História dos japoneses no Portimonense começou em 2009 |
Falar em japoneses no Portimonense
é falar de um trajeto iniciado em 2013, com a criação da SAD do clube e a
entrada em cena do empresário brasileiro
Theodoro Fonseca, que cinco anos antes havia entrado no mercado português no
âmbito da transferência de Hulk dos nipónicos do Tokyo Verdy para o FC
Porto.
Além de ter resolvido problemas
financeiros e tornado a sociedade desportiva sustentável, a administração da recém-criada
SAD levou para Portimão
muitos jogadores brasileiros
e alguns japoneses, entre os quais internacionais AA pelo Japão.
Yuto Nakamura |
Ainda assim, o primeiro japonês a
jogar pelo Portimonense
fê-lo antes da chegada ao clube de Theodoro Fonseca, ainda que este tivesse
tido dedo negócio. No verão de 2009, o atacante Yuto Nakamura deixou o TSW Pegasus de Hong Kong e reforçou os alvinegros.
“Foi uma aposta de uma empresa que representa jogadores, entre eles o Hulk.
Propuseram-nos o jogador, pediram-nos para ele treinar cá, a ver se nós
estávamos interessados. Como é um jogador com características que se adaptam ao
conceito da equipa e foi aprovado pelo treinador, ficámos com ele, até porque é
um jovem com margem de progressão”, explicou na altura o presidente Fernando
Rocha ao portal Barlavento.
No entanto, o futebolista
nipónico não foi além de apenas três jogos às ordens de Litos. Apesar do
registo pobre, deu um pequeno contributo para o regresso dos algarvios
à I
Liga após duas décadas de ausência.
Entretanto voltou ao TSW Pegasus,
prosseguiu a carreira de Hong Kong e acabou por se tornar internacional pela
região administrativa especial chinesa.
Mu Kanazaki |
Logo em 2013-14, quando Theodoro
Fonseca se tornou acionista maioritário da SAD, surgiram dois futebolistas
nipónicos a jogar na II
Liga com a camisola
alvinegra. O que deixou mais
saudades foi o atacante Mu Kanazaki,
natural da cidade de Tsu, na província de Mie, e que inicialmente chegou ao Algarve
por empréstimo dos alemães do Nuremberga, numa altura em que já era
internacional AA pelo seu país.
Com impacto imediato na equipa
então às ordens de Lázaro Oliveira, participou num total de 33 jogos (31 a
titular) e apontou sete golos em todas as competições na primeira época no
clube.
Na temporada seguinte explodiu em
definitivo, ao disputar 21 encontros (20 a titular) e apontar onze golos até
fevereiro, quando foi cedido aos japoneses do Kashima Antlers.
Em janeiro de 2016 voltou ao Portimonense,
mas foi sol de pouca dura, tendo atuado em quatro partidas (três a titular),
regressando depois ao Kashima Antlers, emblema pelo qual venceu o campeonato
japonês e que o catapultou novamente para a seleção principal.
Desde que saiu em definitivo de Portimão
que se tem falado… no seu regresso, como em janeiro de 2019, quando visitou a cidade
algarvia; e no verão de 2020, quando o próprio acionista maioritário Theodoro
Fonseca admitiu a transferência.
Embora ainda fosse júnior de
segundo ano, este médio também com nacionalidades brasileira
e grega somou os primeiros minutos na equipa principal dos alvinegros
em 2013-14, tendo participado em seis encontros.
Nas duas temporadas seguintes
amealhou um total de 70 partidas e dois golos, ajudando os algarvios
a atingir as meias-finais da Taça
da Liga em 2015-16.
No entanto, foi perdendo espaço
com a chegada de Vítor Oliveira ao comando técnico, no verão de 2016, não indo
além de dez encontros pela equipa principal e oito pelos sub-23 nas três épocas
que se seguiram, numa altura em que ajudava mais como tradutor de Nakajima
do que dentro de campo.
Em 2019 deixou o clube, já depois
de se ter estreado na I
Liga, e tornou-se agente de jogadores, entre os quais… Nakajima.
Shoya Nakajima |
No verão de 2017, aquando da subida
à I
Liga, chegou a Portimão
o extremo Shoya
Nakajima, de baixa estatura (1,64 m), natural da capital Tóquio e emprestado
pelo FC Tokyo.
Com impacto imediato na equipa então
comandada por Vítor Oliveira, participou em 33 jogos (32 a titular) e foi uma
das revelações do campeonato
em 2017-18, tendo amealhado um total de 10 golos e outras tantas assistências.
A boa campanha catapultou-o à seleção japonesa e levou-o a sonhar com a
presença no Mundial
2018, algo que não veio a acontecer.
Na primeira metade da temporada
seguinte amealhou 14 jogos, cinco golos e outras tantas assistências e depois
transferiu-se para o Al-Duhail, do Qatar, alegadamente por 35 milhões de euros.
“O Portimonense
foi um clube que sempre me apoiou desde que assinei, o primeiro clube
estrangeiro que representei e onde sempre pude praticar futebol com diversão e
sem stress. Ficam memórias maravilhosas por estar rodeado de pessoas
verdadeiramente boas durante um ano e meio. Pelo Portimonense
sinto apenas gratidão. É um clube que posso voltar a representar”, afirmou na
altura da saída.
