quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Os 10 jogadores com mais jogos pelo Desportivo das Aves na I Divisão

Dez futebolistas que fizeram história no Desportivo das Aves

Fundado a 12 de novembro de 1930 por um grupo de amigos que se reunia habitualmente na Sapataria do Pedras, junto ao mercado da Vila das Aves, o Clube Desportivo das Aves soma seis participações na I Divisão.

 

Com atividade futebolística iniciada em 1931-32, os avenses chegaram à II Divisão Nacional na década de 1940, mas tiveram de esperar pelo final dos anos 1960 para se consolidarem nos patamares nacionais.

 

Porém, a formação do concelho de Santo Tirso teve uma ascensão meteórica no espaço de um ano na década de 1980, saltando da III para a I Divisão no espaço de um ano, chegando pela primeira vez à elite do futebol português em 1985-86.

 

Seguiu-se década e meia na II Divisão e na II Liga até nova participação na I Liga, em 2000-01. Em 2006-07 o Desportivo das Aves surgiu pela terceira vez entre os grandes, mas foi entre 2017 e 2020 que conseguiu estar presente no primeiro escalão em épocas consecutivas. Em 2017-18, na temporada em que alcançou finalmente a permanência, atingiu o feito máximo da sua história ao vencer a Taça de Portugal.

 

Porém, este ano os avenses foram despromovidos por via desportiva à II Liga, mas acabaram por cair no Campeonato de Portugal devido a dívidas. No entanto, a administração da SAD desiste da participação no terceiro escalão nacional já com a prova a decorrer.

 

Ainda assim, vale a pena recordar os dez futebolistas com mais jogos pelo Desportivo das Aves ao longo das seis participações do clube na I Divisão.

 

 

10. Mama Baldé (41 jogos)

Mama Baldé

Lateral/extremo guineense que chegou ao Desportivo das Aves por empréstimo do Sporting no verão de 2017, esteve cedido aos avenses durante dois anos. Em termos de utilização e de desempenho, Mama Baldé viveu duas épocas bastante distintas.

Na primeira não foi além de 13 jogos (nove a titular) e três golos no campeonato, diante de Belenenses, Feirense e Desp. Chaves, ajudando a formação de Santo Tirso a assegurar a permanência e, paralelamente, a vencer a Taça de Portugal, tendo atuado 14 minutos na final frente ao… Sporting.

Em 2018-19 explodiu em Vila das Aves, faturando por oito vezes em 28 jogos (26 a titular) na I Liga, contribuindo uma vez mais para a manutenção no primeiro escalãoDesp. Chaves, Nacional, Vitória de Guimarães (dois), Vitória de Setúbal, Tondela, Marítimo e Rio Ave foram as vítimas deste internacional pela Guiné-Bissau.

“Gostei muito de estar no Aves. Foram dois anos inesquecíveis e convivi com pessoas que levo para a vida. O ano anterior foi de revelação e de afirmação. Aprendi muito com todos os treinadores que tive e melhorei em vários aspetos importantes”, afirmou ao jornal O Jogo em maio de 2019.

Valorizado pela boa campanha no emblema nortenho, foi contratado pelo Dijon no verão de 2019 no âmbito de um negócio que levou o lateral francês Valentin Rosier para o Sporting.


  

9. Rúben Oliveira (44 jogos)

Rúben Oliveira

Mais um jogador nesta lista que nunca chegou a pertencer ao Desportivo das Aves. No caso deste médio, esteve nos avenses por empréstimo do Vitória de Guimarães entre 2018 e 2020.

Tal como Mama Baldé, também viveu uma primeira época de adaptação em 2018-19, quando disputou 20 jogos (nove a titular) e marcou um golo ao Belenenses SAD no campeonato, ajudando a assegurar a permanência.

Na temporada seguinte conquistou a titularidade, tendo atuado em 24 encontros (23 a titular) na I Liga, não evitando a despromoção numa campanha que ficou marcada por salários em atraso. “O clube não tem culpa nenhuma daquilo que a administração fez. Tínhamos de dignificá-lo ao máximo e não deixar que o destruíssem, respeitando os 90 anos de história e a fama muito boa de gente cumpridora. As pessoas daquela vila são apaixonadas pelo Aves e não podíamos deixá-las cair em desgraça”, afirmou à Lusa no final do campeonato.

Apesar de se ter afirmado num clube do primeiro escalão, ficou sem clube.

