Mantorras e Lúcio numa disputa de bola em português |
Embora já fosse nascido, não me
recordo da forma categórica como o Bayern
eliminou o Benfica
da Taça
UEFA em 1995-96 nem do jogo particular que marcou a despedida de Michel
Preud’homme em agosto de 1999. A minha primeira memória de um jogo entre estes
dois históricos do futebol mundial remonta a janeiro de 2007, quando ambos se
defrontaram nas meias-finais da Dubai Cup.
Na altura, o Dubai estava a
ganhar a fama de destino turístico e de cidade empresarial que hoje ostenta. O Bayern
vivia o habitual mês de paragem da Bundesliga
entre o final de um ano e o início do seguinte, enquanto o Benfica
enfrentava um pouco usual buraco no calendário do futebol português.
As águias
tinham competido a 21 de dezembro de 2006 num jogo em atraso do campeonato
diante do Belenenses
e depois tinham regressado à atividade num encontro pouco competitivo diante do
Oliveira do Bairro para a Taça
de Portugal a 6 de janeiro, e só voltariam à ação a 15 de janeiro, numa
visita à Académica.
Pelo meio, aproveitaram para participar na Dubai Cup, uma espécie de Mundialito
com avultados prémios monetários, juntamente com os bávaros,
o Marselha e a Lazio.
Nas meias-finais, a formação
então orientada por Fernando Santos, que ocupava o 3.º lugar na I
Liga portuguesa, mediu forças com um Bayern
que era, como sempre foi, a grande potência do futebol
germânico. No entanto, o conjunto orientado por Felix Magath estava na 3.ª
posição da Bundesliga
– atrás de Schalke
04 e Werder Bremen, mas haveria de concluir o campeonato no 4.º lugar,
também abaixo do campeão Estugarda – e não conseguia ir além dos quartos de
final da Liga
dos Campeões desde que venceu a prova em 2000-01. Na Taça da Alemanha,
tinha sido eliminado pelo modesto Alemannia Aachen nos oitavos de final.
Jogadores como Oliver Kahn, Willy Sagnol, Mehmet Scholl, Hasan Salihamidzic, Sebastian
Deisler e Roy Makaay estavam em fim de ciclo no clube, que ainda não contava
com jogadores bastante importantes nas temporadas seguintes como Neuer,
Boateng, Kroos, Ribéry, Robben ou Mário Gómez, ao passo que Lahm e Schweinsteiger
ainda eram jovens a procurar a afirmação.
No Rashid Stadium, a 8 de janeiro
de 2007, uma mescla de jogadores titulares e outros menos utilizados tanto do Benfica
como do Bayern
não foram além de um empate a zero no final dos 90 minutos. Mas no desempate
por grandes penalidades, as águias
venceram por 4-3: Luisão, Mantorras, Karagounis e Marco Ferreira marcaram para
os encarnados
e Salihamidzic, Lúcio e Podolski para os bávaros,
enquanto o guardião benfiquista
Moretto
defendeu os penáltis de Van Bommel e Pizarro e o experiente guarda-redes alemão
Kahn travou a grande penalidade executada por Beto.
“Se o prestígio e o dinheiro
estão de mãos dadas no Torneio Dubai 2007 que ontem começou, os encarnados
podem já reclamar parte dos créditos, uma vez que ganhar ao Bayern
de Munique é sempre motivo mais do que suficiente para aumentar ao ego.
Para além do orgulho pessoal – e de ver muitos adeptos árabes a vibrarem com as
defesas decisivas de Moretto
–, os encarnados
demonstraram que há jogos a feijões, os tais particulares, que podem mesmo ser
de ouro, tendo já garantido um milhão de dólares (qualquer coisa como 800 mil
euros) de prémio”, começou por contar o jornal O Jogo.
“Num jogo sem grandes
oportunidades de golo, Simão perdeu a melhor no final da primeira parte – e,
saber-se-ia mais tarde, de todo o encontro. Com muitas mudanças no segundo
tempo, as duas equipas perderam a ligação, mas ganharam em ambição, dando azo a
que a bola já estivesse mais vezes perto das balizas – de Moretto
principalmente –, ainda que não tivesse havido lances de suster a respiração.
Na lotaria dos penáltis, o camisola 31 do Benfica
foi o herói, tendo batido Kahn aos pontos – o guardião alemão apenas susteve o
remate de Beto -, garantido ao Benfica
um reencontro com a Lazio,
com quem não joga desde um jogo de má memória, disputado no Estádio do Bessa,
há três temporadas, a contar para a pré-eliminatória da Liga
dos Campeões (derrota por 3-1)”, podia ler-se no diário desportivo.
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