, mas sei de jogadores do meu tempo que não tiveram essa
oportunidade”, recordou ao portal Bola
na Rede em maio de 2020.
Entre 1995 e 2004 amealhou 209 encontros (207 a titular) e 265 golos
sofridos na I
Liga, tendo contribuído para a obtenção do 4.º lugar em 1996-97 e 2000-01 e
para a caminhada até à final da Taça
de Portugal em 1997-98.
Paralelamente, tornou-se internacional A em agosto de 1999, tendo marcado
presença nos Campeonatos da Europa de 2000
e 2004 – só não esteve no Mundial
2002 devido a um controlo antidoping positivo meses antes do torneio – e totalizado
21 internacionalizações pela seleção principal enquanto jogador dos bracarenses.
No verão de 2004 deu o salto para o Benfica,
clube pelo qual se sagrou campeão nacional por duas vezes, mas voltou a casa em
2010, aos 34 anos. Depois de uma primeira época sem jogar devido a problemas
físicos, Quim somou mais 43 jogos e 53 golos sofridos entre 2011 e 2013, tendo
nesse período contribuído para a obtenção do 3.º lugar no campeonato em 2011-12
e para a conquista da Taça
da Liga em 2012-13.
“Quando regressei ao Sp.
Braga, era tudo muito diferente de quando fui para o Benfica…
quando saí, o clube já estava a subir, mas, quando voltei, deparei-me com um
clube que já podia ser considerado grande. Ainda sou do tempo em que o Sp.
Braga lutava para não descer. Consegui apanhar o clube em crescendo, as
várias fases, que culminaram num Sp.
Braga a lutar pelos primeiros lugares e pela Europa, mas faltava sempre um
título. As pessoas sabiam que o mais difícil seria o primeiro e, quando
conquistámos essa Taça
da Liga, sentimos isso. Foi muito importante para o clube ter conquistado
esse troféu. Acredito que mais ano, menos ano, o Sp.
Braga será campeão nacional”, vaticinou.
Ainda assim, terminou a ligação ao clube no verão de 2013, tendo depois
assinado pelo Desp.
Aves.
Em março de 2021 foi escolhido pelos adeptos do Sp.
Braga como o melhor guarda-redes da história do clube, no âmbito das
comemorações do centenário.
3. Artur Correia (255 jogos)
Entre 1975 e 1987 amealhou 255 partidas (241 a titular) e dois golos no primeiro
escalão, tendo ajudado os minhotos
a alcançar o 4.º lugar no campeonato em 1977-78, 1978-79 e 1983-84 e a chegar à
final da Taça
de Portugal em 1976-77 e 1981-82.
Paralelamente, representou a seleção nacional B num jogo de caráter
particular diante da Áustria em novembro de 1978.
Em 1987 interrompeu a longa ligação ao clube e transferiu-se para o Sp.
Espinho, último emblema que representou enquanto futebolista.
Após pendurar as botas tornou-se treinador, tendo dirigido os juniores do
Sp.
Braga em 2005-06 e 2006-07.
2. Barroso (266 jogos)
Barroso |
Médio bracarense dotado de um pontapé-canhão, é um dos primeiros nomes
que nos vem à cabeça quando o tema é futebolistas míticos do Sp.
Braga. Formado no clube, rodou no Maximinense antes de chegar aos seniores arsenalistas
em 1990-91.
Nas primeiras duas épocas na equipa principal não foi além de um total de
24 jogos na I
Divisão, mas apenas dez na condição de titular.
Sem muito espaço nos minhotos,
foi emprestado ao Rio
Ave em 1992-93 e voltou mais forte na temporada seguinte. Entre 1993 e 1996
amealhou 93 jogos (91 a titular) e 17 golos no primeiro
escalão ao serviço dos guerreiros
do Minho, antes de dar o salto para o FC
Porto. Pelo meio, somou uma internacionalização pela seleção nacional A em
janeiro de 1995, tendo entrado nos últimos minutos num jogo particular diante
do Canadá.
Após três épocas em que esteve vinculado aos dragões,
ainda que na última tenha estado emprestado à Académica,
Barroso regressou ao Sp.
Braga no verão de 1999 para mais seis temporadas na casa-mãe. Nesse período
totalizou 149 partidas (128 a titular) e 23 remates certeiros na I
Liga, tendo contribuído para a obtenção do quarto lugar no campeonato em
2000-01 e 2004-05.
Em 2005 encerrou a carreira de futebolista, à beira de comemorar o 35.º
aniversário, mas em 2009-10 voltou aos bracarenses
para orientar os juvenis.
1. Zé Nuno Azevedo (274 jogos)
Zé Nuno Azevedo |
Lateral direito nascido na cidade do Porto e que jogou ao lado de Vítor
Baía, Fernando Couto, Secretário, Paulo Alves, Jorge Couto e Domingos
Paciência na formação do FC
Porto, chegou ao Sp.
Braga no verão de 1992, proveniente do Gil
Vicente, já com o estatuto de internacional sub-21 português.
Ao longo de onze temporadas no emblema
bracarense amealhou 274 encontros (263 a titular) e sete golos na I
Divisão, tendo contribuído para a obtenção do quarto lugar em 1996-97 e
2000-01 e para a caminhada até à final da Taça
de Portugal em 1997-98.
Em 2003 pendurou as botas, à
beira de comemorar o 34.º aniversário, tendo regressado aos arsenalistas
em 2004-05 para orientar os juniores e em 2012-13 para assumir a função de
treinador-adjunto da equipa
B.
Sem comentários:
Enviar um comentário