quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

De Nakamura a… Nakamura. A história dos japoneses no Portimonense

História dos japoneses no Portimonense começou em 2009
Falar em japoneses no Portimonense é falar de um trajeto iniciado em 2013, com a criação da SAD do clube e a entrada em cena do empresário brasileiro Theodoro Fonseca, que cinco anos antes havia entrado no mercado português no âmbito da transferência de Hulk dos nipónicos do Tokyo Verdy para o FC Porto.
 
Além de ter resolvido problemas financeiros e tornado a sociedade desportiva sustentável, a administração da recém-criada SAD levou para Portimão muitos jogadores brasileiros e alguns japoneses, entre os quais internacionais AA pelo Japão.
 
Yuto Nakamura
Ainda assim, o primeiro japonês a jogar pelo Portimonense fê-lo antes da chegada ao clube de Theodoro Fonseca, ainda que este tivesse tido dedo negócio. No verão de 2009, o atacante Yuto Nakamura deixou o TSW Pegasus de Hong Kong e reforçou os alvinegros. “Foi uma aposta de uma empresa que representa jogadores, entre eles o Hulk. Propuseram-nos o jogador, pediram-nos para ele treinar cá, a ver se nós estávamos interessados. Como é um jogador com características que se adaptam ao conceito da equipa e foi aprovado pelo treinador, ficámos com ele, até porque é um jovem com margem de progressão”, explicou na altura o presidente Fernando Rocha ao portal Barlavento.
No entanto, o futebolista nipónico não foi além de apenas três jogos às ordens de Litos. Apesar do registo pobre, deu um pequeno contributo para o regresso dos algarvios à I Liga após duas décadas de ausência.
Entretanto voltou ao TSW Pegasus, prosseguiu a carreira de Hong Kong e acabou por se tornar internacional pela região administrativa especial chinesa.
 
 
 
Mu Kanazaki
Logo em 2013-14, quando Theodoro Fonseca se tornou acionista maioritário da SAD, surgiram dois futebolistas nipónicos a jogar na II Liga com a camisola alvinegra.  O que deixou mais saudades foi o atacante Mu Kanazaki, natural da cidade de Tsu, na província de Mie, e que inicialmente chegou ao Algarve por empréstimo dos alemães do Nuremberga, numa altura em que já era internacional AA pelo seu país.
Com impacto imediato na equipa então às ordens de Lázaro Oliveira, participou num total de 33 jogos (31 a titular) e apontou sete golos em todas as competições na primeira época no clube.
Na temporada seguinte explodiu em definitivo, ao disputar 21 encontros (20 a titular) e apontar onze golos até fevereiro, quando foi cedido aos japoneses do Kashima Antlers.
Em janeiro de 2016 voltou ao Portimonense, mas foi sol de pouca dura, tendo atuado em quatro partidas (três a titular), regressando depois ao Kashima Antlers, emblema pelo qual venceu o campeonato japonês e que o catapultou novamente para a seleção principal.
Desde que saiu em definitivo de Portimão que se tem falado… no seu regresso, como em janeiro de 2019, quando visitou a cidade algarvia; e no verão de 2020, quando o próprio acionista maioritário Theodoro Fonseca admitiu a transferência.
 
 
 
Theo Ryuki
Filho do acionista maioritário Teodoro Fonseca, Theo Ryuki entrou no futebol português pela porta dos juniores do FC Porto, mas foi para junto do pai para Portimão no verão de 2013.
Embora ainda fosse júnior de segundo ano, este médio também com nacionalidades brasileira e grega somou os primeiros minutos na equipa principal dos alvinegros em 2013-14, tendo participado em seis encontros.
Nas duas temporadas seguintes amealhou um total de 70 partidas e dois golos, ajudando os algarvios a atingir as meias-finais da Taça da Liga em 2015-16.
No entanto, foi perdendo espaço com a chegada de Vítor Oliveira ao comando técnico, no verão de 2016, não indo além de dez encontros pela equipa principal e oito pelos sub-23 nas três épocas que se seguiram, numa altura em que ajudava mais como tradutor de Nakajima do que dentro de campo.
Em 2019 deixou o clube, já depois de se ter estreado na I Liga, e tornou-se agente de jogadores, entre os quais… Nakajima.
 
 
 
Shoya Nakajima
No verão de 2017, aquando da subida à I Liga, chegou a Portimão o extremo Shoya Nakajima, de baixa estatura (1,64 m), natural da capital Tóquio e emprestado pelo FC Tokyo.
Com impacto imediato na equipa então comandada por Vítor Oliveira, participou em 33 jogos (32 a titular) e foi uma das revelações do campeonato em 2017-18, tendo amealhado um total de 10 golos e outras tantas assistências. A boa campanha catapultou-o à seleção japonesa e levou-o a sonhar com a presença no Mundial 2018, algo que não veio a acontecer.
Na primeira metade da temporada seguinte amealhou 14 jogos, cinco golos e outras tantas assistências e depois transferiu-se para o Al-Duhail, do Qatar, alegadamente por 35 milhões de euros. “O Portimonense foi um clube que sempre me apoiou desde que assinei, o primeiro clube estrangeiro que representei e onde sempre pude praticar futebol com diversão e sem stress. Ficam memórias maravilhosas por estar rodeado de pessoas verdadeiramente boas durante um ano e meio. Pelo Portimonense sinto apenas gratidão. É um clube que posso voltar a representar”, afirmou na altura da saída.
 
