A minha primeira memória de um
jogo entre Espanha e Suíça
remonta à primeira jornada da fase de grupos do Mundial 2010 - curiosamente, o duelo
anterior entre as duas seleções também tinha sido num Campeonato do Mundo, o de
1994.
Na altura, la roja carregava o estatuto de campeã europeia e era naturalmente
uma das principais favoritas à conquista do título mundial. Um favoritismo que depois
da vitória no Euro 2008 foi reforçado pelo surgimento do tiki-taka do Barcelona
de Pep Guardiola e de jogadores que não tinham participado no Campeonato da
Europa, nomeadamente o central Gerard Piqué, o
médio defensivo Sergio Busquets e do extremo Pedro Rodríguez, todos do Barça.
Num plano secundário, o médio defensivo Javi Martínez e o ponta de lança
Fernando Llorente (ambos do Athletic
Bilbau), o médio ofensivo Juan Mata (Valencia) e o extremo Jesús Navas
(Sevilha) também faziam parte da renovação.
Espanha - Suíça (Mundial 2010) |
Do outro lado, uma Suíça
cada vez mais assídua em fases finais, mas sem uma geração por aí além. Xherdan
Shaqiri era ainda um menino de 18 anos a destacar-se no Basileia, Stephan
Lichtsteiner ainda não tinha chegado à Juventus
e o capitão Alexander Frei entrava na fase descendente da carreira. Porém, 15
dos 23 convocados jogavam nas cinco principais ligas europeias, ainda que em
clubes de média dimensão.
Espera era, por isso, clara
favorita para o encontro. No entanto, o domínio da seleção orientada por Vicente
del Bosque não se traduziu em golos. Quando não foi o antigo guarda-redes
do Nacional,
Diego Benaglio, entre outros, foi a trave a impedir Xabi
Alonso de marcar para os espanhóis.
Aproveitou a Suíça,
que se colocou em vantagem no início da segunda parte através do médio Gelson
Fernandes (52 minutos), que mais tarde viria a representar o Sporting,
num lance confuso e até algo atabalhoado junto à baliza à guarda de Casillas.
Depois os helvéticos
seguraram o 1-0 e até tiveram uma flagrante oportunidade de fazer mais um golo,
quando Derdiyok acertou no poste.
“A seleção de Espanha, campeã da
Europa em título e uma das grandes favoritas à conquista do Mundial,
protagonizou ontem a maior surpresa da primeira jornada da fase de grupos ao
ser derrotada pela Suíça
com um golo solitário de Gelson Fernandes. O cabo-verdiano
– primo do internacional português Manuel Fernandes – é médio-defensivo, mas
teve a felicidade (com a ajuda e atrapalhação da defesa espanhola, diga-se) de
fazer o seu terceiro golo de sempre pela seleção
helvética. Um lance que, conforme reconheceu, teve muita sorte à mistura,
mas que representou um enorme balde de água fria para a roja. A euforia desmedida à volta da equipa de Del
Bosque sofreu assim um duro e inesperado revés. Algo que, para Piqué, pode
servir de estímulo para o futuro... Como se previa, os espanhóis dominaram a
partida, começaram com um jogo de paciência a tentar furar o autocarro da Suíça,
mas a organização defensiva desta e a qualidade, rapidez e eficácia nas saídas
para o contra-ataque fizeram a diferença (Derdiyok ainda atirou ao poste). No
jogo 50 em Mundiais, a Espanha, que não perdia com uma seleção europeia há
quatro anos, ficou mais longe da fase a eliminar, precisando de mais humildade
para sobreviver”, resumiu o jornal O Jogo.
Ao manter a baliza inviolada, a Suíça
ficou a 66 minutos de bater o recorde de Itália (550), a seleção até então com
mais minutos seguidos sem sofrer golos em Mundiais. Os helvéticos
tornaram-se recordistas no jogo seguinte, frente ao Chile, mas saíram
derrotados devido a um golo solitário de Mark González ao minuto 75.
E para o caro leitor, qual é o primeiro jogo entre Suíça e Espanha de que tem memória? E quais foram as melhores e mais marcantes jogos de sempre entre as duas seleções?
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