Carcavelinhos participou por cinco vezes na I Divisão |
Fundado a 14 de fevereiro de
1912, o Carcavelinhos
Football Club foi um dos principais clubes portugueses durante as primeiras
décadas de futebol no país, tendo vencido o Campeonato de Portugal em 1927-28,
a II Divisão em 1934-35 e 1938-39 e participado por cinco vezes na I
Divisão.
Embora o nome possa remeter para
Carcavelos, o Carcavelinhos
pouco ou nada está relacionado com essa localidade da Linha de Cascais,
uma vez que sempre foi sediado no bairro
lisboeta de Alcântara.
Em termos de I
Divisão o emblema
alcantarense alcançou a melhor classificação da sua história em 1937-38,
quando obteve um brilhante 4.º lugar, ficando apenas as três dos denominados
três grandes.
Com o intuito de dotar a zona
ocidental de Lisboa de um emblema de maior dimensão, em 1942 os sócios do Carcavelinhos
concordaram extinguir o clube para fundi-lo com o União de Lisboa e assim
formar o Atlético
Clube de Portugal.
Vale por isso a pena recordar os
dez futebolistas com mais jogos pelo Carcavelinhos
na I
Divisão.
10. França (31 Jogos)
Médio proveniente do União de Coimbra, reforçou o Carcavelinhos
no início da temporada 1937-38 e logo nessa época contribuiu ativamente para a
obtenção do quarto lugar na I
Divisão, ao atuar em onze jogos e apontar dois golos, diante de Académico
do Porto e Barreirense.
A honrosa classificação não garantiu
a participação no campeonato
seguinte, pelo que Francisco França ajudou o emblema de Alcântara
a sagrar-se campeão nacional da II Divisão em 1938-39.
Na temporada que se seguiu
participou em mais 14 jogos no primeiro
escalão e em 1941-42 amealhou mais seis.
Após a fusão com o União de
Lisboa transferiu-se para o Estoril
e depois voltou ao União de Coimbra.
Haveria de falecer em junho de
1974, aos 58 anos.
9. Baptista (35 Jogos)
Baptista |
Defesa central que iniciou o seu trajeto como futebolista no Paço de
Arcos, reforçou o Carcavelinhos
em 1939-40, época em que atuou em 18 partidas na I
Divisão.
Na temporada seguinte jogou no
segundo escalão, mas em 1941-42 voltou à elite
do futebol português para disputar mais 17 jogos.
Entretanto deu-se a fusão com o
União de Lisboa e Baptista acabou por transitar para o Atlético,
onde prosseguiu carreira até 1952.
Jogador duro, voluntarioso e de
grande utilidade, ficou conhecido por “Back da Morte” devido ao estilo
impetuoso e foi chamado várias vezes para representar a seleção de Lisboa.
Depois do Atlético,
representou ainda Peniche, Águias de Vila Franca e Tramagal, tendo acumulado
nestes clubes a função de treinador.
Também na Tapadinha treinou equipas da formação, foi adjunto de Josef Szabo e chegou a assumir o comando técnico por várias vezes, quase sempre como bombeiro
de serviço em períodos difíceis.
Em abril de 1954 teve direito a uma festa de homenagem que juntou antigos companheiros, Benfica, Sporting, Belenenses e Oriental.
Haveria de falecer em dezembro de
2008, aos 92 anos.
8. Joaquim Oliveira e Silva (37 Jogos)
Avançado que esteve ligado Carcavelinhos
entre 1933 e 1938, contribuiu para a obtenção do segundo lugar no Campeonato de
Lisboa logo na época de estreia.
Em 1934-35 sagrou-se campeão
nacional da II Divisão e na temporada que se seguiu estreou-se no primeiro
escalão, tendo participado em nove jogos e apontado dois golos, diante de Sporting
e Benfica.
Em 1936-37 esteve ainda mais em
evidência, ao disputar as 14 jornadas do campeonato
e faturar por três vezes, diante de Belenenses,
Leixões
e Académica.
Na derradeira temporada na Tapadinha
voltou a estar presente nos 14 encontros da I
Divisão e marcou um golo ao Académico
do Porto, ajudando os alcantarenses
a alcançarem um honroso quarto lugar.
6. Jesus (39 Jogos)
Avançado importante nas duas últimas presenças do Carcavelinhos
na I
Divisão, é um dos melhores marcadores de sempre do clube no primeiro
escalão, com 13 golos, os mesmos de Carlos Pratas.
Em 1939-40 disputou 17 jogos e apontou cinco golos, diante de Académico
do Porto, Leixões
(três) e Académica.
Duas épocas depois atuou em 22 partidas e somou oito remates certeiros,
apontados frente a Unidos de Lisboa, FC
Porto, Académico
do Porto (três), Olhanense,
Belenenses
e Leça.
Jesus |
6. Madueño (39 Jogos)
Considerado um dos melhores guarda-redes portugueses da década de 1930,
sagrou-se campeão nacional da II Divisão em 1934-35.
Nas três temporadas seguintes atuou na I
Divisão, patamar competitivo em que totalizou 39 jogos e 93 golos sofridos,
tendo contribuído para a obtenção do histórico quarto lugar em 1937-38.