Pires, antigo avançado do Portimonense,
não tem dúvidas em apontar o nipónico como o companheiro com quem se entendeu
melhor em campo. “Isso
é fácil! O Nakajima! É fora de série. Ele não falava muito inglês, mas no
futebol não é preciso. Entendíamos-mos muito bem, só com o olhar, e a jogada
saía. É um jogador muito inteligente, de último passe. Ele via-me a desmarcar,
sabia qual era a minha desmarcação e a bola aparecia. Acho que com estes
jogadores até te valorizas mais”, revelou.
Ainda com Nakajima
no plantel, o lateral esquerdo Yuta
Koike reforçou o Portimonense
no verão de 2018, proveniente do Ryutsu Keizai University. No entanto, só jogou
mesmo na pré-época, tendo ficado tapado por Wilson Manafá. Em janeiro de 2019
acabou por rumar aos belgas do Sint-Truiden.
Na mesma altura chegaram o médio Ryonosuke Ohori (ex-Sanfrecce Hiroshima)
e o avançado Kodai Nagashima
(ex-Imabari), que apenas atuaram pelos sub-23.
Shuichi Gonda |
Quando Koike deixou Portimão,
aterrou no Algarve
o guarda-redes Shuichi Gonda,
internacional AA pelo Japão que tinha estado nas convocatórias para competições
importantes como as Taças Asiáticas de 2011 e 2019, os Jogos Olímpicos 2012, a Taça
das Confederações 2013 e o Mundial 2014.
Proveniente do Sagan Tosu, acabou
por pagar o facto de ter reforçado o Portimonense
com metade da época decorrida, numa altura em que Ricardo Ferreira estava de
pedra e cal na baliza alvinegra.
Em 2018-19 não foi além de dois jogos pelos sub-23 e um pela equipa principal.
Na temporada seguinte também
começou como suplente, mas conquistou a titularidade em fevereiro, já depois de
António Folha ter deixado o comando técnico, indo a tempo de disputar um total
de 18 encontros (e sofrer 24 golos).
No entanto, em 2020-21 perdeu a
titularidade para Samuel Portugal, acabando por ser emprestado ao Shimizu
S-Pulse a meio da época até dezembro de 2021, com os algarvios
a encaixarem um milhão de euros.
Koki Anzai |
Na janela de verão de 2019 do
mercado de transferências foi a vez do lateral Koki Anzai, internacional AA pelo Japão e proveniente do Kashima
Antlers, reforçar o Portimonense.
Com uma adaptação rápida à equipa
e ao futebol português, estabeleceu-se rapidamente como titular com António
Folha, ainda que tivesse perdido espaço após a chegada de Paulo
Sérgio, tendo atuado em 28 jogos (24 a titular) e apontado um golo em
2019-20. “Sinceramente não pensava ser logo titular. Primeiro tinha de mostrar
o meu estilo de jogo e corresponder ao que o míster queria, bem como evidenciar
entrosamento com os companheiros. Acho que consegui demonstrar isso tudo, bem
como vincar o meu estilo, numa adaptação que de facto correu muito bem”,
afirmou ao jornal O
Jogo em outubro de 2019.
Na presente temporada recuperou a
titularidade, levando já 13 partidas (12 a titular) disputas em 14 possíveis em
todas as competições.
Com contrato até 2023, Anzai está
blindado com uma cláusula de rescisão cifrada em 40 milhões de euros.
Na mesma altura de Anzai chegou a
Portimão
o médio Shiryu Fujiwara, emprestado
pelo Tokushima Vortis, mas não foi além de oito partidas pelos sub-23.
Takuma Nishimura |
Já em janeiro de 2020 foi
recrutado o avançado Takuma Nishimura,
emprestado pelos russos do CSKA
Moscovo, depois de ter despontado no Vegalta Sendai, no seu país. Embora prometesse
bastante, uma vez que já tinha experiência de campeonato russo e de Liga
Europa, não foi além de dois jogos pela equipa principal e três pelos
sub-23 dos alvinegros.
No entanto, não voltou a Portimão
após a pandemia de covid-19 ter eclodido em Portugal, acabando por ser depois
emprestado pelo CSKA
ao Vegalta Sendai. “O CSKA
de Moscovo, titular dos direitos federativos do Takuma [Nishimura], acedeu
ao pedido do jogador, tendo-nos comunicado que iria rescindir o vínculo de
empréstimo, de imediato, com base no clausulado do contrato de empréstimo que o
permite fazer”, indicou a SAD do Portimonense
no seu site oficial.
Kosuke Nakamura |
Por último, em janeiro de 2021
foi contratado o guarda-redes internacional AA japonês Kosuke Nakamura, que tinha marcado presença no Mundial
2018, ainda que sem ser utilizado.
“O Portimonense,
um clube bastante famoso no Japão, já há algum tempo que se manifestou
interessado na minha contratação e como senti que me queria, decidi sem
pensar”, disse o jogador, durante a apresentação, no Estádio
Municipal de Portimão.
Nakamura indicou que a decisão
foi também influenciada “pelas boas referências do clube transmitidas pelos
compatriotas Anzai e Gonda”, ambos conhecedores do trabalho efetuado no Portimonense.
“É a primeira experiência fora do
Japão e agora quero adaptar-me o mais rapidamente à cultura portuguesa e ao
país, para dar o máximo de mim e ajudar o grupo”, concluiu o guardião
proveniente do Kashiwa Reysol.
Saudações, David Pereira. Meu nome é Ronan e escrevo em nome do portal de resultados esportivos FlashScore BR (https://www.flashscore.com.br). Gostaria de lhe propor uma troca de links. Caso tenha interesse, estou disponível para conversar por email: support @ flashscore.com.br. Abraços e obrigado.
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