 
 
Ainda com Nakajima no plantel, o lateral esquerdo Yuta Koike reforçou o Portimonense no verão de 2018, proveniente do Ryutsu Keizai University. No entanto, só jogou mesmo na pré-época, tendo ficado tapado por Wilson Manafá. Em janeiro de 2019 acabou por rumar aos belgas do Sint-Truiden.
 
Na mesma altura chegaram o médio Ryonosuke Ohori (ex-Sanfrecce Hiroshima) e o avançado Kodai Nagashima (ex-Imabari), que apenas atuaram pelos sub-23.
 
Shuichi Gonda
Quando Koike deixou Portimão, aterrou no Algarve o guarda-redes Shuichi Gonda, internacional AA pelo Japão que tinha estado nas convocatórias para competições importantes como as Taças Asiáticas de 2011 e 2019, os Jogos Olímpicos 2012, a Taça das Confederações 2013 e o Mundial 2014.
Proveniente do Sagan Tosu, acabou por pagar o facto de ter reforçado o Portimonense com metade da época decorrida, numa altura em que Ricardo Ferreira estava de pedra e cal na baliza alvinegra. Em 2018-19 não foi além de dois jogos pelos sub-23 e um pela equipa principal.
Na temporada seguinte também começou como suplente, mas conquistou a titularidade em fevereiro, já depois de António Folha ter deixado o comando técnico, indo a tempo de disputar um total de 18 encontros (e sofrer 24 golos).
No entanto, em 2020-21 perdeu a titularidade para Samuel Portugal, acabando por ser emprestado ao Shimizu S-Pulse a meio da época até dezembro de 2021, com os algarvios a encaixarem um milhão de euros.
 
 
 
Koki Anzai
Na janela de verão de 2019 do mercado de transferências foi a vez do lateral Koki Anzai, internacional AA pelo Japão e proveniente do Kashima Antlers, reforçar o Portimonense.
Com uma adaptação rápida à equipa e ao futebol português, estabeleceu-se rapidamente como titular com António Folha, ainda que tivesse perdido espaço após a chegada de Paulo Sérgio, tendo atuado em 28 jogos (24 a titular) e apontado um golo em 2019-20. “Sinceramente não pensava ser logo titular. Primeiro tinha de mostrar o meu estilo de jogo e corresponder ao que o míster queria, bem como evidenciar entrosamento com os companheiros. Acho que consegui demonstrar isso tudo, bem como vincar o meu estilo, numa adaptação que de facto correu muito bem”, afirmou ao jornal O Jogo em outubro de 2019.
Na presente temporada recuperou a titularidade, levando já 13 partidas (12 a titular) disputas em 14 possíveis em todas as competições.
Com contrato até 2023, Anzai está blindado com uma cláusula de rescisão cifrada em 40 milhões de euros.
 
 
 
Na mesma altura de Anzai chegou a Portimão o médio Shiryu Fujiwara, emprestado pelo Tokushima Vortis, mas não foi além de oito partidas pelos sub-23.
 
Takuma Nishimura
Já em janeiro de 2020 foi recrutado o avançado Takuma Nishimura, emprestado pelos russos do CSKA Moscovo, depois de ter despontado no Vegalta Sendai, no seu país. Embora prometesse bastante, uma vez que já tinha experiência de campeonato russo e de Liga Europa, não foi além de dois jogos pela equipa principal e três pelos sub-23 dos alvinegros.
No entanto, não voltou a Portimão após a pandemia de covid-19 ter eclodido em Portugal, acabando por ser depois emprestado pelo CSKA ao Vegalta Sendai. “O CSKA de Moscovo, titular dos direitos federativos do Takuma [Nishimura], acedeu ao pedido do jogador, tendo-nos comunicado que iria rescindir o vínculo de empréstimo, de imediato, com base no clausulado do contrato de empréstimo que o permite fazer”, indicou a SAD do Portimonense no seu site oficial.
 
 
Kosuke Nakamura
Por último, em janeiro de 2021 foi contratado o guarda-redes internacional AA japonês Kosuke Nakamura, que tinha marcado presença no Mundial 2018, ainda que sem ser utilizado.
“O Portimonense, um clube bastante famoso no Japão, já há algum tempo que se manifestou interessado na minha contratação e como senti que me queria, decidi sem pensar”, disse o jogador, durante a apresentação, no Estádio Municipal de Portimão.
Nakamura indicou que a decisão foi também influenciada “pelas boas referências do clube transmitidas pelos compatriotas Anzai e Gonda”, ambos conhecedores do trabalho efetuado no Portimonense.
“É a primeira experiência fora do Japão e agora quero adaptar-me o mais rapidamente à cultura portuguesa e ao país, para dar o máximo de mim e ajudar o grupo”, concluiu o guardião proveniente do Kashiwa Reysol.
 
















1 comentário:

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