Dez futebolistas que fizeram história no Desportivo das Aves |
Com atividade futebolística iniciada em 1931-32, os avenses chegaram à II Divisão Nacional na década de 1940, mas tiveram de esperar pelo final dos anos 1960 para se consolidarem nos patamares nacionais.
Porém, a formação
do concelho de Santo Tirso teve uma ascensão meteórica no espaço de um ano
na década de 1980, saltando da III para a I
Divisão no espaço de um ano, chegando pela primeira vez à elite
do futebol português em 1985-86.
Seguiu-se década e meia na II
Divisão e na II
Liga até nova participação na I
Liga, em 2000-01. Em 2006-07 o Desportivo
das Aves surgiu pela terceira vez entre
os grandes, mas foi entre 2017 e 2020 que conseguiu estar presente no primeiro
escalão em épocas consecutivas. Em 2017-18, na temporada em que alcançou
finalmente a permanência, atingiu o feito máximo da sua história ao vencer a Taça
de Portugal.
Porém, este ano os avenses
foram despromovidos por via desportiva à II
Liga, mas acabaram por cair no Campeonato
de Portugal devido a dívidas. No entanto, a administração da SAD desiste da
participação no terceiro
escalão nacional já com a prova a decorrer.
Ainda assim, vale a pena recordar
os dez futebolistas com mais jogos pelo Desportivo
das Aves ao longo das seis participações do clube na I
Divisão.
10. Mama Baldé (41 jogos)
Mama Baldé |
Na primeira não foi além de 13
jogos (nove a titular) e três golos no campeonato,
diante de Belenenses,
Feirense e Desp.
Chaves, ajudando a formação
de Santo Tirso a assegurar a permanência e, paralelamente, a vencer a Taça
de Portugal, tendo atuado 14 minutos na final frente ao… Sporting.
Em 2018-19 explodiu em Vila
das Aves, faturando por oito vezes em 28 jogos (26 a titular) na I
Liga, contribuindo uma vez mais para a manutenção no primeiro
escalão – Desp.
Chaves, Nacional,
Vitória
de Guimarães (dois), Vitória
de Setúbal, Tondela,
Marítimo e Rio
Ave foram as vítimas deste internacional pela Guiné-Bissau.
“Gostei muito de estar no Aves.
Foram dois anos inesquecíveis e convivi com pessoas que levo para a vida. O ano
anterior foi de revelação e de afirmação. Aprendi muito com todos os
treinadores que tive e melhorei em vários aspetos importantes”, afirmou ao
jornal O Jogo em maio de 2019.
Valorizado pela boa campanha no emblema nortenho, foi contratado pelo Dijon no verão de 2019 no âmbito de um negócio que levou o lateral francês Valentin Rosier para o Sporting.
9. Rúben Oliveira (44 jogos)
Rúben Oliveira |
Tal como Mama Baldé, também viveu
uma primeira época de adaptação em 2018-19, quando disputou 20 jogos (nove a
titular) e marcou um golo ao Belenenses
SAD no campeonato,
ajudando a assegurar a permanência.
Na temporada seguinte conquistou
a titularidade, tendo atuado em 24 encontros (23 a titular) na I
Liga, não evitando a despromoção numa campanha que ficou marcada por
salários em atraso. “O clube não tem culpa nenhuma daquilo que a administração
fez. Tínhamos de dignificá-lo ao máximo e não deixar que o destruíssem,
respeitando os 90 anos de história e a fama muito boa de gente cumpridora. As
pessoas daquela vila são apaixonadas pelo Aves
e não podíamos deixá-las cair em desgraça”, afirmou à Lusa no final do campeonato.
Apesar de se ter afirmado num clube do primeiro escalão, ficou sem clube.
8. Amilton (44 jogos)
Amilton Silva |
Extremo brasileiro rapidíssimo e
com grande parte da carreira em Portugal, representou Peladeiros, Valenciano,
Varzim, União da Madeira e Portimonense
antes de reforçar o Desportivo
das Aves no verão de 2017, aquando da subida à I
Liga.
Na primeira época em Vila
das Aves foi uma das figuras da equipa que garantiu a permanência, ao
apontar três golos (frente a Portimonense,
Moreirense e Vitória
de Guimarães) em 29 jogos (25 a titular), e que venceu a Taça
de Portugal.
Em 2018-19 manteve o ritmo,
faturando por duas vezes (ao Desp.
Chaves e ao Belenenses
SAD) em 15 encontros (13 a titular) até janeiro, quando se transferiu para os
turcos do Antalyaspor, na altura num acordo a título de empréstimo até ao final
com cláusula de opção de compra que veio a ser acionada.
Porém, a saída do Desportivo das Aves foi conturbada, com o treinador Augusto Inácio a chamar-lhe “maçã podre”. “Saiu e não faz falta nenhuma, porque se está com a cabeça noutro lugar não faz falta. Preciso de gente de sacrifício para ficar na I Liga. Eu não jogo. É um assunto para a direção resolver. Não preciso dele. Prefiro jogar com juniores. Felizmente, no meio disto tudo, só houve uma maçã podre. Ainda bem que já foi embora”, disparou o técnico.
7. Beunardeau (47 jogos)
Quentin Bernardeau |
Porém, teve impacto imediato na Vila
das Aves, conquistando desde logo a titularidade, ainda que beneficiando
também da saída de Adriano Facchini e da retirada de Quim, tendo totalizado 26
jogos e 30 golos sofridos.