 

8. Amilton (44 jogos)

Amilton Silva

Disputou 44 jogos tal como Rúben Oliveira, mas amealhou mais 571 minutos em campo – 3401 contra 2830.

Extremo brasileiro rapidíssimo e com grande parte da carreira em Portugal, representou Peladeiros, Valenciano, Varzim, União da Madeira e Portimonense antes de reforçar o Desportivo das Aves no verão de 2017, aquando da subida à I Liga.

Na primeira época em Vila das Aves foi uma das figuras da equipa que garantiu a permanência, ao apontar três golos (frente a Portimonense, Moreirense e Vitória de Guimarães) em 29 jogos (25 a titular), e que venceu a Taça de Portugal.

Em 2018-19 manteve o ritmo, faturando por duas vezes (ao Desp. Chaves e ao Belenenses SAD) em 15 encontros (13 a titular) até janeiro, quando se transferiu para os turcos do Antalyaspor, na altura num acordo a título de empréstimo até ao final com cláusula de opção de compra que veio a ser acionada.

Porém, a saída do Desportivo das Aves foi conturbada, com o treinador Augusto Inácio a chamar-lhe “maçã podre”. “Saiu e não faz falta nenhuma, porque se está com a cabeça noutro lugar não faz falta. Preciso de gente de sacrifício para ficar na I Liga. Eu não jogo. É um assunto para a direção resolver. Não preciso dele. Prefiro jogar com juniores. Felizmente, no meio disto tudo, só houve uma maçã podre. Ainda bem que já foi embora”, disparou o técnico.


7. Beunardeau (47 jogos)

Quentin Bernardeau

Guarda-redes internacional jovem pela França, chegou ao Desportivo das Aves proveniente do Metz, depois de vários anos sem conseguir cumprir o muito que prometia quando era mais jovem.

Porém, teve impacto imediato na Vila das Aves, conquistando desde logo a titularidade, ainda que beneficiando também da saída de Adriano Facchini e da retirada de Quim, tendo totalizado 26 jogos e 30 golos sofridos.

Em 2019-20 manteve o estatuto, mas após 21 encontros e 42 golos sofridos na I Liga e vários salários em atraso rescindiu contrato ainda antes do final da época, durante a interrupção do campeonato devido à pandemia, estando sem clube desde então.

“O Desportivo das Aves é um clube que gostei muito de representar e que me deu uma grande oportunidade. Infelizmente, começaram a aparecer problemas no clube e tive de tomar uma decisão complicada. Mas olho para os problemas que têm agora e acho que a minha decisão foi a mais acertada. Antes de rescindir, falei muito com a minha família e com o meu empresário”, explicou, em entrevista ao Notícias ao Minuto.


6. Diego Galo (52 jogos)

Diego Galo

Defesa central com grande parte da carreira feita em Portugal, passou por Tondela, Oliveirense, Arouca, União da Madeira e Moreirense antes de assinar pelo Desportivo das Aves no verão de 2017.

Titularíssimo no eixo defensivo dos avenses, tal como já o tinha sido nos outros clubes que representou, foi utilizado em 30 jogos (29 a titular) no campeonato, ajudando a assegurar a permanência e, paralelamente, para a conquista da Taça de Portugal.

Em 2018-19 manteve o estatuto, embora não tivesse ido além de 22 encontros (todos a titular) e um golo ao Rio Ave, contribuindo uma vez mais para a obtenção da permanência.

Depois terminou contrato e mudou-se para o Desp. Chaves, então a militar na II Liga. “Dizem que no futebol a história permanece, que o legado fica, bom ou ruim, mas fica. No fundo parece que não respeitaram, ou até mesmo esqueceram a minha história, sem problemas, mas no meu coração, os momentos que vivi no Clube Desportivo das Aves jamais serão esquecidos e sei que para muita gente também e é isso o que importa”, escreveu nas redes sociais.


5. Derley (53 jogos)

Derley

Ponta de lança brasileiro que em Portugal brilhou no Marítimo e que chegou a jogar no Benfica, reforçou o Desportivo das Aves no verão de 2017, após ter estado cedido pelas águias aos turcos do Kayserispor e aos mexicanos do Jaguares Chiapas.

Na primeira época na Vila das Aves alternou a titularidade com Alexandre Guedes e Arango, mas ainda assim conseguiu disputar 23 jogos (15 a titular) e marcar dois golos no campeonato, diante de Desp. Chaves e Portimonense, ajudando o clube a assegurar pela primeira vez a permanência na I Liga. Paralelamente, fez parte do percurso que culminou com a conquista da Taça de Portugal.