Quando defendia as redes do emblema de Alcântara
foi convocado à seleção nacional AA, tendo sido suplente num encontro de
qualificação para o Mundial 1938 frente à Suíça, a 1 de maio de 1938.
Em 1938-39 mudou-se para a CUF Lisboa e mais tarde representou o
Torreense.
Madueño |
5. José Lopes (41 Jogos)
José Lopes |
Defesa central/médio natural de Meia Via, Torres Novas, estreou-se pela equipa principal
em 1937-38, quando disputou sete jogos na I
Divisão e contribuiu para a obtenção do quarto lugar no campeonato.
Na época seguinte sagrou-se
campeão nacional da II Divisão e em 1939-40 participou em 17 partidas e apontou
quatro golos, frente a Benfica,
Académica,
Barreirense
e Sporting.
Na temporada que se seguiu esteve
ao serviço do Esperança
de Lagos, mas em 1941-42 voltou à Tapadinha
para atuar em 17 encontros e faturar por seis vezes, diante de Unidos de
Lisboa, Académica,
Olhanense,
FC
Porto, Belenenses,
Académico
do Porto e Sporting.
Depois transitou para o Atlético,
ficando em Alcântara
até 1951, tendo feito parte da campanha que culminou na obtenção do terceiro
lugar em 1943-44 e contribuído para as caminhadas até às finais da Taça
de Portugal em 1945-46 e 1948-49. Paralelamente, entrou para a história do Estádio da Tapadinha ao marcar o primeiro golo do recinto, ainda que na própria baliza, em setembro de 1945.
Em 1951 deixou o emblema
lisboeta para rumar ao União de Montemor, então na II Divisão.
Haveria de falecer em 1980.
4. Quirino (46 jogos)
Um dos jogadores mais emblemáticos do Carcavelinhos
na década de 1930, estreou-se pela equipa principal em 1930-31, tendo ficado em
segundo lugar no Campeonato de Lisboa em 1933-34 e conquistado o título
nacional da II Divisão na época seguinte.
Nas três épocas que se seguiram,
este avançado nascido na rua de Cascalheira, em Alcântara,
amealhou um total de 27 jogos e cinco golos (frente a Académica
em 1935-36, Sporting
na temporada seguinte e FC
Porto, Académica
e Benfica
em 1937-38) na I
Divisão, tendo contribuído para a obtenção do quarto lugar no campeonato
em 1937-38.
Em 1938-39 sagrou-se campeão
nacional da II Divisão e na época que seguiu participou em 17 partidas e somou
três remates certeiros no primeiro
escalão, diante de Vitória
de Setúbal e Leixões
(dois).
Por último, em 1941-42 esteve em
dois encontros na I
Divisão.
Embora fosse muito cobiçado, este
também praticante de ping-pong,
andebol e ginástica acabou por nunca deixar a Tapadinha
para rumar a outras paragens.
Joaquim Quirino |
3. Victoriano (48 jogos)
Médio que esteve ligado ao Carcavelinhos
entre 1935 e 1942, esteve em todas as cinco presenças do clube na I
Divisão.
Ainda assim, nem sempre foi propriamente
uma primeira opção, tanto que apenas disputou em 16 jogos em 42 possíveis nas
três primeiras épocas, tendo contribuído para a obtenção do histórico quarto
lugar em 1937-38, temporada na qual marcou um golo ao Barreirense.
Em 1938-39 sagrou-se campeão
nacional da II Divisão e na época que se seguiu foi utilizado em 18 encontros e
marcou um golo ao FC
Porto no campeonato.
Por fim, em 1941-42 disputou 14
partidas e marcou um golo à Académica.
Victoriano Vieira |
2. Pratas (55 jogos)
Avançado natural de Lisboa, começou a jogar futebol no Carcavelinhos,
tendo subido à equipa sénior em 1934-35, época em que se sagrou campeão
nacional da II Divisão.
Na temporada seguinte, a primeira
do clube no primeiro
escalão, participou em dez jogos no campeonato.
Em 1936-37 disputou 14 partidas e
apontou três golos, diante de Académica,
FC
Porto e Leixões,
e na época que se seguiu contribuiu para a obtenção do quarto lugar, ao atuar
em 13 encontros e somou dois remates certeiros, frente a Benfica
e Académico
do Porto.
Em 1938-39 sagrou-se uma vez mais
campeão nacional da II Divisão, tendo explodido na temporada seguinte, ao
apontar oito golos em 18 jogos. Académico
do Porto (quatro), Belenenses,
Barreirense,
Benfica
(dois) e Sporting
foram as vítimas de Carlos Pratas.
1. Vergilésio (64 jogos)
Defesa que fez quase toda a carreira no Carcavelinhos,
entrou para a equipa principal em 1934-35, sagrando-se logo nessa época campeão
nacional da II Divisão.
Seguiram-se três anos
consecutivos no primeiro
escalão, nos quais amealhou um total de 33 partidas no campeonato,
tendo contribuindo para a obtenção do histórico quarto lugar em 1937-38.
Em 1938-39 conquistou o título
nacional da II Divisão, tendo na temporada seguinte disputado 18 jogos no patamar
maior do futebol português.
Por último, em 1941-42,
participou em 13 encontros e marcado um golo ao Académico
do Porto.
Após a fundação do Atlético
transferiu-se para Os Unidos de Lisboa.
Vergilésio Bernardo |
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