Em 2019-20 manteve o estatuto,
mas após 21 encontros e 42 golos sofridos na I
Liga e vários salários em atraso rescindiu contrato ainda antes do final da
época, durante a interrupção do campeonato
devido à pandemia, estando sem clube desde então.
“O Desportivo das Aves é um clube que gostei muito de representar e que me deu uma grande oportunidade. Infelizmente, começaram a aparecer problemas no clube e tive de tomar uma decisão complicada. Mas olho para os problemas que têm agora e acho que a minha decisão foi a mais acertada. Antes de rescindir, falei muito com a minha família e com o meu empresário”, explicou, em entrevista ao Notícias ao Minuto.
6. Diego Galo (52 jogos)
Diego Galo |
Titularíssimo no eixo defensivo
dos avenses,
tal como já o tinha sido nos outros clubes que representou, foi utilizado em 30
jogos (29 a titular) no campeonato,
ajudando a assegurar a permanência e, paralelamente, para a conquista da Taça
de Portugal.
Em 2018-19 manteve o estatuto,
embora não tivesse ido além de 22 encontros (todos a titular) e um golo ao Rio
Ave, contribuindo uma vez mais para a obtenção da permanência.
Depois terminou contrato e mudou-se para o Desp. Chaves, então a militar na II Liga. “Dizem que no futebol a história permanece, que o legado fica, bom ou ruim, mas fica. No fundo parece que não respeitaram, ou até mesmo esqueceram a minha história, sem problemas, mas no meu coração, os momentos que vivi no Clube Desportivo das Aves jamais serão esquecidos e sei que para muita gente também e é isso o que importa”, escreveu nas redes sociais.
5. Derley (53 jogos)
Derley |
Na primeira época na Vila
das Aves alternou a titularidade com Alexandre Guedes e Arango, mas ainda
assim conseguiu disputar 23 jogos (15 a titular) e marcar dois golos no campeonato,
diante de Desp.
Chaves e Portimonense,
ajudando o clube a assegurar pela primeira vez a permanência na I
Liga. Paralelamente, fez parte do percurso que culminou com a conquista da Taça
de Portugal.
Em 2018-19 beneficiou das saídas
dos concorrentes para assumir mais protagonismo, tendo atuado em 30 encontros
(25 a titular) e apontado quatro golos, frente a Tondela,
Santa
Clara, Vitória
de Setúbal e Vitória
de Guimarães, contribuindo para a obtenção da permanência.
No final dessa época deixou o
clube e rumou aos tailandeses do Muangthong United.
4. Vítor Gomes (57 jogos)
Vítor Gomes |
Titularíssimo no meio-campo avense
fosse quem fosse o treinador, atuou em 28 jogos (26 a titular) e marcou dois
golos no campeonato,
diante de FC
Porto e Boavista,
ajudando a assegurar a permanência. Na campanha vitoriosa na Taça
de Portugal também brilhou, marcando os dois golos no terreno do Caldas
que apuraram a equipa para o Jamor.
Em 2018-19 manteve o estatuto,
tendo participado em 29 encontros (28 a titular) e apontado três golos, todos
na receção ao Portimonense,
contribuindo mais uma vez para a obtenção da permanência.
“Vencemos a Taça de Portugal, alcançámos a permanência, fiz golos e joguei com regularidade, pelo que foram temporadas positivas”, assumiu, transferindo-se depois para os cipriotas do Omonia.
3. Rodrigo (60 jogos)
Rodrigo Soares |
Em 2017-18, na primeira época na formação
de Santo Tirso, disputou 27 jogos (sempre a titular) e marcou um golo ao Portimonense
no campeonato,
ajudando a assegurar a permanência e, paralelamente, a vencer a Taça
de Portugal.
Na temporada seguinte reforçou o
estatuto, tendo atuado em 33 encontros (todos como titular) e somado quatro
remates certeiros, apontados frente a Rio
Ave (dois), Portimonense
e Belenenses
SAD.
Após dois anos no Desportivo das Aves deu o salto para os gregos do PAOK.
2. Carlos Ponck (61 jogos)
Carlos Ponck |
Titularíssimo no eixo defensivo avense,
foi titular nos 29 jogos que disputou no campeonato
na época de estreia em Vila
das Aves e marcou um golo ao Paços
de Ferreira, ajudando a assegurar a permanência e contribuindo para a
conquista da Taça
de Portugal.
Na época seguinte mudou-se a
título definitivo para o emblema
de Santo Tirso e reforçou o estatuto na equipa, tendo atuado em 32
encontros (31 a titular) e apontado dois golos na I
Liga, frente a Nacional
e Tondela,
voltando a ser importante para a obtenção da permanência.
Valorizado, transferiu-se para o Basaksehir no verão de 2019 e um ano depois festejou a conquista do campeonato turco.
1. Falcão (75 jogos)
Cláudio Falcão |
Médio defensivo possante, rodou
na equipa B dos avenses
nos distritais da AF
Porto em 2016-17, saltando na época seguinte para a equipa principal e com
impacto imediato, tendo participado em 28 jogos (19 a titular) e marcado um
golo ao Vitória
de Setúbal no campeonato,
ajudando a assegurar a permanência e, paralelamente, a conquistar a Taça
de Portugal.
Na temporada seguinte voltou a
ser importante para a obtenção da permanência, tendo atuado em 21 partidas (16
a titular) e apontado dois golos, diante de Sporting
e Belenenses
SAD, ambos na conversão de grandes penalidades.
Por fim, em 2019-20 foi titular
nos 26 encontros que disputou, mas não evitou a despromoção.
Após a descida de divisão rescindiu amigavelmente e mudou-se para o Farense, recém-promovido à I Liga.
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