Em 2018-19 beneficiou das saídas dos concorrentes para assumir mais protagonismo, tendo atuado em 30 encontros (25 a titular) e apontado quatro golos, frente a Tondela, Santa Clara, Vitória de Setúbal e Vitória de Guimarães, contribuindo para a obtenção da permanência.

No final dessa época deixou o clube e rumou aos tailandeses do Muangthong United.

 

4. Vítor Gomes (57 jogos)

Vítor Gomes

Médio de cariz tecnicista, com experiência de I Liga adquirida no seu Rio Ave, mas também no Moreirense e no Belenenses e já com algum andamento de futebol internacional adquirido nos húngaros do Videoton e nos turcos do Balikesirspor, também chegou à Vila das Aves no verão de 2017.

Titularíssimo no meio-campo avense fosse quem fosse o treinador, atuou em 28 jogos (26 a titular) e marcou dois golos no campeonato, diante de FC Porto e Boavista, ajudando a assegurar a permanência. Na campanha vitoriosa na Taça de Portugal também brilhou, marcando os dois golos no terreno do Caldas que apuraram a equipa para o Jamor.

Em 2018-19 manteve o estatuto, tendo participado em 29 encontros (28 a titular) e apontado três golos, todos na receção ao Portimonense, contribuindo mais uma vez para a obtenção da permanência.

“Vencemos a Taça de Portugal, alcançámos a permanência, fiz golos e joguei com regularidade, pelo que foram temporadas positivas”, assumiu, transferindo-se depois para os cipriotas do Omonia.


3. Rodrigo (60 jogos)

Rodrigo Soares

Lateral direito com grande capacidade para fazer o vaivém no corredor e cruzar com precisão para o interior da área, esteve dois anos em Vila das Aves emprestado pelo Grêmio Anápolis, que já o tinha cedido ao FC Porto e ao Desp. Chaves.

Em 2017-18, na primeira época na formação de Santo Tirso, disputou 27 jogos (sempre a titular) e marcou um golo ao Portimonense no campeonato, ajudando a assegurar a permanência e, paralelamente, a vencer a Taça de Portugal.

Na temporada seguinte reforçou o estatuto, tendo atuado em 33 encontros (todos como titular) e somado quatro remates certeiros, apontados frente a Rio Ave (dois), Portimonense e Belenenses SAD.

Após dois anos no Desportivo das Aves deu o salto para os gregos do PAOK.


2. Carlos Ponck (61 jogos)

Carlos Ponck

Defesa central internacional cabo-verdiano, surgiu pela primeira vez no Desportivo das Aves em 2017-18 por empréstimo do Benfica, clube pelo qual nunca vingou, uma época após ter sido uma das revelações da I Liga ao serviço do Desp. Chaves.

Titularíssimo no eixo defensivo avense, foi titular nos 29 jogos que disputou no campeonato na época de estreia em Vila das Aves e marcou um golo ao Paços de Ferreira, ajudando a assegurar a permanência e contribuindo para a conquista da Taça de Portugal.

Na época seguinte mudou-se a título definitivo para o emblema de Santo Tirso e reforçou o estatuto na equipa, tendo atuado em 32 encontros (31 a titular) e apontado dois golos na I Liga, frente a Nacional e Tondela, voltando a ser importante para a obtenção da permanência.

Valorizado, transferiu-se para o Basaksehir no verão de 2019 e um ano depois festejou a conquista do campeonato turco.


1. Falcão (75 jogos)

Cláudio Falcão

O único jogador que jogou pelo Desportivo das Aves na I Liga em três temporadas e também o único elemento desta lista que já estava vinculado ao clube antes da promoção em 2017.

Médio defensivo possante, rodou na equipa B dos avenses nos distritais da AF Porto em 2016-17, saltando na época seguinte para a equipa principal e com impacto imediato, tendo participado em 28 jogos (19 a titular) e marcado um golo ao Vitória de Setúbal no campeonato, ajudando a assegurar a permanência e, paralelamente, a conquistar a Taça de Portugal.

Na temporada seguinte voltou a ser importante para a obtenção da permanência, tendo atuado em 21 partidas (16 a titular) e apontado dois golos, diante de Sporting e Belenenses SAD, ambos na conversão de grandes penalidades.

Por fim, em 2019-20 foi titular nos 26 encontros que disputou, mas não evitou a despromoção.

Após a descida de divisão rescindiu amigavelmente e mudou-se para o Farense, recém-promovido à I Liga.














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